28 de mai. de 2011

"Poema da extinção das espécies"


“Poema da extinção das espécies”

Os animais estão invadindo,
os ambientes urbanos;
aos poucos, vão contraindo,
as doenças dos humanos...

Canguru perdeu o sono,
na bolsa, ele investiu;
era o único dono,
daquela empresa que faliu...

Tatu fez tatuagem,
usou agulha infectada;
no diagnóstico por imagem,
viu a hepatite avançada...

Elefante com esclerose,
 perdeu a memória;
ele sabe como é dose,
esquecer a própria história...

Uma hora o urso ri,
na outra, começa a chorar;
só depois que entendi,
que era um urso bipolar!

A vaquinha, está imensa,
de tanto comer sal;
pobrezinha hipertensa,
“volta e meia”, passa mal...

A preguiça, era tranquila,
mas agora, está agitada;
de tanto pegar fila,
encontra-se estressada...

O macaco, todo dia,
passou a mascar chicletes;
aumentou sua glicemia,
e está com diabetes!

E a alegre hiena,
que sempre ria da vida;
dela tenho pena,
pois está  tão deprimida!

E o que dizer dos coelhos?
Que perderam a vergonha;
os olhos estão mais vermelhos,
de tanto fumar maconha!

O papagaio falante,
que fofocava de tudo;
viu a companheira com o amante;
e depois, ficou mudo!

E tem o ser humano, 
que se acha inteligente;
entra ano, sai ano,
 está cada vez mais demente!

Mata, desmata e polui,
numa ambição desmedida;
mesmo sabendo que isso influi,
na extinção da própria vida!

* O Eldoradense

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