11 de ago. de 2019

Posso dizer com toda convicção: Tive um pai acima da média!


     " Seu pai era cabeceira. Para ele, eu venderia até mesmo com uma assinatura em papel de embrulhar pães" - Moribe, garagista, vendedor de motos


     " Fernando, de todas as pessoas da nossa família, a que eu mais gosto é do seu pai" - Dona Anízia, minha avó materna, falando sobre o genro.


     "Uma cliente me disse que se você tiver cinquenta por cento da bondade do seu pai, posso me casar contigo tranquila" - Juliana, minha falecida esposa.

"Seu Chico" trabalhando na Farmácia da Santa Casa de Presidente Venceslau

Meu pai ao lado da minha mãe, em comemoração de aniversário temático: Santos F. C!!







   Os elogios postados acima, foram apenas alguns dos que eu ouvi pessoalmente em relação ao meu pai, e se fosse mencionar todos, o texto abaixo seria dispensado. Quanto à homenagem, há muito tempo queria fazer algo mais completo, mas estabeleci que só  realizaria quando julgasse que as emoções afloradas não comprometessem a qualidade do texto. Quinze anos se passaram depois que "Seu Francisco" foi morar com Deus, e eu percebi que independente do tempo, é inevitável que tais emoções brotem em forma de lágrimas...


    Meu pai foi um homem simples, de pouco estudo, mas de uma sabedoria e uma capacidade de articulação incomuns. Conversava com todos, "sabia chegar" nos mais diferentes ambientes, habilidade que até hoje, eu não tenho. Era sereno, expansivo, sorridente, simpático, otimista. E se ele quis me transmitir tais qualidades, lamentavelmente não consegui herdá-las, talvez por personalidade própria. Sempre fui muito tímido e introspectivo, ao contrário do velho. Mas também tenho consciência de que herdei muito de suas virtudes,  num exercício bem realista e sincero de autoavaliação. Considero que assimilei muito de sua bondade, da correção com que exercia compromissos, pontualidade e assiduidade no trabalho. Cuidou e protegeu da família com todas as forças, ainda que as limitações financeiras fossem obstáculos. Compensou tais dificuldades com muito amor e dedicação. 


     Trabalhou por dezesseis anos na extinta Caiuá - atual Energisa - e outros dezesseis anos na farmácia da Santa Casa de Presidente Venceslau. Era compromissado, profissional e extremamente cordial com os colegas de trabalho, sendo que alguns, até pouco tempo atrás, me chamavam por "Chiquinho". Nestas situações, eu poderia nutrir algum sentimento de "identidade violada", mas qual o quê! Eu sentia um orgulho danado de ser chamado daquela maneira!


        Lembro-me que, por conhecer tanta gente e ter muito carisma, um ex-prefeito convidou o "Seu Francisco" para se candidatar a vereador. E numa conversa com a minha mãe, percebi que meu pai chegou a cogitar intimamente a proposta. Percebendo aquilo, eu lhe disse: "Pai, não se mete nisso não! O senhor vai perder parte da consideração das outras pessoas, além de perder a própria paz!" Notei que ele ficou surpreso com a minha observação, e pouco tempo depois, abandonou a possibilidade, certamente percebendo que aquela não fosse a sua praia.

      Quando comecei minha vida adulta e adquirir minhas modestas conquistas materiais, sempre fazia questão da presença paterna no fechamento dos negócios. Meu pai esclarecia todas as dúvidas, ponderava prós e contras, me elucidava, e eu me sentia seguro com aquilo. Foi assim desde a simples compra de uma moto até a aquisição da minha casa própria. Era como se ele fosse meu "procurador", e o consentimento ou não dele nas aquisições tinha um peso enorme nas minhas decisões.

   Mas o que mais eu admirava no meu pai era o quanto ele havia conquistado todos na família da minha mãe. O sentimento que meu avós maternos nutriam por ele extrapolava a relação sogros/genro: Seu Francisco pai era considerado como filho deles! E olha que eu arriscaria dizer que talvez fosse o filho predileto!  Em dada oportunidade, minha avó, dona Anízia, com as mãos em meus ombros, e olhando nos meus olhos, me disse: "Fernando, de todas as pessoas da nossa família, a que eu mais gosto, é o seu pai". Ouvi aquilo com um grande susto e felicidade ao mesmo tempo. Enfim, foram tantos motivos, e principalmente esta fala da minha avó, que me levaram à seguinte conclusão: Obrigado, Deus!  O Senhor me agraciou com um pai acima da média...


* O Eldoradense

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