2 de jun. de 2020

Comentário: "Voltar atrás"

Voltar atrás: Educação de A a Z - iG



     A expressão do ponto de vista literal, por si só, já origina uma dúvida quanto a uma possível redundância: Há os que questionam se o termo cai neste vício de linguagem, outros não. Levando-se em conta a dúvida literária, "voltar atrás" não se caracteriza pleonasmo, segundo os maiores conhecedores da nossa língua. Pois pode se voltar para trás, para o lado, para a cidade, ou para inúmeras possibilidades. Diferente de subir, que automaticamente é para cima, e descer, que obviamente se faz para baixo. Dúvida literária sanada, partimos para as interpretações quanto à atitude...

    Voltar atrás, para os mais críticos, pode soar como indecisão, falta de personalidade, de firmeza, de pulso, de autonomia. Os mais radicais dirão que quem o faz não tem palavra, posicionamento, sendo que o sujeito pode até ser rotulado pejorativamente como "vira casaca" ou "traíra". Isso é relativo, pois quem assim procede de forma banal, superficial, volátil e incoerente, talvez até mereça mesmo estes rótulos. Mas isso não acontece necessariamente em todos os casos.

    Há aquele grupo de pessoas que o faz depois de reavaliar meticulosamente, de analisar prós e contras, de reconsiderar, de analisar e concluir que talvez sejam necessários recuos estratégicos. É o famoso retroceder uma casa para avançar duas. Acontece nas táticas de esportes coletivos, nas guerras, nos jogos de tabuleiro. Bem como também, acontece em inúmeras outras situações da vida. 

  Voltar atrás, em determinadas ocasiões, significa racionalidade, inteligência, correção, e principalmente humildade. Em um mundo bombardeado por tantas informações, cada vez se faz mais necessário dar um "reset" nas próprias convicções. Sim, a tal "palavra de homem" pode sofrer alterações, desde que aconteça para fins de aprimoramento. Portanto leitor, se um dia você achar que em dado momento da vida seja necessário "voltar atrás", não se acanhe: O mundo está cada vez mais dinâmico, e não é demérito nenhum tentar adequar-se a isso com prudência e equilíbrio. Somos falíveis e passíveis de erros, portanto, comportar-se de forma estática e imutável pode ser considerado um dos maiores equívocos dos dias atuais...

* O Eldoradense


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