1 de jun. de 2018

Outra greve dos caminhoneiros na segunda? Eu acho que não!

     Muitos devem ter recebido, através de redes sociais e aplicativos de mensagem, a seguinte imagem:




           Não preciso me aprofundar no teor da mensagem, pois para bom entendedor, meia palavra basta. Juntamente à mensagem, há também o recebimento de inúmeros áudios de supostos caminhoneiros articulando nova greve, com maior abrangência e adesão. E aí, em meio a tanta especulação e guerra de informações, muita gente se pergunta: "Haverá mesmo outra greve, em tão pouco tempo?".  Analisando o decorrer dos acontecimentos, a resposta é: "Não, não haverá!" E eu explico os motivos pelos quais eu não acredito nisso..

         1) Não houve nenhum comunicado prévio de entidade sindical sinalizando tal intenção, muito pelo contrário: os principais sindicatos de caminhoneiros do país deram-se por satisfeitos às propostas apresentadas pelo governo no último domingo;

      2) Supúnhamos que os manifestantes estivessem reservando uma "surpresa" para a próxima semana . Aí, a tese faz menos sentido ainda, porque quem quer fazer surpresa, não fica anunciando ameaças pelo Whatsapp ou Facebook;

     3)  Pense numa greve e suas estratégias: Quem sabe ou participou de uma, sabe o quanto é difícil agregar, conseguir adesão maciça, seja através do poder de persuasão, ou na pior das hipóteses, através da intimidação. Enquanto estratégia grevista, em caso de insatisfação, seria estupidez dispersar a adesão para depois, tentar reconquistá-la, ainda mais depois de tantos transtornos. Não faz o mínimo sentido. Se fosse para continuar a greve, os caminhoneiros não teriam a interrompido.

     Mediante estes três elementos, reafirmo: Dificilmente a greve dos caminhoneiros retornará em breve. O que está acontecendo nas redes sociais e aplicativos de mensagem são ameaças, brincadeiras, ou sei lá o quê. Mas a quem interessa este jogo de especulações? Respondo: a todos que possam ganhar grana extra com o desespero dos mais "precavidos". Gente que, com medo do desabastecimento futuro, vai aos supermercados, comprando mais do que necessita a preços sutilmente elevados. O exemplo também serve para os postos de combustíveis. É isso o que está acontecendo agora. Não por acaso, segunda-feira é dia quatro, às vésperas dos vencimentos de muitos trabalhadores.

    Portanto, o retorno da greve é mera especulação, e ainda que aconteça, é impossível que venha com mais força, pois já houve desmobilização. A possibilidade que isso aconteça é a mesma que a fosfoetanolamina cure câncer ou que haja intervenção militar.

* O Eldoradense

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