28 de dez. de 2022

Conto: "Odnan e o gelo filosofal"

 


    

   Odnan era um jovem inquieto, que tinha uma sede insaciável de conhecimento. Consumia livros de forma voraz, como se fosse um beduíno bebendo o último litro de água gelada e cristalina no deserto. Não se contentava com uma explicação, queria saber outras versões sobre o mesmo assunto, outros prismas, outras vertentes. Muitas vezes tirava a sua própria conclusão, mas, por várias vezes, as dúvidas o afligiam. Até que num momento de transe sobrenatural, seu subconsciente materializou um gênio bem na sua frente, ao lado da prateleira de livros e do computador...

     Fala, Odnan, o que você quer?

     Quem é você?

    Sou um gênio, tipo daqueles da lâmpada, mas nem venha fazer três pedidos. Comigo é apenas um, e fala logo que eu não tenho tempo a perder...

    E-eu... E-eu... Eu quero ter o conhecimento pleno de tudo!

   Toma. Este é o gelo filosofal, e, como todo o conhecimento adquirido, ele não se derrete, a não ser que eu tenha que intervir. Toda dúvida que você tiver, toque no gelo e teu subconsciente lhe trará, automaticamente, a resposta.

    Sé.. sério? 

   Odnan fez um teste. Pensou qual seria a raiz quadrada de 3.908.529. Rapidamente o número 1977 apareceu em sua frente. Pensou na capital de um país desconhecido: Tuvalu. Como num passe de mágica, o nome Funafuti soou em seus ouvidos. Ficou maravilhado! Carregava o gelo filosofal consigo por todos os lugares, sem abandoná-lo por um segundo sequer.

   E assim Odnan tornou-se um adulto respeitado por tamanha sabedoria. Prestava consultorias empresariais, governamentais, consertava rádio, casamento, garapeiras e reatores nucleares.

   Fez fama, fortuna, viveu numa correria desenfreada movida pela vaidade de quem tudo sabia. Até que no aniversário de 42 anos, numa crise de meia idade, começou a pensar na morte. O que viria depois dela? Largou os convidados trajados a rigor no saguão de sua mansão, e para se concentrar na resposta, tocou o gelo filosofal. Obteve meia resposta: "Só Deus sabe. Mas você pode recorrer a alguns livros e até a algumas pessoas para tentar uma resposta que o convença. Caso contrário, só morrendo mesmo, para saber, de fato".

     Desesperado, abriu a Bíblia sagrada, que dizia que as almas permaneciam adormecidas até à volta de Jesus, aguardando o julgamento final.  Não contente, recorreu à literatura Kardecista, que dizia que os espíritos desencarnavam procurando evolução constante. Mandou uma mensagem para um amigo ateu, que disse que após a morte, nada mais acontecia, e que este era o fim da linha.

     Três versões diferentes para um mesmo assunto. E deveriam ter mais respostas dentro de outras culturas, outras religiões. Percebeu que não tinha o conhecimento pleno, que não sabia de tudo! Atônito, abriu o cofre e empunhou a arma que tinha adquirido legalmente por ser "colecionador". Só passando para o outro lado da vida é que teria a resposta, de fato...

     Eis que um sujeito estranho, penetra da festa, entrou no quarto trajando smooking e bebendo uísque. Suas mãos quentes como lava de vulcão derreteram o gelo filosofal em um milésimo de segundos. 

     Tua ambição por conhecimento já foi longe demais, alcançou o patamar da heresia! Recolha-se à insignificânca de um mortal comum...

     Houve um fenômeno neurológico no cérebro de Odnan, como se fosse uma diminuição nas descargas elétricas. Uma contração sensorial, uma espécia de "Big Bang cerebral às avessas". Ele manteve-se culto, articulado, mas dentro dos padrões normais de alguém que construiu o conhecimento, e não o adquiriu repentinamente. Bebeu, dançou e comemorou o aniversário de 42 anos. 

    Enquanto isso, o velho gênio que trajava smooking e bebia uísque aguardava o Uber no portão principal da mansão de Odnan: Era hora de partir para nunca mais atender os desejos de nenhum humano megalomaníaco. Ele também aprendeu uma lição genial, por incrível que pareça...

* O Eldoradense    

19 de dez. de 2022

Comentário: "A maior final de Copa de todos os tempos!"

 



   E ontem encerrou-se mais um episódio da emocionante e glamourosa história das Copas do Mundo de futebol. Muitos dizem que é o maior espetáculo da Terra, e sinceramente, não tenho motivos para discordar. A quantidade de espectadores diante do evento é gigantesca, a mobilização dos torcedores, a alegria das vitórias, o choro nas derrotas formam todo um contexto incrivelmente emocionante que reforça a tese. 

    Argentina e França foram os qualificados para fazer o último embate. Ambos chegaram ao epílogo carregando uma derrota na primeira fase, mas é fato que ambos os selecionados também demonstraram uma enorme capacidade de recuperação e mesmo antes do confronto, a expectativa era de uma final épica.

    Porém, admito: Por mais que eu imaginasse que a final seria uma grande partida, era difícil prever algo tão dramático, tão intenso, tão perfeito levando-se em consideração a qualidade do jogo, a entrega, a beleza do espetáculo.

      Jogadores realizando o melhor de si, tanto do ponto de vista técnico quanto tático. Os regentes das duas seleções não foram meros espectadores dos seus comandados: Tiveram leitura pré jogo e durante a partida, variando as possibilidades de alternância de placar. O técnico Argentino foi melhor na escalação inicial, o francês, sem dúvidas, foi mais eficaz nas alterações que recolocaram os "Le blues" num jogo que até os 78 minutos - também conhecidos como 33 do segundo tempo - parecia perdido.

    Messi e Mbappé justificaram seus respectivos protagonismos. "Representaram", usando uma linguagem mais popular. A prorrogação foi tão intensa quanto a etapa regular de jogo, com mais um gol para cada lado. A França, naquela que talvez fosse a bola do título, perdeu a chance de fazer 4x3 numa defesa heróica do goleiro portenho.

    Nos pênaltis, deu Argentina. Há quem diga que pênalti é loteria, mas ao meu ver, isso rechaça toda a competência, técnica e equilíbrio emocional dos cobradores e goleiros. E neste pequeno detalhe, los hermanos foram superiores. Uma vitória ocorrida dentro da margem de erro de duas conversões a mais para Messi e seus companheiros. O título por uma questão de destino, parecia mesmo ser Argentino, com todas as características deste povo: Buscado no âmago, visceral, dramático, intenso, como um bom tango de Gardel. Mas é fato que se se a taça fosse novamente para Paris, também não seria injusto, tamanho o equilíbrio ocorrido dentro do campo. 

     Provavelmente, encerrou-se o ciclo "Messiânico" nas Copas, com justiça e chave de ouro. Mas ficou claro que há uma transição animadora: Mbappé tem juventude e futebol de gente grande, prometendo encher os olhos não só dos franceses, mas também como de todos os amantes do maior espetáculo da Terra. Aos deuses do futebol, muito obrigado por ontem, mesmo com a seleção brasileira ausente do fim da festa. Afinal, todo deus tem que ser justo:Mesmo aqueles escritos com letra minúscula para assuntos menos sérios...


* O Eldoradense

17 de dez. de 2022

16 de dez. de 2022

Facebike torcendo pra Argentina na final: "Los ladrones sueltos" - "La rubia del avion!"

    E o Facebike de hoje resolveu aderir à torcida Argentina para a grande final da Copa do Mundo, diante da França. No percurso, o som da banda "Los ladrones sueltos", tocando "La rubia del avión"...


* O Eldoradense


10 de dez. de 2022

Vídeos curiosos: Sobrevoando Presidente Epitácio de balão...

   E hoje o blog deu um tempo na bike e resolveu aderir a um outro esporte de ação: O Balonismo, num sobrevoo muito bacana em Presidente Epitácio. Confira:



* O Eldoradense


1 de dez. de 2022

Comentário: "O perfil do bom professor de geografia"

 



          Escrevo este texto em manifestação de solidariedade a dois profissionais de educação que supostamente foram demitidos de um colégio particular de Presidente Venceslau por motivação política. O caso deu pano pra manga. Logicamente a instituição de ensino alega "reestruturação pedagócia", enquanto alguns pais de alunos reforçam a tese de perseguição política. Diante do quadro de polarização latente no país, outro grupo de pais de alunos rechaçam a tese. Sinceramente eu não conheço as partes envolvidas, e caso a questão atinja níveis litigiosos, o Ministério Público do Trabalho é certamente  o julgador mais apropriado. 

     A manifestação de solidariedade é pelo contexto: Se foi perseguição política, de fato, é lamentável. Se foi por reestruturação pedagógica, seria compreensível, porém, a polêmica em si e o constrangimento de encerrar um ciclo desta forma, não é menos lamentável. 

       Enquanto graduado em Geografia numa das mais renomadas instituições públicas universitárias do país - sim, digo isso com muito orgulho e sem qualquer falsa modéstia - sei que lecionar a disciplina requer muito mais do que o simples repasse de conhecimento técnico: É preciso estimular o senso crítico, formar não apenas o aluno, mas também o cidadão consciente do seu papel na sociedade.

        A Geografia se divide basicamente em duas ramificações: A Física e a Humana. Na Geografia física se ensina, por exemplo, a morfologia dos relevos, hidrografia, clima, vegetação, a formação dos continentes e dos oceanos. Na Geografia Humana há o repasse do conhecimento sobre a interação humana com os acidentes geográficos citados acima, bem como a noção cartográfica básica para entender estas interações: Atividades econômicas em determinado espaço, degradação ambiental, sustentabilidade, por exemplo. Porém, a Geografia Humana também flerta com outras ciências em seu vasto conteúdo: Sociologia, História e Filosofia são algumas delas.

    Agora, amigo leitor, vos pergunto: Como lecionar a dinâmica dos ecossistemas sem falar de desmatamento e poluição, por exemplo? Como explicar efeito estufa, destruição da camada de ozônio sem falar de políticas ambientais ou a falta delas? Como, dentro da Geografia Humana, falar de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, capitalismo de centro e periférico, socialismo, comunismo, democracia, ditadura, num discurso desprovido do conteúdo político? Impossível. Seria como lecionar matemática sem números.

     Enfim, o bom docente de geografia vai muito além do simples repasse do conhecimento: Ele provoca, estimula, indaga. Do bom e complexo trabalho deste profissional resulta alunos preparados para os processos seletivos mais  importantes da atualidade: O ENEM e os vestibulares, por exemplo. Alunos desprovidos do senso crítico e limitados apenas ao conhecimento técnico, obviamente ficarão para trás nesta disputa, pois teriam limitação de conteúdo. E é no estímulo ao debate em sala de aula que muitos alunos e inclusive pais de alunos confundem a prática com militância política. O professor explana seu ponto de vista pessoal, cabe ao aluno, que tem livre arbítrio, concordar ou discordar. A tese de "doutrinação", por si só, trata o aluno como um ser desprovido de opinião própria. Ainda que seja um ser em formação, o aluno não é um acéfalo, e vem para a sala de aula com influências e informações do ambiente familiar, também. O aluno é livre e capacitado para tirar suas próprias conclusões.

    Enfim, fica o manifesto de solidariedade aos profissionais demitidos pelo contexto polêmico no qual se deu o processo. Homenageio nestes parágrafos Teodoro Sampaio, um dos primeiros geógrafos deste país, e também Milton Santos, o maior ícone da geografia nacional. Ambos de origem humilde e afrodescendentes. Força e fé, amigos! Ainda chegará o dia em que os educadores serão respeitados pela classe política e pela sociedade. Não leciono, nunca lecionei, mas me considero um "professor desviado da função": Circunstâncias da vida...


* O Eldoradense       

25 de nov. de 2022

Comentário: Copa do Catar - "Primeira rodada, primeiras impressões"

 



    E a maior festa do futebol mundial começou lá no Catar com direito a tudo o que uma Copa do Mundo oferece: Goleadas, confirmação de favoritismo e zebras. Diferente dos outros mundiais, não assisti a todos os jogos da primeira rodada. Porém, estive sempre atento aos resultados e sim, procurei assistir aos jogos das principais potências futebolísticas do globo, motivado pelos seus craques e também pelo espetáculo que estas seleções podem proporcionar.

     Primeiro vamos às zebras: Argentina e Alemanha falharam em seus primeiros jogos, teoricamente os mais fáceis dos seus respectivos grupos. Los hermanos capengaram diante dos sauditas, e, num grupo que também possui México e Polônia, correm risco de sucumbirem na primeira fase. Para a sorte portenha, mexicanos e poloneses empataram, e, portanto, a Argentina tem chances maiores de recuperação. Os alemães, porém, perderam para os japoneses, e têm pela frente a fúria espanhola: Se perderem para os castelhanos, correm sérios riscos de voltarem mais cedo para terras germânicas.

       Os espanhois me impressionaram: Um sonoro 7x0 para cima da Costa Rica. Porém, ainda mais impressionante que o placar em si, foi a forma com que a vitória foi concretizada. Posse de bola constante, marcação incansável e alto poder de finalização. Lembra muito a fúria campeã de 2010, porém, com elenco renovado. Na minha opinião, o melhor futebol da Copa, até então. 

    Os franceses também vêm forte: Mesmo desfalcados do maior craque - o artilheiro Benzema, cortado por contusão - golearam a Austrália por 4x1 com propriedade e chancela de últimos campeões. Favoritíssimos ao título também.

     Já os ingleses, mesmo com a goleada de 6x2 sobre o Irã, que convenhamos, não é lá um grande adversário, sempre me deixam com desconfianças. A Inglaterra é aquele time bom, de liga nacional forte, que dá trabalho e dificilmente levanta a taça. É um dos favoritos? É, mas sei lá, não deposito minhas fichas para o título. 

    Os uruguaios, bicampeões mundiais, parecem que jogam mesmo com a grife e com o passado. Podem até ir longe, mas não chegarão no final do caminho. E eu compartilho o parágrafo uruguaio com os holandeses, que sempre estão no grupo dos favoritos, arranham a taça, mas não levam. Pelo visto, não levarão esta também.

      Portugal venceu Gana por 3x2, e Cristiano Ronaldo a parte, vejo com chances remotas ao título. Os lusitanos parecem estar numa transição entre o grupo de elite e o intermediário de seleções, nada mais que isso.

     E ontem, o Brasil jogou e convenceu: Se não jogou o futebol arte, jogou compacto, coeso na marcação e eficiente na finalização. Dois a zero pra cima da Sérvia, com direito a um voleio de Richarlison, que ao meu ver, assinalou o tento mais bonito do torneio até agora. O Time tem a assinatura de Tite, competitivo, forte, objetivo. Lembra muito o Corinthians campeão Mundial de 2012, resguardadas as devidas proporções, pois a seleção tem poder ofensivo infinitamente maior. Tem chances? Muitas! Mas ainda assim, vejo espanhóis e franceses a frente da gente. Por enquanto, é isso...


* O Eldoradense   

10 de nov. de 2022

Crônica: "Nossa bandeira"...

 


Nossa bandeira é linda, eu amo, e não há motivo algum para mudá-la. A disposição das estrelas dentro do círculo azul simboliza os estados na época da Proclamação da República, quando apenas a província do Pará, maior território próximo ao eixo equatorial, situa-se acima da faixa onde estão os dizeres "Ordem e progresso"
Porém, numa reflexão que remeta a nossa sociedade desigual e concentradora de renda, não há como evitar a analogia: Uma única estrela acima de uma linha divisória da paz e da prosperidade, enquanto todas as outras encontram-se abaixo dela....
Que um dia a nossa estrutura social seja uma constelação mais justa e igualitária, onde todas estrelas estejam mais próximas do patamar da dignidade!!


* O Eldoradense

9 de nov. de 2022

Comentário: "Bares noturnos venceslauenses"

       


 Nunca fui um boêmio, nem quando eu tinha lá meus dezoito anos. Nesta época, eu saía, comia um lanche, conversava com os amigos, e no máximo, duas da madruga, já estava em casa. Sempre brinco que "quando eu tinha dezoito, já estava velho". Talvez soubesse que, futuramente, por motivos profissionais, eu fosse passar metade das minhas noites em claro. Porém, mais maduro, sempre fiz questão de sair para um bar ou lanchonete, comer e beber algo diferente, e se possível ouvir música. Acho que austeridade econômica é tudo, mas se o sujeito não presentear a si próprio com os pequenos prazeres da vida, sua jornada na Terra fica muito "carrancuda".

    De uns tempos pra cá, por motivos pessoais e também pela pandemia, fiquei um pouco afastado dos bares e lanchonetes de nossa cidade. Sempre achei que Presidente Venceslau teve uma boa variedade gastronômia, mas musicalmente falando, havia um monopólio sertanejo que também me afastava um pouco dos estabelecimentos locais. E este conceito havia ficado previamente estabelecido no meu subconsciente, o que podemos chamar de preconceito.

      Há algum tempo a pandemia deu uma trégua e eu me permiti revisitar os nossos bares e lanchonetes. Grata surpresa. Amigo leitor: dê um giro no centro e nas principais avenidas e perceba que, num final de semana, ouve-se música ao vivo em boa parte deles, o que não acontecia antes. Os gêneros estão um pouco mais diversificados, e apesar da presença marcante do sertanejo, a musicalidade está mais eclética. Apresentação de bons artistas, cartas de bebidas e comida variadas, ótimo público, investimento em sistemas modernos de comandas, garçons atenciosos, fachadas modernas, iluminação e decoração atuais. Nossos bares e lanchonetes não devem em nada à média de qualidade da maior parte dos estabelecimentos de cidades um pouco maiores como Dracena e Presidente Prudente, por exemplo. E, curiosamente, permitam-me a comparação com a Estância turística de Presidente Epitácio, cidade que gosto muito: sem ser provinciano, a quantidade e qualidade dos nossos estabelecimentos, supera a dos nossos amigos e vizinhos ribeirinhos.

    Enfim, tive a impressão que o difícil período da pandemia fez com que os donos destes estabelecimentos se reinventaram, revisaram seus paradigmas e modificaram positivamente o nosso comércio noturno. Os serviços melhoraram, a comida tornou-se melhor e mais variada, bem como a música ganhou um pouco mais de espaço, tornando-se mais eclética. Um brinde a esta nova fase! A clientela agradece...


* O Eldoradense

8 de nov. de 2022

Crônica: "O número 13 e a amarelinha"

   Os últimos rumos que a política brasieira vem tomando provocaram, inegavelmente, uma fissura em nossa sociedade. Tivemos praticamente metade dos eleitores escolhendo um lado, e a outra metade, o outro. Venceu, obviamente, a metade maior. Permitam-me usar a licença poética, pois é claro que se são duas metades, deveriam ser diametralmente iguais. Não foi o caso, pois a metade maior escolheu o número 13, enquanto a outra metade, resolveu vestir a camisa amarela da seleção brasileira. Alguns eleitores de Lula, para não serem confundidos com aqueles que vestem amarelo politizado, compraram outras cores de camisa da seleção: Azul e branca, por exemplo. Particularmente, comprei a segunda, que remete à paz e também aos primórdios da seleção brasileira, cujo primeiro uniforme era branco.

    Outros, talvez mais perspicazes, não abriram mão da camisa amarela, mas expressaram seu voto e sua preferência política na numeração localizada atrás da mesma, ou seja: Camisa amarela da seleção com o número 13. É bom lembrar que antes de todo este alvoroço político, o número 13  e a seleção brasileira sempre viveram uma relação bem harmoniosa, íntima, até. O técnico Zagallo, campeão pela seleção como jogador, técnico e coordenador em copas diferentes, sempre disse que o seu número de sorte era o treze, e até foi presenteado pelo técnico Tite, em 2018, com a sua "amarelinha da sorte"...



 Daniel Alves, jogador multicampeão por onde passou e convocado pelo técnico Tite para o mundial do Catar, já sabe qual camisa vai usar: a 13!


   E só para lembrar, dois dos gols mais bonitos assinalados pela seleção brasileira em Copas do Mundo foram marcados por jogadores que vestiam a número 13. Nelinho, em 1978, contra a Itália, no Mundial da Argentina, bem como Josimar, em 1986, contra a Irlanda do Norte, na Copa do México, não me deixam mentir...




  Não sei, posso estar enganado, e o tempo me dirá isso. Mas esta Copa do Mundo providencialmente posterior a um processo político tão acirrado, bem como a reconciliação do 13 com a camisa da nossa seleção poderá nos trazer bons fluidos. Aguardemos...

* O Eldoradense

4 de nov. de 2022

Vídeos curiosos: "Remake dos trapalhões"

   Eu prometo que logo logo vou escrever alguma coisa séria para o blog. Mas por enquanto, eu só tô conseguindo produzir memes para as redes sociais! Com vocês... "Remake dos trapalhões"...

* O Eldoradense



24 de out. de 2022

Comentário: "Equívocos sobre o conceito de democracia"

 



  Cena 1: A mesma se passa em um fórum, numa vara criminal, onde há o julgamento de uma causa, com dois advogados e seus respectivos clientes. É dada a sentença, e obviamente, uma das partes ganha, a outra, perde. O advogado da parte derrotada, revoltado com a decisão, manifesta as seguintes palavras (e perdoem-me por elas estarem inseridas no texto): "Juíza prostituta, arrombada"

  Cena 2: Um sujeito propaga boatos que prejudicam um suposto desafeto, sem apresentar provas. Os boatos se propagam até se tornarem pseudo-verdades, causando um dano moral devastador ao caluniado.

     Em ambos os casos são previstas punições legais, que vão desde multa e prestação de serviços comunitários até à pena privativa de liberdade, dependendo das proporções atingidas. Sim, o Estado democrático de direito não nos dá a prerrogativa de agir e falar tudo o que bem entendermos ao nosso bel prazer. Liberdade de expressão é uma coisa, ofensa, calúnia, injúria e difamação, são coisas totalmente diferentes.

     Numa democracia o indivíduo está também sujeito às obrigatoriedades e regras, e a sociedade não é uma "terra de ninguém", onde cada um faz o que bem entende. Sim, somos obrigados a votar, é o dever da cidadania, assim como os homens que completam dezoito anos são obrigados a fazer o alistamento militar, ainda que não tenham nenhuma vocação às fardas e armas. Não pensem que os gregos (parteiros da democracia) e os estadunidenses não possuem também suas obrigações e deveres. Donald Trump, à beira do xilindró, que o diga.

     As cenas um e dois dos primeiros parágrafos do texto referem-se aos episódios "Roberto Jefferson e Jovem Pan", respectivamente. O primeiro cometeu um desacato inadmissível a uma autoridade judicial, e o segundo, enquanto órgão de imprensa, tornou-se um difusor de fake news de dar inveja às redes sociais. Foram punidos sim, conforme prevê o regime democrático.

      E não me venham com esta falácia de "ditadura de toga". Quem argumenta isso desconhece o conceito de democracia, ou na pior das hipóteses, se faz de desentendido. Ditadura é não ter o direito do voto direto para presidente, por exemplo. Agora, quem quiser ofender e caluniar, fique à vontade: O martelo do juiz dá a sentença e o cadeado do xilindró cumpre...


* O Eldoradense


23 de out. de 2022

Comentário: "Sobre a carta aberta pela democracia e por uma vida melhor"

 




  Foi com muita alegria e satisfação que recebi via whatsapp através do amigo e colega de trabalho Marcelo Aldo a petição para assinar a "Carta pela democracia e por uma vida melhor", subescrita e assinada por autoridades políticas, jurídicas, sindicais e demais  cidadãos de Presidente Venceslau. O conteúdo, em suma, explicita o apreço pelos valores democráticos, por melhores condições de vida aos cidadãos brasileiros e justiça social, enumerando uma série de críticas ao atual governo federal e finalizando a missiva com a manifestação direta do voto em Lula neste segundo turno. Li a mesma posteriormente no Blog do Toninho e me identifiquei, sem ressalvas, com o seu teor.

    A importância da carta vai muito além da intenção de voto, pois a mesma é suprapartidária, tendo como assinantes, por exemplo, os ex-prefeitos e adversários de outrora Osvaldo Melo e Ernane Erbella. Ela mostra, de forma democrática, que, apesar de sermos minoria em uma cidade que votou e vai votar majoritariamente em Jair Bolsonaro, nossa pequeno grupo tem voz e não vai permanecer calado. Mostra que esta minoria não se intimida, que  argumenta suas ideias e convicções sem necessidade de desmerecer quem quer que seja, ainda que pensemos de forma diferente e que muitos tentem nos desqualificar através de comentários depreciativos nas redes sociais sobre nosso posicionamento. Lembremos: Tanto a nossa postura, quanto dos eleitores que votam no adversário, só é possível porque ainda - e graças a Deus - estamos numa democracia.

   Orgulho-me de ter assinado a missiva junto a pessoas que fizeram e fazem parte história política, sindical e também da imprensa venceslauense, independente do resultado eleitoral que se consumará daqui a uma semana. Presidente Venceslau tem todo o direito de ter sua escolha eleitoral, mas é uma cidade de todos, e não apenas de um grupo específico, por mais conservador e abastado que seja este grupo. E é muito bom e gratificante saber que mesmo pensando diferente de uma maioria contundente, não estou só. Só por isso, a carta já se fez valer!


* O Eldoradense

 

11 de out. de 2022

Fotografia: "De branco para a Copa"

 



   A camiseta amarela da seleção brasileira ganhou uma outra conotação, outro simbolismo, que destoa totalmente da minha visão de mundo. É por isso que para a próxima Copa do mundo, vestirei branco, que remete aos primórdios do esquadrão nacional, bem como transmite uma mensagem de paz, necessária para o atual momento.

* O Eldoradense

10 de out. de 2022

Resenha literária: "Altino - Memórias de um repórter"

   E vamos começar a semana com mais uma "resenha literária". O livro de hoje é "Altino - Memórias de um repórter ", escrito por Anne Abe, Camilla Saldanha, Stephanee Melo e Nelise Pinheiro. Confira...


* O Eldoradense


9 de out. de 2022

Crônica: "Álbum de família"

 






"Dezembro vai, janeiro vem...

O tempo passa, veloz como um trem..."

Trecho de "Assim os dias passarão"

Canção de Almir Sater/Renato Teixeira


       Há dias em nossas vidas que são modificados bruscamente por um pequeno gesto ou acontecimento. E ontem, por conta de uma surpresa emocionante, para mim, foi um destes dias...

        Tarde de sábado silencioso, a princípio solitário, como de costume. Cenário de tranquilidade entediante rompido quando o carro do meu irmão chega na casa ao lado, onde mora minha mãe. A algazarra dos meus três sobrinhos e a conversa em família proporciona momentos agradáveis e raros, pois as individualidades fazem com que cada um tenha suas rotinas, seus compromissos. Café da tarde, sorvete e o barulho infantill são o suficiente para que o sábado de ontem se diferenciasse dos demais. Mas a melhor supresa viria depois...

      Assim que acabou a  pequena reunião em família, já no começo da noite, eis que estou dirigindo meu carro e paro para abastecer. No intervalo do abastecimento, olho o aparelho celular e verifico as mensagens de whatsapp. Dentre os memes enviados de outros contatos e "trocentas mensagens falando sobre a política", a mensagem proveniente do meu primo Nélson, me ganha especialmente a atenção...

"Boa tarde, primo. Recebi com muito carinho, e com o mesmo, envio a você. Confesso que me fez chorar, e espero que guarde com muito carinho. Um abraço, e que Deus nos dê forças para seguir..."


      Abaixo à mensagem, havia um anexo com 8 fotos. Olhei a primeira de relance, e na hora, não quis olhar as outras, pois sabia que se assim o fizesse, correria o risco de chorar na frente do frentista ou da moça do caixa do posto. Parei posteriormente o carro numa rua ao lado do bosque, observando foto por foto. Enviei aos outros contatos da família, sendo que muitos também já haviam recebido. Por áudio, e ainda contido, conversei com minha mãe, que também já tinha os registros em mãos. 

    Um filme passou pela cabeça, pois eu me lembro exatamente do dia em que aquela avalanche de fotos foi tirada. Não me lembrava a data, mas meu irmão, através de observação mais apurada, atestou que elas remetiam a janeiro de 1991. Muitas daquelas pessoas que foram fotografadas, infelizmente, não estão mais conosco em vida, mas sei que nos acompanham em um outro plano. Um plano superior ao nosso em todos os sentidos.

      Foi numa visita dos primos de São Paulo, que fizeram questão de registrar o momento e saíram fotografando tudo e todos. O cenário foi a casa humilde da minha saudosa avó, apinhada de gente e que era um verdadeiro "coração de mãe": Sempre cabia mais um. E foi um dia realmente para ficar na história e no álbum de família, pois só Deus sabe o quanto era difícil minha avó se render a lente de uma câmera fotográfica. 

      Mas lá estava ela, pequenina, generosa, olhar sereno, com vestes simples e aparentemente frágil. E só quem a conhecia de fato, sabia a fortaleza implícita que havia naquela senhora. E sim, eu chorei de alegria e saudades ao ver e rever tantas vezes aquelas fotos.

       Agradeço à prima Cida, de São Paulo, que enviou inicialmente as fotos. Agradeço ao Nélson, que me repassou. Sei que outras lágrimas caíram não só em Presidente Venceslau, mas também em São Paulo e Londrina, por exemplo. E é mais ou menos como meu primo disse: É através do exemplo dos antepassados que precisamos arrancar força para seguir nessa vida maluca  que às vezes nos faz desanimar. E agora, nós é que precisamos ser exemplo para os que estão vindo. Essa é a ciranda da vida, e "Assim os dias passarão..."

       

* O Eldoradense



3 de out. de 2022

Comentário: "Resultado das eleições presidenciais no primeiro turno"

 



 Inicio este texto nos primeiros minutos desta segunda-feira. Com quase a totalidade dos votos apurados o ex-presidente Lula venceu o primeiro turno o atual presidente no Jair Bolsonaro por uma diferença aproximada de seis milhões de votos. Num país plural e de dimensões continentais, estamos falando de uma eleição bem equilibrada, caracterizando necessidade se segundo turno, com pouco mais de 48% dos votos válidos. Trata-se de dois fenômenos eleitorais - refiro-me à capacidade de angariar votos e de aglutinar amor e ódio em relação às duas figuras, pois ao meu ver, ambos estão longe, mais muito longe de serem estadistas. São personalistas, autocratas, polêmicos, egocêntricos. Reitero que nenhum deles teve meu voto em primeiro turno, e afirmo que no segundo, votarei naquele que considero mais apto ao cargo: Lula.

    Analisando os números, temos o seguinte quadro: o ex-presidente está supostamente a aproximadamente um ponto e meio percentual do Palácio do Planalto, e o atual presidente, a quase sete da reeleição. Ligeiro favoritismo para Lula, levando-se em consideração os 28 dias que separam um turno do outro. Mas estamos falando de Brasil, onde fatos e factóides cruciais podem acontecer a qualquer momento. 

      Há de se considerar novamente um cenário de polarização extrema pós definição. O eleito, seja quem for, vai ter que dialogar - e muito - com a oposição. De positivo, cito novamente a eficácia da votação e apuração, contestada eternamente por um grupo específico. Os principais institutos de pesquisas acertaram dentro da margem de erro na pontuação de Lula, e erraram a pontuação do seu principal adversário, o que deve gerar contestações justas de Bolsonaro em campanha. Porém, este é o limite da contestação. Quanto às urnas, fizeram o seu papel - no sentido metafórico - já que elas não emitem os obsoletos e desnecessários papeis impressos. 

     A justiça eleitoral brasileira, o processo de votação e apuração dão certo e são exemplo para as principais democracias mundiais, ganhe Lula ou Bolsonaro. É fato também que o temor por cenas de violência expressiva mediante tamanha polarização não se concretizou como supostamente se desenhava, graças à Deus. Ocorreram fatos isolados, como de praxe. Precisamos aprender a conviver com quem pensa de forma contrária, a debater ideias de maduramente, e principalmente, exercer a tolerância. Democracia é isso, por mais polarizado que seja o cenário. Boa semana a todos.


* O Eldoradense  


27 de set. de 2022

Comentário: "A violência nas obras de ficção"

 



      O texto abaixo tem inspiração na cena de uma novela, ainda que sinceramente, eu não assista novelas há algum tempo. Nem sequer assisto a que inspirou o texto, mas mesmo assim, sabia que a cena de violência sexual ocorrida contra um dos personagens aconteceria, pois há algum tempo já se falava isso nas notícias de entretenimento da internet.

     Foi avisado, exatamente para que só os que quisessem assistir o fizessem, no intuito de minimizar o choque. Ainda assim, causou repulsa, e se este foi o sentimento do espectador, é sinal que a cena foi bem feita. Repito, não vi.

      Quando o assunto é ficção, estou preferindo ler livros e ver vídeos de stand up na internet. Sinceramente, acho mais leve e produtivo. Porém, é fato que muitas obras fictícias dependem dos herois, que dependem dos seus antagonistas: os vilões.

      É assim desde a bruxa que oferece a maçã envenenada para Branca de Neve, passando pelo senhor de engenho que açoita negros escravizados em sua fazenda e chegando até a Maria Bonita, que cortou a orelha de uma mulher que ousou dar em cima do seu homem, um tal de Lampião. Ah, então vamos assistir aos filmes religiosos? Lamento. A principal história religiosa retratada na ficção tem um homem apanhando um monte, sendo chicoteado por soldados romanos até ter seus membros inferiores pregados numa cruz. Acontece direto durante as encenações da Paixão de Cristo, e para a nossa vingança, ocorre um ritual chamado "malhação de Judas", em que somos estimulados a bater no boneco daquele apóstolo que traiu o protagonista.

     Enfim, existe um negócio chamado "liberdade de criação", que é uma espécie de "licença poética" dada a quem cria. Vale para escritores, autores de novelas, peças teatrais, filmes e por aí vai. Também existe um troço acoplado à televisão chamado controle remoto, que por um acaso, desliga o aparelho, e na melhor das hipóteses, troca de emissora. Este é o melhor meio de evitar dissabores. O outro método, chama-se censura, e quanto a este eu sou totalmente contra, pois é uma violência do mundo real. Violência contra a liberdade de expressão e de criação, diga-se de passagem.

    A violência que me causa repulsa não é a do mundo fictício, pois ela apenas retrata a nossa violência do mundo real, esta sim, ao meu ver, repugnante. E violência real é violência, independente da intensidade. Vai deste um tapa dado por um desequilibrado na cerimônia do Oscar até à Guerra da Ucrânia. Nestes casos, não há controle remoto que dê jeito, infelizmente...


* O Eldoradense

23 de set. de 2022

Comentário: "O vacilo de Ciro"

 



  Faltam poucos dias para o primeiro turno das eleições e meu voto está definido há algum tempo: É do ex-governador do Ceará e ex-Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Não é um voto cheio de empolgação, muito pelo contrário, é voto com ressalvas, racional e crítico. Entendo que tecnicamente ele é o mais preparado, embora sua intempestividade me faça lembrar o atual presidente da república. É o voto de quem não quer relembrar a corrupção institucionalizada de um lado, mas também não quer mais quatro anos de retrocesso deixando novamente o país sob a  tutela de um maluco - e também corrupto -  totalmente despreparado para a função. Enfim, é o voto de quem, a priori, não quer Lula, nem Bolsonaro.

     Mas o Ciro tá abusando do direito do vacilo. Em terceiro lugar nas pesquisas, o mais coerente seria ele descarregar sua munição em cima do segundo colocado, visando o segundo turno. E o que ele faz? Baixa o sarrafo em Lula, cujo eleitor já tem seu voto praticamente definido,  dando munição para Bolsonaro, o candidato da direita teoricamente mais rejeitado por boa parte do eleitorado "Cirista". É bom lembrar que aparentemente o eleitor de Ciro é em boa parte esquerdista e cearense, e que é mais fácil este eleitor estar propenso a Lula que a Bolsonaro, num segundo turno. Mas parece que a ficha de Ciro não caiu. O "Cirista" é um antibolsonarista convicto e um Lulista forçado pelas circunstâncias. Até Caetano Veloso já se encheu do vacilo do Ciro, e já fez o "L de Lula" com as mãos.

    A mágoa de Ciro pela falta de apoio petista em 2018, é compreensível. Mas seu vacilo sugere que ele tenha um ligeiro flerte com Bolsonaro caso venha a declarar um apoio. E isso não vai colar, seu eleitorado não vai dar a chancela para a direita radical e retrógrada. Sua atitude equivocada poderá até fazer com que muitos o abandonem já no primeiro turno, aderindo a campanha do "voto útil" com o intuito de liquidar Bolsonaro. 

      Fim melancólico de campanha, e embora tenha meu voto por ser contrário ao apelo do "voto útil," repito: Ciro tá vacilando feio. Se for para apoiar Bolsonaro, é melhor fazer como em 2018 e dar um passeio em Paris!


* O Eldoradense   

   

21 de set. de 2022

Vídeos curiosos: Arriscando no Karaokê - "Um violeiro toca" - Almir Sater

    E fazendo uma graça no karaokê, no estúdio montado na casa do primo Ednaldo Freitas, interpretei a música "Um violeiro toca", composta por Almir Sater/Renato Teixeira...




* O Eldoradense





13 de set. de 2022

Crônica: 'Karaokê"

 



     No último final de semana, estive em Marília. Como nestas férias não pude fazer uma viagem com V maiúsculo, valeu um bate volta até à cidade de aproximadamente 240 mil habitantes com forte influência da cultura japonesa. E, como muitos sabem, a cultura japonesa não se restringe aos yakissobas, sushis e tempurás. Afinal, assim como a gente, os amigos japas não querem só   comida: Também querem  bebida, diversão e arte!

      E uma das maiores tradições em termos de diversão herdada pela milenar cultura oriental, está o Karaokê. Uma brincadeira legal, onde o sujeito brinca de cantor, com direito a microfone e plateia. Enfim, fui com a namorada num barzinho onde o dono era japonês, mas a clientela apreciadora do karaokê era eclética e miscigenada: Gente de várias faixas etárias, etnias e com gosto musical variado. Do adolescente ao idoso, do polaco ao negrão, do cara com chapéu até o outro com camiseta de banda de rock, todos queriam "dar uma canja".

    Na mesa, entre as bebidas e as porções, um catálogo com um número infindável de músicas. O cliente anota o próprio nome, o número da mesa, além, é claro, o título e os intérpretes da música que deseja cantar junto a um código numérico. Depois disso, é só aguardar o chamado e botar a boca no trombone, ou melhor, no microfone.

      Não nego: Tive muita vontade de cantar Zeca Baleiro, Zé Ramalho ou Raul. Mas a danada da timidez que me acompanha desde criança, resolveu mais uma vez me desafiar, e desta vez, ela venceu. Ainda que eu soubesse que ninguém ali estava preocupado com a performance, meu maior julgador - o meu próprio ego - fez com que minha diversão se limitasse a assistir aos outros se divertindo. 

       É certo que evoluí. Do cara que apenas escrevia sob pseudônimo, hoje faço vídeos de bike e resenhas de livros nas redes sociais. Falta ainda um novo desafio pessoal: Falar em público, e certamente ainda não é a  hora. Mas antes disso, preciso de um treino intermediário, e cantar para uma plateia alheia aos julgamentos qualitativos é uma boa pedida. Afinal, quem canta, seus males espanta! E a timidez ainda é um mal que me acompanha. Sei não... Na próxima vez, acho que o Raul Seixas vai se revirar no caixão!


* O Eldoradense

     

 

1 de set. de 2022

O melhor vídeo de bike produzido até agora neste blog!

   Em um pedal de 102 km realizado hoje com o meu irmão, produzimos aquele que considero o melhor vídeo de bike que realizamos até agora para este blog. O cenário ajuda muito: A orla fluvial de Presidente Epitácio. O som é do Pet shop boys: "Go west"...



* O Eldoradense


31 de ago. de 2022

Comentário: Desafio DECASA, organizado pelo pessoal do Giro Trilha, em Presidente Epitácio...

     O meu último domingo foi de bastante ação, adrenalina e aventura. Participei do DESAFIO DECASA, evento muito bem organizado pelo pessoal do Giro Trilha, em Presidente Epitácio. Por lá estiveram vários ciclistas de toda a região, participando de desafios de diferentes modalidades: Kids, vinte e sessenta quilômetros. Eu fiz o percurso de 60 km, tive um problema com a corrente da bike, o que me fez percorrer uma distância de 3 km a pé até o próximo ponto de apoio, onde um pessoal muito bacana fez o conserto, permitindo que eu concluísse a prova. Abaixo, o resumo do meu desafio em imagens. Som do Survivor: Eyes of the tiger". Confira:






O Eldoradense

20 de ago. de 2022

18 de ago. de 2022

Texto esportivo: "Corporativismo brazuca no futebol"

     



        Tenho acompanhado futebol de forma bem superficial, e talvez isso se deve ao fato de o meu time - Santos - não estar lá estas coisas. Meu perfil de torcedor não é o religioso, fiel, como se fosse um carola esportivo. Já foi, é bem verdade, mas a idade faz com que o sujeito tenha outras prioridades. Se o meu time estivesse bem, se apresentando de forma vistosa, como em outrora, talvez eu fosse mais assíduo. Enfim, torço como quem assiste espetáculos, não como quem participa de forma fervorosa ou assídua de um ritual religioso. 

     Porém, acompanho o que acontece nos gramados de forma superficial, o que não me torna um alienado. Sei que o Palmeiras vem ganhando tudo e mais um pouco, e que o seu técnico português tá dando verdadeiros nós táticos nos adversários brasileiros. Abel Ferreira é reconhecidamente um sujeito comprometido, estudioso, sortudo, e por consequência, vitorioso. Isso, por si só, gera dor de cotovelo.

      Recentemente o portuga palmeirense derrotou mais uma vez o ténico Cuca. Fez uma observação sobre o sistema tático do adversário, o que soou como antiético e gerou uma polêmica desnecessária. Técnicos brasileiros se uniram num corporativismo visivelmente invejoso e detonaram o lusitano, como se ele tivesse cometido o pior dos pecados. Bobagem, tolice, recalque. 

     Minha franqueza permite dizer: Os técnicos brasileiros estudam menos que os adversários estrangeiros, parecem achar que ser treinador é explanar superficialmente sobre estratégia, falar grosso nos vestiários e distribuir camisas. Exagero da minha parte? Pode ser, mas os resultados estão aí para permitir que este último parágrafo seja caricato.

       Ontem, um dos defensores do Cuca, o técnico Jorginho, enfrentou um outro portuga, o lusitano corintiano, Vítor Pereira. Chegou em São Paulo com uma vantagem de dois gols e tomou um verdadeiro vareio em Itaquera. Foi eliminado da Copa do Brasil sem qualquer ressalva. São Jorge exorcizou o dragão goianiense com folga. E aí, o que vai dizer o Jorginho?

         Em todos os setores profissionais, existe um princípio que é um dos determinantes do sucesso: COMPROMETIMENTO. Querer ser o melhor ou fazer parte do seleto grupo dos melhores, torna necessário comprometimento maior. Ninguém alcança o sucesso alheio apenas com falácia gratuita e inveja. Quer estar no topo? Trabalhe, estude e se dedique mais. Conte também com a sorte, pois o sucesso é a consequência da competência com ela. Dá trabalho, é cansativo? Claro que sim, mas é o preço. Caso contrário, acompanhe os outros no topo, batendo palmas respeitosamente ou gritando o coro dos invejosos...


* O Eldoradense 

16 de ago. de 2022

Pedal até à Estância São José, em Santo Anastácio: 50 km

 E ontem foi dia de pedalar até à "Estância São José", de propriedade do amigo José Aparecido,  situada às margens da Rodovia Raposo Tavares, no município de Santo Anastácio. Bate papo agradável, apresentação da propriedade e música no percurso de volta. Confira:


"Burn to be wild" - Steppenwolf


* O Eldoradense

12 de ago. de 2022

Pedal com o Nélio ao som dos Rolling Stones...

  E o pedal de ontem seguiu em direção à Destilaria DECASA, partindo pela estrada de terra atrás do recinto de exposições da FAIVE. Na companhia do meu irmão Nélio, ao som dos Rolling Stones: "Start me up"


* O Eldoradense

2 de ago. de 2022

Poema infantil (experimental) : " Àgata e a gata"

 


" Àgata e a gata "


Separadas pelo acento agudo,

Nascidas na mesma data;

Unidas em quase tudo,

Ágata e a gata...

 

Dormiam no mesmo quarto,

Feito para a menina;

Juntinhas, desde o parto,

Criança e felina....

 

Ágata engatinhando,

Ainda inocente,

A gata, andando...

Pois já é adolescente...

 

Ágata foi para a escola

A primeira separação;

A gata não se consola,

Entrou em depressão...

 

Mas tudo se ajeita,

A gata se acostumou;

A menina, quase feita,

Também se acalmou...

 

 Os tempos são desiguais,

Devagar para os humanos,

Para a gata correu mais...

Pobres dos bichanos!

 

E nestes descompassos,

Ágata está na puberdade;

A gata dá poucos passos,

Coisas da terceira idade!

 

Ágata, boa menina,

Cuidará da amiguinha;

Até a felina...

Virar uma estrelinha!

 

* O Eldoradense

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...