19 de ago. de 2021

Comentário: Sobre a trágica queimada de ontem em Presidente Venceslau

   Amigo leitor, veja o vídeo abaixo...

  Presidente Venceslau, quarta-feira, pouco tempo após o almoço. O céu passou a apresentar uma cor opaca e amarelada, atípica, como se o sol também estivesse tímido ou envergonhado pelo que estava acontecendo. Parecia que o Astro-rei nutria algum sentimento de culpa pelos erros humanos cometidos em nossos domínios geográficos. Até então, havia apenas uma estranheza e curiosidade em relação àquela coloração fosca que os olhos mais atentos testemunhavam. Olhos estes que ao visualizarem as redes sociais e aplicativos de mensagens, passaram a entender a causa do fenômeno: Um gigantesco incêndio na área rural de Presidente Venceslau ganhava proporções impressionantes, matando criações, animais silvestres, destruindo pastagens e propriedades. Não se sabe se a causa foi acidental, proposital ou mera imperícia no trato com o fogo. Mas é fato que foi uma imensa tragédia econômica, patrimonial e principalmente, ambiental em nosso município.

   O Corpo de bombeiros trabalhou arduamente, voluntários civis agiram de todas as formas na contenção da expansão de um cenário que, pelas filmagens, parecia um verdadeiro inferno de Dante. No céu, uma filha da terra comandava o águia que levava água: A capitã Mayara pilotou o helicóptero da Polícia Militar que fez a recolha hídrica de piscinas e lagoas, fazendo o trabalho do beija-flor que dava a sua contribuição na redução dos danos.

   Profissionais de imprensa noticiavam os fatos, comunicando sobre a necessidade do trabalho voluntário e do equipamento adequado para a confecção de aceiros emergenciais nas pastagens, com o intuito de atenuar a fúria das chamas. Não sei qual foi exatamente a dimensão geográfica do desastre, mas sabe-se que foi extensa. Um amigo meu testemunhou, no sítio do seu pai, a fuga desesperada de um bando de capivaras, que segundo sua estimativa, somavam aproximadamente cinquenta animais.

    O cenário, como era de se esperar, foi tão desolador quanto desesperador. Mas ao meu ver, serve como uma lição amarga: Ao sentirmos a ardência e os prejuízos das queimadas em nosso quintal, temos uma dimensão mais exata do quão prejudiciais para o meio ambiente são estas práticas em ecossistemas vitais para a biodiversidade, como o Pantanal e a Amazônia, por exemplo. 

   Por quantas vezes eu vi gente tratando estes problemas como secundários, ou até atribuíam algum exagero dos noticiários, achando que a exibição dos fatos teria fundo meramente político. Está aí: As queimadas são uma triste realidade, seja por puro vandalismo ou ganância  no avanço das fronteiras agrícolas sobre nossas matas. Meio ambiente também é patrimônio econômico. Pena que muita gente acha que uma coisa serve de entrave para a outra. Ledo engano: ambos se complementam...


* O Eldoradense

9 de ago. de 2021

Comentário: "O Brasil nas Olimpíadas"

 



  Encerrados os Jogos Olímpicos em Tóquio, é inevitável fazer o balanço do desempenho dos nossos atletas, que apesar de todas as dificuldades, fizeram bonito na terra do sol nascente. Só Deus sabe o quão difícil é ser atleta no Brasil, desde a precariedade e insuficiência de praças esportivas, passando pela pouca valorização dos profissionais de Educação Física e chegando ao desinteresse dos patrocinadores em esportes que possuem menor visibilidade.

     Mas enfim, foram 21 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e outras 8 de bronze, que renderam ao país a 12ª colocação no quadro geral, a melhor de todos os tempos, sendo o terceiro país melhor colocado das Américas, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá. Nada mal, em se levando em consideração que as projeções para os jogos de Paris, daqui a três anos, prometem superação.

     Foi bonito. Difícil não se encantar com a nossa "skatista de prata" Rayssa Leal, ou então, com o "surfista dourado" Ítalo Ferreira. E a Rebeca Andrade? Que show de simpatia, desenvoltura e maturidade. Ah, e sejamos justos: A mulherada mandou muito bem do outro lado do mundo! Seja no boxe, no judô, na maratona aquática, na vela, ou nas quadras de tênis e vôlei, nossas heroínas saíram com medalha no peito. 

    Confesso que fiquei decepcionado com Henrique Avancini, no Mountain Bike e com Gabriel Medina, no surf. Não corresponderam às expectativas depositadas, bem como a seleção masculina de vôlei, todos favoritíssimos, mas sem contemplação medalhística. Coisas do esporte. 

     E o futebol? Conseguiu um ouro épico, batendo a Espanha, num jogo disputado. Na hora da premiação, não vestiu o agasalho da patrocinadora oficial de todos os atletas olímpicos brasileiros, priorizando a marca  vinculada à CBF, causando uma polêmica desnecessária, que coloca em risco desportistas que ganham muito menos que os futebolistas. Egoísmo, caracterizando que o futebol, mais uma vez, é um mundo à parte. Ouro de tolo, como diria Raul Seixas.

     Fica a expectativa de melhoria contínua a cada Olimpíada, haja vista que somos um país que reúne condições favoráveis para a prática desportiva: temos um clima invejável, uma população étnico-cultural miscigenada, rios e mares abundantes. Basta mais investimento, e fatalmente, logo estaremos no "top teen" do quadro geral de medalhas. Investimento este que passa pelo estímulo ao esporte, desde as aulas da Educação Física nas escolas até os projetos específicos para comunidades carentes e em risco de vulnerabilidade social. Façamos do esporte um objeto de inclusão, e fatalmente, seremos potência olímpica..


* O Eldoradense   

Comentário: "Faltou diplomacia"

  Anteontem, em Presidente Venceslau, esteve na Câmara Municipal o Ministro do Trabalho e emprego Luiz Marinho.   Acontecimento raro, que de...