Não sou de pedir dinheiro emprestado aos amigos. Mas se o sujeito (a) em questão possui uma biblioteca ou ao menos uma estante literária interessante, solicito empréstimos sem me fazer de rogado. E ontem, por conta de um destes empréstimos, fui agraciado com a leitura de "Dom Quixote" - O cavaleiro da triste figura, escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes.
A história refere-se a um indivíduo que, mergulhado na paixão pelos livros sobre os cavaleiros andantes, perde a noção da realidade. E no auge da sua alucinação, consegue uma armadura, um pangaré, e passa a encarar desafios e aventuras, que, na verdade, não passam de engraçadas e deliciosas confusões. Como todo cavaleiro precisa de um escudeiro, Dom Quixote consegue convencer o pobre Sancho Pança para tal função, e a dupla aventureira passa a se meter em sucessivas desventuras. O primeiro, movido pela alucinação, o segundo, pela ambição, já que o cavaleiro havia prometido ao escudeiro que, ao final de tantos desafios, o mesmo ganharia uma "ilha" para governar.
Dom Quixote é um livro leve, gostoso de se ler. No decorrer da narrativa, o leitor se surpreende e dá boas risadas com as confusões em que se metem cavaleiro e escudeiro. Algo muito parecido com os personagens "O gordo e o magro", ou então, Chicó e João Grilo, de Ariano Suassuna.
Para se ter uma ideia da dimensão alcançada pelo livro Dom Quixote, acredita-se que, no mundo, ele só foi lido menos que a Bíblia. Miguel de Cervantes o publicou quando tinha 58 anos, sendo que, no espaço dedicado ao escritor na Biblioteca de Madri existem mais de três mil edições da obra, em todos os idiomas oficiais falados no mundo. Não é pouca coisa não, hein?
* O Eldoradense
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