Não bastando o fato de os Estados Unidos liderarem o cenário da pandemia do coronavírus tanto em número de casos quanto em número de óbitos, o país testemunha também uma onda de manifestações de cunho racial, motivada pela covarde ação policial que matou George Floyd.
Os norte-americanos convivem com a segregação racial acirrada desde a colonização escravocrata, passando pela criação da seita racista Klu Klux Klan, o movimento dos Panteras Negras, e chegando até aqui, nos dias atuais, com esta onda gigantesca de protestos que clamam pelo fim da opressão contra os afrodescendentes da terra do Tio Sam.
Os fatos atuais mostram que nem mesmo a eleição do ex-presidente Barack Obama diminuiu o ímpeto racista. Pelo contrário: os radicais conservadores americanos pareceram incomodados, conseguindo impulsionar a eleição do sucessor Donald Trump.
E sejamos sinceros: o atual presidente em nada tem contribuído para apaziguar os ânimos. Disse que para a onda de manifestações e saques, mais tiros devem ser dados. Portanto, alimenta uma bola de neve, um grave círculo vicioso de violência. Não é à toa que escondeu-se feito rato quando a Casa Branca foi rodeada por manifestantes negros.
E quando eu acho que vi atrocidades demais, percebo que quem se manifesta contra o racismo e se identifica com as manifestações é rotulado de "lacrador", "esquerdista" ou qualquer coisa do gênero. E é aí que você entende porque o mundo está este verdadeiro caos: há gente demais que se vê representada em discursos arcaicos e retrógrados. Está difícil entender que a questão do racismo está longe de ser uma "modinha" partidária ou ideológica. É, antes de tudo, uma questão humanitária...
* O Eldoradense
Nenhum comentário:
Postar um comentário