"Vamos nos submeter, mais uma vez, como sempre fizemos", ao voto popular, disse a presidente ao anunciar sua decisão, quatro dias antes do fim do prazo para a inscrição dos candidatos. A presidente, 58 anos, anunciou sua candidatura durante o anúncio do plano "Televisão para Todos" de promoção da TV digital em todo o país. "Meu compromisso é irrevogável", disse Kirchner, ao manifestar sua esperança de "ser uma ponte entre as novas e as velhas gerações".
"Sempre soube o que deveria fazer (...). "Sempre tive uma alta responsabilidade política, histórica e pessoal", afirmou a presidente após recordar o início de sua carreira como parlamentar no final dos anos 80, na patagônica Santa Cruz, a província natal de seu falecido marido, Néstor Kirchner.
"Além de presidenta, sou mulher, mãe. Jamais se esqueçam disto!" - disse Cristina ao justificar a demora no anúncio da candidatura.
Kirchner será candidata da Frente para a Vitória, a ala social democrata do peronismo, e terá como principal adversário o deputado Ricardo Alfonsín, da coalizão liderada pela União Cívica Radical (UCR), a segunda força parlamentar. "Nunca duvidei que fosse concorrer (...). Se não fosse ela, teriam muitos problemas internos na Frente para a Vitória", disse Alfonsín, ao prever a derrota de Cristina nas eleições de outubro.
O ex-presidente Eduardo Duhalde, candidato em outubro por uma facção dissidente do peronismo, estimou que Cristina "perdeu a oportunidade de sair por cima". "Não está preparada para governar. Quem mexia dos cordões era Néstor Kirchner".
Duhalde, presidente entre 2002 e 2003, disse que Kirchner "está sob enorme pressão, vinculada a seu problema familiar (morte de Néstor), e sofre de um estado depressivo muito grande...".
A cristã liberal Elisa Carrió, outra candidata à presidência em outubro, disse que Cristina Kirchner "enganou com o luto e o choro, mas não era bem assim". "O luto terminou, começa a batalha (...) contra o modelo de demagogia, mentira e roubo" do atual governo.
Cristina, que chega ao final do mandato com uma aprovação de 60%, segundo a analista Doris Capurro, assumiu a presidência em outubro de 2007, quando sucedeu seu marido, com vitória no primeiro turno por 45,2% dos votos, quase o dobro do obtido por Elisa Carrió.
A popularidade do atual governo é baseada no vigor da economia, que cresce a um ritmo anual superior a 7%, em média, há oito anos, mas a oposição aposta no desgaste provocado pelos escândalos de corrupção e pela manipulação dos índices econômicos, especialmente sobre a inflação.
Em 2008, um longo conflito com o setor agrário envolvendo impostos sobre as exportações de soja derrubou a popularidade de Cristina a seu menor nível, de 29%, e no ano seguinte Kirchner perdeu a hegemonia no Congresso nas eleições parlamentares. Fonte:- Uol Notícias * Para visualizar a imagem em tamanho original, clique sobre a mesma.
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