13 de set. de 2022

Crônica: 'Karaokê"

 



     No último final de semana, estive em Marília. Como nestas férias não pude fazer uma viagem com V maiúsculo, valeu um bate volta até à cidade de aproximadamente 240 mil habitantes com forte influência da cultura japonesa. E, como muitos sabem, a cultura japonesa não se restringe aos yakissobas, sushis e tempurás. Afinal, assim como a gente, os amigos japas não querem só   comida: Também querem  bebida, diversão e arte!

      E uma das maiores tradições em termos de diversão herdada pela milenar cultura oriental, está o Karaokê. Uma brincadeira legal, onde o sujeito brinca de cantor, com direito a microfone e plateia. Enfim, fui com a namorada num barzinho onde o dono era japonês, mas a clientela apreciadora do karaokê era eclética e miscigenada: Gente de várias faixas etárias, etnias e com gosto musical variado. Do adolescente ao idoso, do polaco ao negrão, do cara com chapéu até o outro com camiseta de banda de rock, todos queriam "dar uma canja".

    Na mesa, entre as bebidas e as porções, um catálogo com um número infindável de músicas. O cliente anota o próprio nome, o número da mesa, além, é claro, o título e os intérpretes da música que deseja cantar junto a um código numérico. Depois disso, é só aguardar o chamado e botar a boca no trombone, ou melhor, no microfone.

      Não nego: Tive muita vontade de cantar Zeca Baleiro, Zé Ramalho ou Raul. Mas a danada da timidez que me acompanha desde criança, resolveu mais uma vez me desafiar, e desta vez, ela venceu. Ainda que eu soubesse que ninguém ali estava preocupado com a performance, meu maior julgador - o meu próprio ego - fez com que minha diversão se limitasse a assistir aos outros se divertindo. 

       É certo que evoluí. Do cara que apenas escrevia sob pseudônimo, hoje faço vídeos de bike e resenhas de livros nas redes sociais. Falta ainda um novo desafio pessoal: Falar em público, e certamente ainda não é a  hora. Mas antes disso, preciso de um treino intermediário, e cantar para uma plateia alheia aos julgamentos qualitativos é uma boa pedida. Afinal, quem canta, seus males espanta! E a timidez ainda é um mal que me acompanha. Sei não... Na próxima vez, acho que o Raul Seixas vai se revirar no caixão!


* O Eldoradense

     

 

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