23 de mai. de 2020

Comentário: "Sobre o tal vídeo da reunião ministerial"




    E ontem, o Ministro do STF Celso de Mello tornou público o vídeo da reunião ministerial do dia 22/04/20, objeto de investigação da denúncia de Sérgio Moro contra as supostas irregularidades cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro na intenção de interferir diretamente nas investigações da Polícia Federal. Em meio à exibição do vídeo, retiro as seguintes conclusões:

   1) O vídeo, por si só, não explicita de forma direta a intenção do presidente interferir nas condutas investigativas da Polícia Federal, mas é sim, parte de todo um processo. Ele não é determinante para uma conclusão, mas ajuda a elucidar a questão, principalmente depois das nomeações que o presidente tentou fazer no comando da instituição policial, barradas de forma correta pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

 2) A reunião é uma ode à incompetência e às palavras de baixo calão. Eu arriscaria a dizer que se Dercy Gonçalves tivesse acesso à filmagem em algum lugar do além, a mesma ficaria chocada.


 3) A Ministra Damares Alves é mesmo uma lunática. Reverenciada pelos religiosos conservadores, a mesma sugere a prisão de governadores e prefeitos, baseando-se em absolutamente nada. Deveria sim, prender a própria língua solta.

  4)  Paulo Guedes, o Ministro da Economia, também não economizou nos palavrões. Fez isso de forma mais enfática ao sugerir a venda urgente do Banco do Brasil.

    5) Ricardo Salles, Ministro do Meio ambiente, está pouco ligando para as causas ambientais e populações tradicionais do Brasil, como os quilombolas e povos indígenas. Segundo ele, o momento é de "aproveitar a pandemia para acelerar a votação de projetos infralegais".  Pelo visto, o negócio e desmatar, poluir e "fazer dinheiro": O meio ambiente que se dane... 


   6) O Ministro da Educação, então, ficou parecendo um generalzinho do Playmobil, ao sugerir a "prisão dos vagabundos do STF. Sei não, este daí, na minha opinião, vai ser o primeiro a rodar!

      7) Utilizando-se do velho argumento de "defender a democracia", ficam claras as intenções de Jair Bolsonaro implementar um golpe de Estado, caso venha a sofrer um impedimento através das vias legais. E em todo este contexto, ficou evidente por qual motivo o presidente quis flexibilizar a posse e o porte de armas: Ele conta com uma possível legião de defensores capaz de defendê-lo "na bala", caso for preciso...

      8)  A reunião ministerial, em momento algum teve o objetivo de minimizar os efeitos e consequências da pandemia, cada vez mais em ascensão. Todo o bojo da reunião teve um único e claro objetivo: tentar defender um governo cada vez mais desgovernado e decadente.

          9)    Sobre o impacto da exibição do vídeo da reunião na popularidade presidencial, creio que a mesma nem agrega, nem dissolve. Quem é Bolsonarista não deixará de sê-lo, e quem é contrário ao chefe do executivo não será convertido. Quanto à possibilidade de impeachment, esta sim, não creio ser descartada, principalmente depois que o pior da pandemia passar.


* O Eldoradense  

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