"Mahatma Gandhi é venerado por milhões de pessoas, não apenas na Índia, mas em todo o mundo. Não podemos permitir que qualquer pessoa faça inferências negativas sobre figuras históricas e as denigra. A história não nos perdoaria", disse o ministro do Direito, M. Veerappa Moily, ao jornal Indian Express. Uma emenda proposta à Lei da Honra Nacional, de 1971, pode fazer com que Gandhi, a Constituição e a bandeira nacional sejam protegidos, de modo que quaisquer insultos a Gandhi sejam passíveis de pena de prisão.
A biografia escrita pelo autor premiado com o Pulitzer Joseph Lelyveld, "Great Soul: Mahatma Gandhi and His Struggle with India" ("Grande Alma: Mahatma Gandhi e sua Luta com a Índia", em tradução livre), detalha a correspondência trocada em 1908 entre o combatente pela liberdade e Hermann Kallenbach, um fisiculturista judeu alemão.
Resenhistas de jornais americanos e britânicos citaram uma carta em que Gandhi escreve a Kallenbach sobre "quão completamente você tomou posse de meu corpo" como sendo prova da bissexualidade do líder indiano. O crítico Andrew Roberts escreveu no Wall Street Journal que a biografia mostra que Gandhi era "um ser sexual bizarro". Lelyveld nega que seu livro diga que Gandhi era bissexual. A alta corte de Délhi, em um julgamento importante em julho de 2009, decretou que a atividade sexual gay não é crime, mas a legislação da era colonial que criminaliza o sexo homossexual não foi revogada, e os relacionamentos entre casais gays ainda são tabu na Índia.
O Estado de Gujarat, onde Gandhi nasceu, proibiu na quarta-feira, 30, a venda e distribuição da biografia. A imprensa local informou esta semana que o Estado de Maharashtra também está tomando medidas para proibir o livro. "A população de Gujarat jamais vai tolerar esse insulto a Gandhi", disse o ministro chefe Narendra Modi, que lidera o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata em Gujarat.
O livro de Lelyveld não é o primeiro a ser vítima de pressão política ou religiosa na Índia. Em outubro, um romance de Rohinton Mistry, "Such a Long Journey" ("Uma viagem tão longa"), foi tirado do currículo da Universidade de Mumbai, depois de o autor ter sofrido ameaças do grupo político de extrema direita Shiv Sena. Maqbool Fida Husain, o pintor mais famoso da Índia, vive no exílio em Dubai desde que grupos nacionalistas hindus o ameaçaram por ter feito pinturas de deusas hindus que mostram nudez. Fonte:- Último Segundo * Para visualizar a imagem em tamanho original, clique sobre a mesma.
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