29 de jan. de 2021

Comentário: "A incógnita sobre a greve dos caminhoneiros"

 


      Não bastassem todos os imbróglios políticos, sociais, econômicos e sanitários pelos quais passa o país, o Brasil poderá viver, a partir do dia primeiro do próximo mês, mais um daqueles transtornos que só servem para piorar o que não anda bem das pernas: uma possível greve dos caminhoneiros.

         Todos sabemos do quanto este país continental é dependente do modal logístico rodoviário, exatamente por ter desprezado outras variantes de transportes de grande potencial e custos infinitamente menores, como o hidroviário e o ferroviário. Sim, somos reféns das boleias, pneus e tanques de diesel. E há pouco menos de três anos, enfrentamos na pele uma greve duradoura e de grande impacto na economia nacional, reduzindo significativamente o PIB daquele ano, sob o mandato do então presidente Michel Temer.

        A grande pergunta é: Haverá mesmo greve? O cartaz acima é da CNTTL - Confederação Nacional dos Trabalhadores de Transportes em Logística, um dos sindicatos da categoria, mais ligado à esquerda. Porém, é fato a categoria possui inúmeros sindicatos, e a própria classe dos caminhoneiros é em grande parte, simpatizante do atual governo.

      Eis então, que a priori, se houver greve, a mesma será de menor adesão que em 2018, pois, apesar dos contextos econômicos serem muito parecidos com os daquele ano, os contextos políticos são bem diferentes. Há três anos os donos das grandes transportadoras viram, naquela oportunidade, uma forma de protesto político para alavancar o então probabilíssimo candidato Jair Bolsonaro. As pautas foram muito além das inerentes à categoria: ao invés de ficarem restritos ao preço do frete, dos combustíveis e afins, pediu-se "Intervenção Militar e Fechamento do Congresso". 

       Desta vez, a insatisfação quanto ao frete e aos combustíveis ainda procede, mas quem está sofrendo muito com isso são apenas os autônomos e celetistas. As grandes transportadoras, os tubarões do transporte rodoviário, através da CNT (Confederação Nacional do Transporte), já adiantaram que não apoiam nenhum movimento neste sentido, e vai além: promete garantir o abastecimento em caso de adesão parcial.

        Há de se considerar também que estamos enfrentando um cenário de pouca atividade econômica motivado pela pandemia. Tem muita gente querendo trabalhar a qualquer custo, e se dar ao luxo de fazer uma greve pode se tornar suicídio financeiro.

          Então, é bem provável que das duas uma: Ou a greve acontece de forma parcial, com baixa adesão, ou quiçá, ela nem aconteça. E talvez seja melhor assim, pois este seria um baque considerável para uma economia que está agonizando, esperando qualquer sinal mínimo de recuperação.


* O Eldoradense 

            

28 de jan. de 2021

Crônica: "Superstições no futebol"

 



    Eis que estou sentado na cadeira de área na varanda da casa de um dos meus melhores amigos, e pergunto:

      E aí, você não vai me enviar a foto da camisa do Palmeiras, para eu postar no blog?

     Ele, com ar um pouco constrangido me respondeu que não vai fazer isso porque o gesto simplesmente poderia "trazer azar" ao verdão no dia do jogo. Tentei argumentar, dizendo que um monte de gente já fez isso, que já comprou camisa, que já vestiu, e que o resultado do jogo vai depender do que os atletas fizerem em campo, e não de uma foto postada em blog. De nada adiantou, pelo visto. O cara parece acreditar mesmo nesta maluquice. E o que mais me surpreende é que é uma pessoa culta, apegada à ciência e às leituras, às constatações. Mas na hora do futebol, acredita nestes dogmas de Vó Manuela. Ah, quem não sabe quem é vó Manuela, lamento por não ter assistido à minissérie "Riacho Doce". Pesquisa no Google, não vou explicar!

     Mas é fato que cada um tem lá suas mandingas e crenças quando o assunto envolve o esporte bretão. Num campeonato de futsal escolar, já ouvi história de estudante que jogava com o mesmo calção até perder um jogo. Quando a derrota acontecesse, trocava o calção! Já ouvi gente dizer que assiste as partidas apenas em um canal televisivo, porque o mesmo traria boa sorte à equipe. Eu, particularmente, não tenho superstição alguma, mas tenho um hábito estranho, no final das partidas, se meu time estiver ganhando jogo decisivo: Fico andando pra lá e pra cá, como se isso acelerasse o tempo, para a partida acabar. Mas isso não é superstição, é nervosismo mesmo!

      Tem aqueles que apelam à religiosidade: Aí sim, é pra acabar! Desculpem-me mas, Iemanjá, São Jorge, São Gennaro, São Paulo, ou qualquer outra divindade têm muito mais coisas com o que se preocupar do que com peleja futebolística! Cada um no seu quadrado, ou melhor, no seu campo retangular e gramado.

      Porém, nesse misto quase pagão de religiosidade, superstição e futebol, eu presenciei uma história intrigante, no mínimo:

       Era um fim de semana de abril. Feriado. Mais precisamente, sexta-feira santa. Um monte de moleques e alguns adultos na beira do campinho do bairro, loucos pra jogar bola. Uns diziam que aquele dia não era para futebol, e outros, que não tinha nada a ver. Até que apareceu uma bola, e a maioria não resistiu: A pelota começou a rolar no gramado esburacado, sem qualquer pudor. Mas o que me intrigou neste dia inesquecível de memória adolescente foi o saldo final no fim daquela "pelada": Seis atletas de fim de semana que jogaram aquela peleja saíram machucados do campo, sem condições de retornar. Até hoje aquela sexta-feira santa me intriga, não nego.

      Contudo, mantenho o meu ceticismo e continuo afirmando que rituais ou a ausência deles não interferem nos resultados dos jogos. Se assim fosse, a coisa fluiria como disse João Saldanha, ex-treinador e famoso jornalista esportivo:  "Se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado"! Bem isso! Mas por via das dúvidas, não custa nada pedir uma forcinha para que Iemanjá proteja o "Leão do Mar" no próximo sábado!


* O Eldoradense

27 de jan. de 2021

Alfinetada: "Leite condensado"

 





         Enquanto a cesta básica enfrenta as pressões da inflação, o Governo Federal paga nada mais nada menos que R$ 162,00 numa lata de leite condensado. Tá vendo quem a maioria resolveu "Elegê"?
* O Eldoradense

14 de jan. de 2021

Comentário: Final brasileira na Libertadores!

 



    Na terça-feira, o Palmeiras surpreendeu de forma negativa e quase que colocou a classificação a perder em seus próprios domínios, sofrendo uma derrota por 2x0 para o temido River Plate. Como o verdão havia vencido pelo "placar implacável" de 3x0 na argentina, foi à final, aguardando o adversário a ser confirmado no dia seguinte. Porém, há de se ressaltar que apesar da derrota, o Palmeiras está fazendo uma temporada brilhante, pois já venceu o Campeonato Paulista, é finalista da Copa do Brasil e agora, da Libertadores. Ao meu ver, pelo elenco mais completo, o verdão tem um ligeiro favoritismo, coisa pouco maior que 50%, tal qual a eficácia da Coronavac. O maior campeão nacional da história vem agora tentando o seu bicampeonato na Libertadores. 

     Correndo por fora, ou melhor, nadando por fora, veio o peixe da Vila Belmiro. Com o elenco reduzido e as finanças no vermelho, o Santos foi para a Libertadores na condição de azarão e contava somente com o peso da camisa. Pois é, a camisa pesou! Venceu o Boca Juniors por 3x0 na semifinal sem dó nem piedade, após o empate sem gols na Argentina. Vem para a final embalado, com moral, e tenta nada mais nada menos que o tetracampeonato da competição.

       E para coroar esta grande final entre dois gigantes brasileiros, nada mais justo de que o palco seja também um gigante estádio brasileiro: O Maracanã! Certamente Santos e Palmeiras farão um jogo épico, destes de tirar o fôlego dos torcedores apaixonados. Preparem a cerveja, a pururuca e o filé de tilápia: Só um deles vai levantar a taça!

* O Eldoradense 

12 de jan. de 2021

Livro: "A mulher na janela", de A. J. Finn"

 



     Vocês sabem o que é agorafobia? É o medo descomunal de frequentar espaços abertos, contrário à claustrofobia, que é o medo de sentir-se preso, trancado. Quem tem esta doença prefere fica enclausurado, e desenvolve uma espécie de síndrome do pânico ao sair da sua própria redoma, da sua pequena e restrita zona de conforto. A protagonista do livro "A mulher na janela" sofre deste mal, e dentro de sua própria casa, onde mora só, tem a mania de beber vinhos, conversar na internet e bisbilhotar a vida alheia através da sua janela.

      E foi por conta deste último hábito que ela testemunhou um crime na casa de um dos vizinhos. O problema é que por sofrer um transtorno mental e beber muito vinho, ela se vê desacreditada pela polícia, pois nenhum vestígio do assassinato é encontrado. A trama se desenrola num suspense intrigante, onde o autor não sabe se existiu o crime de fato, ou o mesmo é fruto das alucinações da personagem. O desfecho é surpreendente, destes de tornar a história digna de cinema. E não é à toa que o best-seller se tornou objeto de consumo da Neflix.

      O livro foi escrito por Dan Mallory sob o pseudônimo A. J. Finn, reconhecido escritor norte-americano que ganhou ainda mais notoriedade por ter sua personalidade classificada por ser um mentiroso compulsivo e manipulador. Precisa dizer que o livro é, no mínimo, diferenciado?

* O Eldoradense



Comentário: "Faltou diplomacia"

  Anteontem, em Presidente Venceslau, esteve na Câmara Municipal o Ministro do Trabalho e emprego Luiz Marinho.   Acontecimento raro, que de...