23 de mar. de 2012

A polêmica discussão sobre a vinda de mais presídios para Presidente Venceslau....

Penitenciária "Zwinglio Ferreira", em Presidente Venceslau

Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, também em Presidente Venceslau

"Somos mesmo reféns da falta de alternativas?"

  Se tem um assunto que rende conversa para mais de metro em nossa gloriosa Presidente Venceslau é essa questão que envolve a vinda de mais presídios para a nossa cidade. Discute-se mais isso do que futebol, política ou religião, nunca vi tema para dar tanto burburinho.
  Os comentários no blog do Toninho Moré, referente ao assunto, renderam à postagem do Sr. Luciano Esposto, até o momento em que escrevo este texto, mais de 50 comentários. Na semana anterior, a postagem relativa ao mesmo  assunto escrita pelo Sr. Raphael Balhestero, por sua vez, rendeu mais de 100 comentários. Isso prova a relevância que o cidadão venceslauense dá ao tema.
  Achei interessantíssima a explanação e o estudo minucioso que o Sr. Raphael fez sobre o impacto na economia local com a vinda de mais presídios, bem como não dá para ignorar os argumentos feitos pelo Sr. Luciano, expondo a sua contrariedade no tocante à questão.


   Eis alguns tópicos abaixo que eu creio que devam ser levados em consideração, sobre o assunto:

   a) A economia local ganharia com a vinda das unidades: É fato. O dinheiro que circularia no comércio, proveniente da folha de pagamento dos funcionários, dos visitantes dos sentenciados, bem como dos setores de compras dos presídios, fomentaria o movimento de hotéis, supermercados e restaurantes, por exemplo. 

   b) Superlotação: Tenho minhas dúvidas se o problema da superlotação seria sanado ou amenizado com a vinda de mais  uma ou duas unidades prisionais em nossa cidade. A carência de investimentos sociais do Estado, principalmente em educação, tem colaborado com o aumento da criminalidade, e portanto, o número de vagas ocasionadas pela construção de presídios ainda é muito aquém do necessário. É bem provável que teríamos mais penitenciárias lotadas ou superlotadas em nossa cidade.

   c) Aumento dos índices de violência e criminalidade no município: Balela.  O argumento de que familiares e pessoas ligadas aos sentenciados automaticamente viriam para cá, na maioria dos casos, não procede. Como se sabe, a maior parte da população carcerária é proveniente da capital paulista, bem como seus parentes, que possuem vínculos em São Paulo, não sendo interessante para estas pessoas a mudança para o interior. Via de regra, parentes e amigos de sentenciados fazem longas viagens para realizar as respectivas visitas dos fins de semana. Além disso, existem muitas cidades vizinhas que não possuem presídios que possuem índices de criminalidade maiores que os nossos.  Há de se considerar também que cidades com unidades prisionais demandam maior contingente de efetivo policial e atenção redobrada das autoridades públicas, e isso, conta a favor de nossa segurança.

    d) Transferência de funcionários venceslauenses para a cidade de origem: Questionável. Sabe-se que a Secretaria da Administração Penitenciária leva em consideração a Lista Prioritária de Transferências, onde funcionários com mais tempo de efetivo exercício possuem vantagens na escolha das vagas. Portanto, não necessariamente viriam trabalhar aqui pessoas oriundas de Presidente Venceslau, mas também de cidades vizinhas. Consequentemente, poderiam esses trabalhadores optar por residir nestas cidades, não necessariamente contribuindo com a economia local.

  e) Distância da capital e rodovia ruim inviabilizam a vinda de empresas para cá: É a desculpa dos que pensam pequeno e que são acomodados. Fosse assim, Presidente Prudente, também distante de capital e margeada pela mesma Raposo Tavares, não teria a importância socioeconômica que tem. Faltam aos nossos políticos  reivindicarem ajuda ao Governo do Estado na elaboração de um plano econômico regional de desenvolvimento, levando-se em consideração nossas vocações produtivas e outras tantas alternativas: agronegócio, turismo, setor sucroalcooleiro, beneficiamento de couro, indústrias de confecções, fruticultura e  outras possibilidades. Alíquotas diferenciadas de impostos para regiões mais pobres e fronteiriças seriam bem vindas para que o progresso soprasse de fato, por estas paragens.

  Levando-se em conta todos os prós e contras à vinda de novas unidades prisionais para a nossa cidade, particularmente, sou contrário à esta possibilidade. Com três ou quatro presídios localizados em um município com pouco mais de 37 mil habitantes, estaríamos assumindo o papel de "Carandiru fracionado", concentrando um razoável número de criminosos sem ao menos termos contrapartidas compensatórias para exercer tal função. Imaginem uma situação de rebelião sincronizada, (o que não é difícil acontecer), o caos a que estaríamos submetidos? Portanto, na minha opinião, antes de requisitarmos a vinda de mais uma ou duas penitenciárias para cá, deveríamos sim, EXIGIR as compensações pela existência dos dois presídios que por aqui, já estão instalados.
    Porém, creio que primeiro devemos esperar uma sinalização concreta do Governo do Estado para a possibilidade, e aí sim, fomentar um debate mais maduro e objetivo com relação à questão. Por enquanto, a impressão que tenho, é que estamos discutindo muito sobre uma especulação, apenas.


                                                      * O Eldoradense

2 comentários:

  1. Anônimo18:19

    Só discordando de um elemento q vc colocou ai,os privilegiados com a construção de mais 2 unidades em Presidente Venceslau serão sim os ASPs e AEVPs naturais da cidade, éles estão dando preferência pra qm é da cidade,ou seja,os venceslaunses terão prioridade,caso sejam contruidas essas unidades na cidade.

    ResponderExcluir
  2. Anônimo19:54

    eu nao concordo a gente precisa sim de industrias pra gerar novos empregos eu acho q de presidios ja basta né.

    ResponderExcluir

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...