Tenho acompanhado futebol de forma bem superficial, e talvez isso se deve ao fato de o meu time - Santos - não estar lá estas coisas. Meu perfil de torcedor não é o religioso, fiel, como se fosse um carola esportivo. Já foi, é bem verdade, mas a idade faz com que o sujeito tenha outras prioridades. Se o meu time estivesse bem, se apresentando de forma vistosa, como em outrora, talvez eu fosse mais assíduo. Enfim, torço como quem assiste espetáculos, não como quem participa de forma fervorosa ou assídua de um ritual religioso.
Porém, acompanho o que acontece nos gramados de forma superficial, o que não me torna um alienado. Sei que o Palmeiras vem ganhando tudo e mais um pouco, e que o seu técnico português tá dando verdadeiros nós táticos nos adversários brasileiros. Abel Ferreira é reconhecidamente um sujeito comprometido, estudioso, sortudo, e por consequência, vitorioso. Isso, por si só, gera dor de cotovelo.
Recentemente o portuga palmeirense derrotou mais uma vez o ténico Cuca. Fez uma observação sobre o sistema tático do adversário, o que soou como antiético e gerou uma polêmica desnecessária. Técnicos brasileiros se uniram num corporativismo visivelmente invejoso e detonaram o lusitano, como se ele tivesse cometido o pior dos pecados. Bobagem, tolice, recalque.
Minha franqueza permite dizer: Os técnicos brasileiros estudam menos que os adversários estrangeiros, parecem achar que ser treinador é explanar superficialmente sobre estratégia, falar grosso nos vestiários e distribuir camisas. Exagero da minha parte? Pode ser, mas os resultados estão aí para permitir que este último parágrafo seja caricato.
Ontem, um dos defensores do Cuca, o técnico Jorginho, enfrentou um outro portuga, o lusitano corintiano, Vítor Pereira. Chegou em São Paulo com uma vantagem de dois gols e tomou um verdadeiro vareio em Itaquera. Foi eliminado da Copa do Brasil sem qualquer ressalva. São Jorge exorcizou o dragão goianiense com folga. E aí, o que vai dizer o Jorginho?
Em todos os setores profissionais, existe um princípio que é um dos determinantes do sucesso: COMPROMETIMENTO. Querer ser o melhor ou fazer parte do seleto grupo dos melhores, torna necessário comprometimento maior. Ninguém alcança o sucesso alheio apenas com falácia gratuita e inveja. Quer estar no topo? Trabalhe, estude e se dedique mais. Conte também com a sorte, pois o sucesso é a consequência da competência com ela. Dá trabalho, é cansativo? Claro que sim, mas é o preço. Caso contrário, acompanhe os outros no topo, batendo palmas respeitosamente ou gritando o coro dos invejosos...
* O Eldoradense
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