30 de ago. de 2018

Comentário: Sobre a entrevista de Alckmin no JN




    Acabei de assistir no Youtube a entrevista de Geraldo Alckmin no Jornal Nacional. Antes de iniciar o comentário sobre o evento, queria explicitar uma teoria particular: Entrevistas, assim como debates, podem até ajudar o eleitor indeciso. O eleitor que já tomou a decisão, dificilmente mudará sua intenção de voto, porque seu olhar crítico já está focado em um ponto, e este "foco" em si, compromete a análise imparcial, via de regra. Digo isso porque colhi opiniões de três amigos, e cada qual teve uma visão diferente do mesmo evento.

     Primeiramente, gostaria de enaltecer a qualidade técnica dos entrevistadores. Tanto Willian Bonner quanto Renata Vasconcelos, ao meu ver, souberam tocar nas feridas mais sensíveis dos problemas que ocorrem aqui no Estado de São Paulo, mas que muitos eleitores - até aparecer o "fenômeno"  Bolsonaro - não percebiam, ou fingiam não perceber.

    Segundo, tenho que elogiar ao menos o equilíbrio de Geraldo Alckmin. Se por um lado eu não tenha simpatia alguma pela sua forma de governar, tenho que admitir que ele é racional e democrata, virtudes essenciais para quem almeja um cargo de tamanha magnitude, como é a Presidência da República.

     Porém, na maior parte do tempo, achei o candidato tucano demasiadamente evasivo, principalmente nos questionamentos relativos à corrupção praticada no PSDB, bem como no tocante às obras inacabadas por seu governo. Não foi convincente. Quando questionado sobre saúde e educação, ele ficou naquela de que "Em São Paulo temos o melhor do Brasil", o que não quer dizer que seja bom ou minimamente satisfatório, longe disso. A única concordância que tive em suas respostas ou apologia ao próprio governo dizem respeito à política fiscal e às contas públicas do Estado, que, priorizando o superávit primário, manteve alguma capacidade de investimento, mesmo diante da crise nacional.

     Reitero: Alckmin só terá meu voto num cenário de segundo turno diante de Bolsonaro, o que não quer dizer que ele seja um candidato do meu agrado. É que contra Bolsonaro eu voto até mesmo se for para eleger um "cavalinho do Fantástico" com a camisa do Corinthians!


* O Eldoradense

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