28 de fev. de 2019

Comentário: "As gafes retumbantes"





    Resolvi escrever sobre o assunto poucos dias depois de sua ocorrência, pois, na falta de tempo, não tive oportunidade de me aprofundar sobre o tema. Só havia lido as manchetes, e para não ser superficial, decidi escolher a melhor hora para abordar a questão. Refiro-me à recomendação do MEC aos diretores das escolas brasileiras para que os alunos cantassem o Hino Nacional. Se este parágrafo terminasse por aqui, tudo bem, nada de excepcional na recomendação, que supostamente teria o intuito de valorizar os símbolos nacionais, estimulando e difundindo o patriotismo em nossas escolas. O problema é que o existem mais parágrafos no texto, e de boas intenções, o inferno está cheio.

      Junto ao "combo patriótico" do Ministro Ricardo Vélez Rodríguez, duas outras recomendações inseridas em sua carta: A primeira, de que o ritual fosse filmado e enviado ao MEC. A segunda, é que depois de cumprida a solenidade, os alunos dissessem a frase "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Foi aí que começaram as "gafes retumbantes". 

      Primeiro, porque tais filmagens só são permitidas mediante autorização dos pais dos alunos ou responsáveis. É lei, consta no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), concordando você ou não. Segundo, porque ao recomendar que fosse dita a tal frase, o Governo Federal correu sério risco de ferir o princípio jurídico da impessoalidade, além de responder por improbidade administrativa. Isso sem dizer que não foi levado em consideração um dos princípios da educação: o seu caráter laico. E se o aluno for umbandista, muçulmano, ou quiçá, ateu? Claro que dizer a frase seria um gesto facultativo, mas a recomendação, por si só, é inapropriada.

      Ao final da polêmica, mais um recuo, entre tantos outros cometidos por este governo em menos de três meses de mandato. A orientação mencionada acima, leva a crer em duas possibilidades: A primeira, de que o Ministro seja mesmo um lunático, e no afã de mostrar serviço e puxar saco, escreveu a carta sem consultar qualquer assessor jurídico. A segunda é menos provável, mas não pode ser descartada. Em meio à impopular Reforma da Previdência, nada mais oportuno do que criar fatos paralelos, desviando a atenção da população. Afinal, enquanto debatemos rosa/azul, armas/liquidificadores ou o pseudo-patriotismo, uma política previdenciária perversa e excludente irá nos atingir em um  futuro próximo. 

       Mas enfim, o colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez é tão patriota que, em entrevista recente na Revista Veja, disse que quando nosso povo viaja para o exterior, tem comportamento similar ao de "canibais". Ao perceber a repercussão infeliz da fala, recuou e pediu desculpas, bem ao seu feitio. Talvez ele tenha falado por si próprio, nos mesmos moldes em que redigiu aquela carta estúpida...

* O Eldoradense       

27 de fev. de 2019

Alfinetada: "Dá pra ter chuva e energia elétrica ao mesmo tempo?"

   Sinceramente, eu não sei o que exatamente está acontecendo com a prestadora de serviços de energia elétrica da nossa região. Ultimamente é quase que automático: basta chover e o fornecimento é interrompido, com oscilações que antes, não aconteciam. E olha que não precisa ser aquele "pé d'água" não, hein? Mas, em caso de dúvidas, seria bom que os engenheiros da companhia analisassem o funcionamento dos chuveiros elétricos...





   ... Eles são a melhor prova material de que água e eletricidade podem ser fornecidos no mesmo espaço e de forma simultânea!

* O Eldoradense

24 de fev. de 2019

Clipe de hoje: "Admirável chip novo", com Pitty!



"Admirável chip novo" - Pitty
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo


Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado


Mas lá vêm eles novamente, eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema


Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva


Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga


Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor


Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo


Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado


Mas lá vêm eles novamente, eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema




23 de fev. de 2019

Caroço enorme no meio do angu?

    Observem uma das manchetes que foram estampadas hoje no site da Veja...


  Percebam que o ex-ministro Gustavo Bebianno parece ter se tornado uma ameaça em potencial para o atual governo, mesmo após sua demissão. Para se prevenir de alguma "intercorrência", Bebianno escreveu cartas lacradas para pessoas próximas a ele, correspondências estas que poderão ser abertas caso "algo" lhe aconteça. Ao tentar ler a matéria, que é restrita aos assinantes do site, dá apenas para ler um subtítulo, no mínimo, estranho: "Não sou Marielle". Mas não é preciso ser nenhum gênio para entender o que supostamente possa estar acontecendo nos bastidores da República. 

    Mas levemos em conta as variáveis: A primeira, de que a Veja esteja sugerindo algo mais grave baseando-se apenas em hipóteses.  A segunda é de Bebianno esteja querendo manchar a imagem do atual governo usando uma espécie de blefe. Estas são as hipóteses mais amenas. E a terceira é de que possa  existir um caroço bem grande no meio deste angu. Qual delas você, leitor, acha mais provável?


* O Eldoradense

22 de fev. de 2019

Comentário: Venezuela, donde estás?

Aduana da fronteira do Brasil com a Venezuela em Pacaraima (RR). Créditos G1



   "Misterioso luar de fronteira, derramando no espinhaço, quase um mar, clareando a aduana, Venezuela, donde estás?" "Canção Noturna", Skank, ano de 2000. Uma de minhas músicas preferidas....

     A imagem acima foi publicada no site G1, e retrata a aduana na fronteira do Brasil com a Venezuela, em Pacaraima (RR). E tal imagem foi postada porque aquele lugar está mais uma vez em evidência, pois o déspota e ditador Nicolás Maduro fechou a aduana no intuito de impedir que os venezuelanos adentrem no Brasil com o intuito de buscarem ajuda humanitária. Sim, além de deixar seu povo na extrema miséria, ele decretou o impedimento dos seus compatriotas de buscarem auxílio, mesmo passando fome e tantas outras privações de dignidade. Revoltante.

        O governo brasileiro age acertadamente em enviar o auxílio, pois as questões humanitárias estão acima das ideológicas, e nada mais justo do que manifestar apoio a um país vizinho que vive uma crise caótica, fruto da incompetência, arrogância e autoritarismo de um megalomaníaco.


      Não sei qual é a biografia de Guaidó, o homem que se autodeclarou o novo presidente da Venezuela até a realização de novas eleições. Sinceramente, não sei se é honesto ou mais um oportunista. Mas a princípio, é alguém que demonstrou coragem e vontade de  retirar o país das garras de um sujeito autoritário, que provavelmente venceu as eleições presidenciais mediante um processo eletivo fraudulento. Portanto, e só por isso, tem meu respeito.

     A solução do problema poderia ser pacífica, mas Maduro e seus capangas militares parecem estar irredutíveis. Aliás, é no apoio militar que os ditadores se apegam, mantendo-se no poder através da força,  independente da ideologia que seguem. Isso sempre ocorreu, desde Fidel à Pinochet. Sendo assim, eu defendo a tese de que para que o povo venezuelano alcance um pouco de paz e dignidade, talvez seja preciso o uso das forças militares estrangeiras. A soberania de um povo não é sinônimo da soberania governamental  quando este governo não é democrático e  desfaz dos seus. Não é justo que milhões passem fome enquanto Maduro é fotografado em um restaurante de luxo da Turquia comendo do bom e do melhor. 

     No atual momento, a Venezuela é apenas um território com dois presidentes, onde, infelizmente, já não existe mais nação. Está na hora de tentar reerguê-la, e para isso, ao meu ver, a primeira condicionante está atrelada à queda de Maduro. Que assim seja!  Venezuela, donde estás?


* O Eldoradense   

21 de fev. de 2019

Crônica: "Entre letras e números"...




  Até o quinto ano do primeiro grau, eu era um excelente aluno em praticamente todas as matérias. Aí, veio o bendito sexto ano, onde as equações e inequações tiveram a ousadia - quase heresia! - de misturar letras e números. Até então, as coisas eram bem separadas: Letras na aulas de Humanas e números nas aulas de Exatas. Algo bem distinto, tal qual "menino veste azul e menino veste rosa". Mas o conteúdo programático escolar insistiu em praticar aquela verdadeira orgia alfanumérica, onde x, y e z desfilavam incógnitos ao lado de números sem identidade, enigmáticos, que diziam tudo, e ao mesmo tempo, nada.

     Mas quando letras e números são separados, eu não escondo a preferência explícita do primeiro grupo em relação ao segundo. Primeiro, porque letras são femininas, e números masculinos. E por serem mulheres, as letras são mais complexas, abstratas, apaixonantes. Já os números não: Possuem aquela nossa obviedade masculina medíocre, que não dá conta de fazer uma limonada e fritar um hambúrguer ao mesmo tempo. Isso sem dizer que números têm uma exatidão entediante, sendo frios e calculistas, tais quais os psicopatas dos filmes de Hitchcock.

     Letras formam palavras, que formam frases, que formam capítulos, que formam histórias, que prendem a atenção. Números formam planilhas e estatísticas, que, ao menos pra mim, são sinônimos de dispersão, distração e bocejos. Se quiserem me fazer dormir, não me ofereçam um comprimido de Diazepam. Joguem nas minhas mãos uma planilha para que eu tente analisar ou interpretar. Minhas pálpebras se fecham em menos de dez minutos.

     A partir daquela sexta série que misturou letras e números nas aulas de matemática, eu passei a descobrir o meu calcanhar de Aquiles... A área das ciências exatas! E numa ironia do destino, foi uma letra específica que sinalizou meu desempenho sofrível naquele tipo de matéria: O "D" em tom vermelho hemorrágico passou a frequentar meus boletins.

    Ainda hoje, acho que não "repeti" aquele ano na escola graças à piedade da professora e do tal Conselho Escolar, que sabia que eu mandava bem nas outras disciplinas. E foi assim nos dois anos subsequentes: sempre batendo na trave, apelando para as "recuperações", "aulas de reforço" e até aulas particulares. E é por isso que hoje eu analiso tudo o que acontece muito mais pelo ponto de vista das "Ciências Humanas" do que pelo ponto de vista das "Ciências Exatas". Ah, e vamos combinar... Você conhece alguém que já lhe indicou um delicioso e envolvente livro de Matemática, Química, ou Física? Eu acho que não...

* O Eldoradense
  

20 de fev. de 2019

Sérgio Moro: A "metamorfose ambulante" na sua opinião sobre o "Caixa 2"!

  Amigo leitor, convido você a assistir ao vídeo abaixo...


     Notem, que, em um primeiro momento, numa entrevista ocorrida em 2017, o então juiz Sérgio Moro disse que o crime de "Caixa 2" para fins eleitorais eram ainda mais graves que a corrupção para enriquecimento ilícito, pois era um verdadeiro "atentado à democracia". No segundo momento do vídeo, o agora Ministro Sérgio Moro diz que "Caixa 2" e "corrupção" são dois crimes graves, mas que tecnicamente, e por sugestões dos "agentes políticos" não devem ser tratados da mesma maneira. Em suma: O "Caixa 2" vai tramitar em separado do projeto anticorrupção, algo bem conveniente para os "agentes políticos" citados por Sérgio Moro.

      Enfim, como as opiniões mudam conforme as conveniências, não? Não era Sérgio Moro o irretocável herói republicano? Aliás, há algum tempo atrás, Moro abrandou o "Caixa 2" recebido pelo Ministro Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, dizendo que ele já admitiu o erro e pediu desculpas. Hã!? Quer dizer que é assim? É só se arrepender e pedir desculpas que está tudo bem?? 

    Bom, quem quiser defender o novo ponto de vista de Sérgio Moro, me explique, porque, eu, sinceramente, não entendi nada! O juiz que até pouco tempo atrás tirou onda de herói, hoje está mais para metamorfose ambulante! Bom, melhor parar de escrever e ouvir uma seleção musical do Raul Seixas!

* O Eldoradense

19 de fev. de 2019

Alfinetada: "Este governo é mesmo retrô!"

  E as notícias vindas de


andam numa pegada tão retrô, 
que o novo Ministro da Secretaria Geral
do Governo se chama Floriano Peixoto!

Na próxima demissão ministerial, 
quem será nomeado?

O Marechal Deodoro,
ou o Duque de Caxias?

* O Eldoradense

18 de fev. de 2019

Livro: Guia politicamente incorreto do futebol



  Amigos do blog, ontem conclui mais uma leitura: Trata-se do "Guia politicamente incorreto do futebol", escrito por Jonas Rossi e Leonardo Mendes Júnior. E, em mais uma vez, a missão dos autores é desconstruir clichês e desmistificar algumas versões sobre os fatos ocorridos dentro das quatro linhas e fora delas. 

   O primeiro exemplo é a versão romântica de que antes de Charles Miller não havia futebol no Brasil, sendo o inglês o sujeito que trouxe a primeira bola e ensinou o esporte em nosso país. O britânico foi apenas o primeiro a registrar e documentar os fatos, o que lhe trouxe os louros pelo "pioneirismo". Mas a narrativa vai muito mais além disso: fala do racismo no futebol e da dificuldade inicial dos negros em praticá-lo, das contabilidades não muito confiáveis de gols dos  nossos maiores artilheiros, da final da Copa de 1998, da "Democracia Corintiana", bem como da fatídica eliminação da seleção Brasileira na Copa de 1982. 

    Para quem gosta de ler, é bom. Para quem gosta de futebol e também de ler, é ótimo! 

* O Eldoradense

17 de fev. de 2019

Clipe de hoje: "Algo parecido", com o Skank!


"Algo parecido" - Skank

Escorre o tempo que seguro e cabe em minhas mãos
Eu empresto o meu mundo pra te ter então
Você vai acreditar talvez
Ou senão queira partir de vez

E se eu falasse nessas coisas que vejo em você
Me atravessam num segundo sem eu entender
E tudo que me faz ver
E tudo que me faz ter

Aquilo que eu sinto por você
Parece ser maior
Que o destino que me passa e te passa
E há de ser um só

A gente é diferente quando sente
Mas pode ser que mesmo assim
A gente até se ajeite

Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
O outro lado da cidade
Ou algo parecido

Estou livre com seu passo e aperto sua mão
Que me mostra o caminho pra te ter então
Com você quero partir de vez
Sem destino e sem lugar talvez

Despreocupo com futuro que ninguém prevê
O que entristece, tento esquecer
Isso tanto faz
Isso já não faz mal

Aquilo que eu sinto por você
Parece ser maior
Que o destino que me passa e te passa
E há de ser um só

A gente é diferente quando sente
Mas pode ser que mesmo assim
A gente até se ajeite

Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
O outro lado da cidade
Ou algo parecido

Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
O outro lado da cidade
A gente é parecido

15 de fev. de 2019

E o pessoal do Salonpas deu show nesta propaganda bem humorada!

  Sinceramente, não sei há quanto tempo está sendo veiculada esta campanha publicitária, mas eu só a observei recentemente, na televisão. E sempre quando a vejo, dou boas risadas. Parabéns aos publicitários que criaram este comercial muito engraçado do "Salonpas"...


* O Eldoradense 

14 de fev. de 2019

Fotografia: "Estátua viva"

    Ganhar dinheiro para ficar parado. Este talvez seria o sonho de muitos, pois a ideia está atrelada à facilidade para se conseguir o sustento ou a sobrevivência. Mas nem sempre é assim: Este artista de rua encarnando o papel de "estátua viva" no centro de Presidente Venceslau, prova que, para ganhar alguns trocados, "ficar parado" às vezes requer sacrifício e muito esforço. 

  Com um figurino simples, cuja fantasia pareceu ser indecifrável e talvez até assustadora, ele testemunhou a admiração e também a indiferença de muitos que por ali passaram. Entre a mira das câmeras de celulares e os olhares desconfiados, tentou ganhar o pão do dia de forma diferente, atípica para o cotidiano de uma cidadezinha interiorana. 

  A cena, que é comum em grandes centros e cidades turísticas, causou surpresa entre os que transitavam pelo cruzamento da Avenida Tiradentes com a Carlos Gomes. A cada moeda ou cédula de pequeno valor que caía em sua sacola de coletas, agradecia de forma muito educada aos que colaboravam, pois o gesto caracterizava o reconhecimento pela sua singela manifestação artística.  E eu acho que é assim que deve se sentir cada brasileiro humilde deste país: um verdadeiro artista lutando para sobreviver de forma digna, mesmo diante de tantas dificuldades. 

    Como eu sou um grande apreciador dos artistas de rua, não pude deixar de colaborar e fazer os registros fotográficos desta performance, tendo a sobrinha Isabella como coadjuvante em um deles...



* O Eldoradense

13 de fev. de 2019

Estreando hoje no blog o "Coisas do Zap"

  Amigos leitores, hoje estréia um novo quadro no blog: O "Coisas do Zap".  A postagem que eu receber no whatsapp que eu considerar relevante, vai merecer também uma postagem no blog. E a primeira publicação é um mapa do Estado de São Paulo com data de 1910, repassado via whatsapp pelo amigo Vágner Vergani. Desde moleque eu fui fissurado em mapas, e talvez por isso, a formação em Geografia. Reparem como foi classificado o Oeste Paulista no mapa do início do século passado...


* O Eldoradense

12 de fev. de 2019

Livro: Guia politicamente incorreto da América Latina




  Amigos do blog, ontem eu conclui a leitura do "Guia politicamente incorreto da América Latina", escrito por Leandro Narloch e Duda Teixeira. A ideia central da obra é desmistificar alguns clichês que são alimentados principalmente pela visão superficial e romântica em torno de muitos personagens da história do nosso continente que são idolatrados, mesmo diante de suas biografias controversas. "Che Guevara", por exemplo, foi um dos líderes de uma revolução cruel, opressora e sangrenta, cujos "ideais" destoaram em muito, da prática. Se levarmos em conta os fuzilamentos e suas decisões atrozes, talvez nunca alguém estampasse sua imagem em camiseta ou adesivo. 

   Salvador Allende, quando sofreu o golpe de estado liderado por Augusto Pinochet, estava mergulhando o Chile numa crise econômica gigantesca, motivada por incompetência de gestão e fanatismo ideológico. Portanto, o ex-presidente chileno estava muito longe da imagem de "democrata" que é muito difundida. Nada que justifique a ditadura abominável de Pinochet, mas torna mais didático e esclarecedor os contextos social, político e econômico do Chile na época do golpe militar. 

    A dizimação dos povos pré-colombianos por parte dos espanhóis aconteceu, em muitas oportunidades, através das alianças dos colonizadores com algumas tribos locais, aproveitando-se das rivalidades que existiam entre elas. Em muitas destas conquistas, as vitórias espanholas foram comemoradas por grupos de nativos outrora colonizados e escravizados pelos incas.

     Simón Bolívar, Pancho Villa e Perón são outros personagens latino-americanos que têm suas personalidades e biografias dissecadas de uma forma mais aprofundada na obra, e por isso, mais esclarecedora. Vale a pena conferir, pois o livro extrapola os clichês, mostrando que muitos "heróis históricos" talvez não merecessem a idolatria que carregam consigo na atualidade.

      É aquele velho ditado: Toda história conflituosa, tem no mínimo, três versões. A primeira, a segunda, e a verdade!

* O Eldoradense



   

11 de fev. de 2019

Comentário: E lá se foi um cara que fazia jornalismo com "J" maiúsculo...





   "Em um começo de ano marcado por tragédias, a imprensa brasileira perdeu um dos seus principais nomes. Ricardo Boechat fazia jornalismo crítico, destemido, na medida certa. Ao contrário da maioria que apenas "noticia" os fatos, Boechat muitas vezes impunha seu olhar de cidadão aos acontecimentos, sem precisar apelar ao sensacionalismo. Enfim, era um cara que fazia jornalismo com "J maiúsculo!"


* O Eldoradense

10 de fev. de 2019

Vídeo musical de hoje: "Amor, meu grande amor", com o Barão Vermelho!


"Amor, meu grande amor" - Barão Vermelho

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras...

Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo
Ou se sou água

Amor, meu grande amor
Me chegue assim
Bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir
O que não sente

Que tudo o que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira

Enquanto me tiver
Que eu seja
O último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Me reconheça

Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

Amor, meu grande amor
Que eu seja
O último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Por favor, me reconheça

Pois tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

9 de fev. de 2019

Fotografia: "Piquerobarro"

   E na tarde de ontem, eu e meu primo Ednaldo resolvemos ir até Piquerobi de bicicleta, mesmo sabendo que a estrada poderia estar cheia de lama, após a chuva. Estava, mas nem tanto. As dificuldades do percurso foram moderadas, e ainda contamos com a vantagem da temperatura agradável. Se fosse para "batizar" a expedição, com certeza ela seria chamada de... "Piquerobarro!"

    Itinerário: Presidente Venceslau/Piquerobi (estrada de terra)

    Quilometragem: 39,2 km

    Tempo do percurso: 2h:35 min

    Fonte: Strava




* O Eldoradense

8 de fev. de 2019

Conto: "V.I.A.G.R.A."


V.I.A.G.R.A.

    Brasília, ano de 2052. Segundo Renato Russo, neste país, lugar melhor não há. Mas não é bem assim. A Capital Federal está vivendo uma série de atentados terroristas contra prédios públicos, principalmente os que são ligados ao I.N.S.S. Bombas caseiras, tiros de origem desconhecida, incêndios criminosos acontecem diariamente também nas cidades-satélites. A autoria dos atentados é reivindicada pelo V.I.A.G.R.A., um grupo paramililtar composto por idosos revoltados com a quinta reforma previdenciária proposta pelo governo em cinco décadas. O "Velhinhos Inconformados Ameaçam Governo Rever Aposentadorias" não está para brincadeira.

     Pouco tempo atrás, o ministro Saulo Guerra anunciou que para se aposentar, o trabalhador precisaria ter 85 anos de idade e outros cinquenta anos de contribuição, o que tornou a aposentadoria praticamente uma Utopia. Disse também que serão extintas as aposentadorias por invalidez, já que não é justo um trabalhador produtivo pagar pelos que não produzem.

    A maioria dos habitantes do país é composta por idosos, que não são recolocados no mercado de trabalho, mediante à produtividade dos mais jovens e à robotização, presente nas indústrias e prestação de serviços. Soma-se isso à flexibilização das leis trabalhistas, que inviabilizam qualquer carreira trabalhista contínua. A previdência social está um colapso, e mais uma vez, é necessário um "pacto". Mas como em todo pacto, é o povo quem paga o pato. Não, a culpa nunca é das grandes empresas inadimplentes, nem dos corruptos fraudadores do sistema. É do povo.

     Eis que chega o dia em que o V.I.A.G.R.A. coloca em execução sua ação mais audaciosa. Dez idosos chegaram numa agência do INSS de Brasília munidos de bengalas retráteis que se transformam em armas poderosas. Produzidas no Irã, as mesmas não são perceptíveis aos detectores de metais. Renderam os oito funcionários da agência, exigindo a presença da imprensa, do Ministro Saulo Guerra, pleiteando também uma negociação para rever as novas regras de aposentadoria. O clima está tenso, e os líderes do movimento - "os irmãos Pinto"- coordenam as ações rebeldes: Décio de um lado, Armando do outro. Ambos tinham uma grande queda para a esquerda.

       A agência está cercada por atiradores de elite e a imprensa acompanha o desenrolar das ações, até que, a pedido do Presidente Joel Brotossauro, chega o ministro Saulo Guerra, disposto a negociar.

     -Armando  e Décio, em primeiro lugar, abaixem as bengalas, eu estou aqui para conversar! - disse Saulo Guerra.

    -  Acho que você não entendeu! Membro que entra no V.I.A.G.R.A. só abaixa a bengala quando quer! - gritou Armando Pinto. Décio Pinto concordou com o primogênito.

     A eletricidade e a água do prédio foram cortadas. As negociações seguiram por quase vinte e quatro horas e os revolucionários estavam exaustos. Os policiais revezaram-se em turnos no cerco, e por isso, gozavam de grande vantagem. Saulo Guerra falava ao celular com Joel Brotossauro, dizendo que a vitória governista seria questão de tempo. Não deu outra...

      Os atiradores de elite alvejaram simultaneamente as cabeças dos irmãos Pinto, que caíram, sem chance de reação. Vendo as mortes dos líderes, os outros oito membros do V.I.A.G.R.A.  renderam-se, abaixando suas respectivas bengalas retráteis.

      A imprensa internacional repercutiu o fato, bem como a imprensa local. Velhinhos de todo o país saíram às ruas, manifestando apoio pacífico aos mártires do V.I.A.G.R.A, mas o novo "Pacto Previdenciário" foi aprovando no Congresso Nacional um mês depois da rebelião.

      Mais uma vez, banqueiros mercadores da previdência privada comemoraram o desfecho da contenda, bem como os políticos da base governista. E foi assim que, em mais um pacto, o povo pagou o pato...

* O Eldoradense

6 de fev. de 2019

Pensamentos do Eldoradense: "Cabelos rebeldes"





   "Aos trinta e poucos anos, percebi que meus cabelos eram rebeldes. Tão rebeldes que cometeram um suicídio coletivo, dando origem à minha calvície!"

* O Eldoradense

4 de fev. de 2019

Fotografia: "Dinossauros no shopping"

   "Em tempos impensáveis, em que idéias ultrapassadas parecem povoar as mentes dos homens contemporâneos, nada mais simbólico do que encontrar dinossauros no shopping..."








  Obs: Muito bacana a exposição "Mundo Jurássico", no Prudenshopping.

* O Eldoradense

3 de fev. de 2019

Vídeo musical internacional de hoje: "The Man Who Sold The World", com o Nirvana!


"O homem que vendeu o mundo"

Nós passamos pela escada
Falamos do que foi e quando
Embora eu não estivesse lá
Ele disse que eu era seu amigo

O que veio como uma surpresa
Eu falei dentro dos olhos dele
Achei que você tinha morrido sozinho
Há muito, muito tempo

Oh, não, eu não
Nós nunca perdemos o controle
Você está cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo

Eu ri e apertei sua mão
E fiz meu caminho de volta pra casa
Eu procurei um jeito e lugar
Por anos e anos vaguei

Eu encarei com um olhar vazio
Milhões de montanhas
Eu devia ter morrido sozinho
Há muito, muito tempo

Quem sabe? Eu não
Eu nunca perdi o controle
Você está cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo

Quem sabe? Eu não
Nós nunca perdemos o controle
Você está cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...