6 de ago. de 2018

Comentário: "O jogo da estratégia"



   Para quem foi adolescente nos anos noventa, a imagem acima  acima provavelmente é familiar: Trata-se de "WAR" o "Jogo da estratégia. Neste famoso jogo de tabuleiros, cada participante recebia uma missão aleatória, tendo que conquistar, através dos seus "exércitos", diferentes regiões do globo terrestre. Aquele que cumprisse primeiro a missão atribuída, ganhava o jogo, obviamente. Joguei muito isso na casa de um amigo, que hoje é "baterista". Não baterista de banda rock, mas revendedor de baterias automotivas. Tá, a piada foi besta, mas eu não poderia perder esta!

    Ontem foi o último dia para que os candidatos à Presidência da República anunciassem os vices que completariam suas respectivas chapas. Alianças políticas são fruto de estratégias políticas, e por isso eu acabei me lembrando de "WAR", com a diferença que nas eleições presidenciais, o objetivo de todos é comum: colocar a faixa verde-amarela no peito. Farei, abaixo, minha humilde análise das chapas e estratégias dos principais candidatos:

    1) Lula/Haddad (PT): O PT sabe que Lula não disputará as eleições, por motivos óbvios. Mas insiste em acreditar na tese, pois seu "Plano B" é mantê-lo na mídia até o último instante, com o objetivo de que ele eleja mais um "poste", como fez com Dilma. Sob o ponto de vista ético e moral, uma lástima. Enquanto estratégia política pura e simples, pode ser que surta algum efeito.


      2) Alckmin (PSDB)/ Ana Amélia (PP): O ex-governador de São Paulo conseguiu fazer uma aliança maior que os anéis de Saturno! Agregou vários partidos do chamado "centrão", o que vai lhe garantir mais da metade do tempo televisivo na Propaganda Eleitoral Gratuita. Também é fato que a escolha da senadora gaúcha Ana Amélia tenha por objetivo cooptar mais votos no sul do país, que na história recente das eleições presidenciais têm premiado o PSDB, preferência que pode ser dividida com  Bolsonaro e com o paranaense Álvaro Dias.  Dentre todos os estrategistas Alckmin foi o que mais se saiu bem, em se tratando da corrida presidencial em si. A grande pergunta é: Qual o preço a se pagar, caso seja eleito?


        3) Bolsonaro (PSL) / General Mourão (PRTB): Não consegui ver aliança ou estratégia nesta chapa. Sinceramente, Bolsonaro não conseguiu chamar para si um outro nicho eleitoral, importantíssimo para que se ganhe uma eleição. Ficou restrito ao ambiente militar e conservador, que já é de seu domínio. Não agregou sequer tempo de televisão, o que é muito ruim para quem está bem nas pesquisas e precisa se defender das inevitáveis críticas adversárias. Pesa ao seu favor o discurso da coerência e que fez uma chapa genuína, o que supostamente dispensaria troca de favores em caso de vitória. Porém, no campo político, é preciso maior articulação para atingir o objetivo máximo.

      4) Marina Silva (REDE)/ Eduardo Jorge (PV): Outra aliança coerente, (como a citada acima); porém, pouco agregadora. Os nichos eleitorais são praticamente os mesmos, voltados ao viés do discurso ecológico e sustentável com tendência esquerdista. É fato que Marina tem um capital eleitoral, e que Eduardo Jorge é um cara boa praça, mas faltou um certo "equilíbrio" na composição da chapa. Correm sérios riscos de ficarem restritos a um só perfil de eleitor.

      5) Ciro Gomes / Kátia Abreu (PDT): Ciro Gomes não conseguiu compactuar uma grande aliança esquerdista em torno do seu nome, como assim esperava. Na verdade, conseguiu muito pouco em relação à soma de forças, tendo que compor a chapa com uma política do mesmo partido, a senadora Kátia Abreu, que possui boa inserção junto ao nicho eleitoral do agronegócio. Talvez consigam bom capital eleitoral em duas regiões do país: O Nordeste e o Centro-Oeste. Mas ainda assim, tenho certeza que foi uma aliança abaixo das expectativas do próprio Ciro.


       6) Álvaro Dias (PODEMOS)/ Paulo Rabelo (PSC): Aliança pouquíssimo efetiva, principalmente para quem anda mal nas pesquisas, quase que embrenhado no esquecimento. Apesar do fato de Paulo Rabelo ser um economista tido como "liberal", (o discurso da moda neste momento de falência estatal); o PSC não soma muita coisa em termos de tempo televisivo e apoio efetivo. A campanha de Álvaro Dias tem enormes chances de naufragar.

      7) Guilherme Boulos/ Sônia Guajajara (PSOL): Mais uma chapa puro sangue radical propensa ao fracasso. Na boa, não dá nem para comentar.

    8) Henrique Meirelles/ Germano Rigotto (PMDB): O PMDB sabe que não leva estas eleições nem com reza brava. Formou uma chapa "puro sangue" porque sabe que carregar nas costas o legado de Michel Temer é um fardo pesadíssimo. Vai concorrer ao pleito somente para pleitear favor político em troca de apoio no segundo turno. Além disso, Meirelles pode entender alguma coisa de economia e planilhas, mas de palanque, sabe tanto quanto o Bolsonaro de gestão...



* O Eldoradense

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