Anteontem, em Presidente Venceslau, esteve na Câmara Municipal o Ministro do Trabalho e emprego Luiz Marinho. Acontecimento raro, que deveria servir de oportunidade para a cidade e para a região, tão carentes de ofertas de trabalho, consequência de fatores geográficos, mas também da falta de políticas de planejamento relacionadas ao tema, tanto na esfera estadual, quanto federal.
A recepção ocorreu majoritariamente por integrantes do Partido dos Trabalhadores e integrantes do MAST, que reivindica política de reforma agrária efetiva para o Pontal do Paranapanema.
Na "Casa do Povo", apenas dois vereadores da atual legislatura: Um do partido do ministro visitante, e o outro, presidente da Câmara. Fizeram as honras da casa, cumpriram protocolos, como manda a boa diplomacia do regime democrático, quando interesses públicos devem sobressair sobre diferenças ideológicas e partidárias. E, como registro inevitável, a ausência da chefe do executivo local, bem como de um representante sequer do seu secretariado. Lamentável, discutível, pra não dizer extremamente grosseiro.
O presidente da câmara local, Tácito Alexandre, numa fala que lembrou e muito a experiência e o traquejo político do seu pai, o ex-prefeito Tacinho, pediu desculpas em nome da comunidade por tal ausência.
Há coisas que não consigo entender: Se a tal "nova política" inclui no seu modus operandi a exaltação da polarização, a ausência de diálogo e a divisão partidária acima dos interesses comunitários públicos, então, façamos uma revisão de conceitos e adotemos novamente a prática que envolve a conversa, a polidez, a diplomacia.
A região do Pontal do Paranapanema simplesmente "grita" por trabalho, emprego e renda, e se a presença da prefeita não significasse efetivamente a resolução de tais problemas, ao menos sinalizaria empenho na redução dos mesmos. Mas não! Prevaleceram os interesses político-partidários, talvez porque habitamos numa cidade de eleitorado majoritariamente oposicionista ao governo federal, e tal presença pudesse "macular" o projeto de reeleição.
Há projetos de governo e projetos de Estado. Políticos que querem marcar seu nome na história, geralmente optam pela postura de Estadistas, pautados na diplomacia, no diálogo e na democracia. Mas também há interesses menores, que visam sucesso a curto prazo, e eu os respeito, apesar da minha discordância. Neste caso, ficou claro que optou-se pelos interesses menores e a curto prazo. Infelizmente!
* O Eldoradense
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