1 de mai. de 2020

Comentário: "Influências literárias"

      
      Perguntem a qualquer cantor, ator ou escritor sobre a essência dos seus trabalhos e estilos, e todos responderão que quando começaram a exercer suas atividades, buscaram fontes de inspiração em alguma referência. É normal, não se trata de "cópia" ou "plágio", mas sim, de adotar um estilo inicial para alavancar, posteriormente, a própria maneira de se expressar.

     Quando comecei a escrever na internet, percebi que meus estilo foi inspirado em três escritores que prenderam a minha atenção em momentos anteriores ao blog. São eles:

1) Nélson Rodrigues


  
   Dramaturgo, colunista de jornal, cronista esportivo. Se eu disser que "li" Nélson Rodrigues, estou mentindo. Mas passei a admirar o seu estilo literário quando ouvi trechos de seus trabalhos na voz de José Wilker, quando havia, no programa "Fantástico", da Rede Globo de Televisão, a exibição do quadro "A vida como ela é". A franqueza peculiar do estilo, as ironias, a acidez, bem como o realismo impregnado em suas críticas à sociedade na época, prendiam, e muito, a minha atenção. Na minha modesta opinião, Nélson foi original, exótico, e por isso, "genial".

2) Marcelo Coelho (Voltaire de Souza)


  
     Na segunda metade da década de 90, trabalhei por cinco anos na agência de viagens de uma empresa de ônibus no terminal rodoviário de Presidente Venceslau. Alguém, não me lembro quem, comprava quase que regularmente um exemplar do extinto jornal "Notícias Populares". Durante os intervalos de ócio, eu folheava o jornal, que tinha um estilo sensacionalista, com cores fortes e letras garrafais nas manchetes. A linguagem do folhetim era bem simples, o preço do jornal acessível, pois a proposta do mesmo era atingir as camadas mais populares da sociedade. E por um bom tempo, pareceu ter atingido os objetivos.

     E dentre as páginas do noticioso, havia um colunista que escrevia contos diferenciados, com três, quatro ou cinco parágrafos no máximo. As narrativas tinham muitas vezes, teor policial, erotismo e divagava pelo comportamento humano, prendendo a atenção do leitor. Esta coluna era assinada por Voltaire de Souza, pseudônimo de Marcelo Coelho, cientista social, romancista e jornalista. Em pesquisa recente sobre seu trabalho, descobri que o mesmo também havia se inspirado em Nélson Rodrigues.

3) Paulo Francis  (Bookmaker)


   E neste período em que trabalhei na agência de viagens, a empresa transportava, através dos seus ônibus, exemplares de um jornal até hoje publicado em Presidente Venceslau, chamado Tribuna Livre. Neste periódico havia uma coluna chamada "O baralho", assinada sob pseudônimo "Bookmaker". A coluna fazia uma analogia muito bem humorada sobre um jogo de poker e a política local. Irônica, com pitadas deliciosas de sarcasmo, o escritor parecia conhecer muito bem os bastidores da Prefeitura e da Câmara Municipal da cidade, fazendo com que o leitor identificasse com exatidão cada personagem do conturbado cenário político  local, na época.
   Anos depois, após ingressar na carreira de servidor público estadual, conheci o homem que estava por trás daquele pseudônimo: Tratava-se do escritor e também hoje servidor público estadual Paulo Francis, membro da Academia Venceslauense de Letras.
     Portanto, através desta postagem de hoje, e depois de algum tempo, exponho quem foram, de certa forma, os influenciadores do estilo literário do personagem "O Eldoradense". Grato aos três escritores que me emprestaram um pouco das suas marcas registradas para a construção do meu próprio estilo.

* O Eldoradense

Um comentário:

  1. Tá EM tempo dê achar SEU próprio estilo. Afff sábia QUE esse NAW era você. 🤦‍♀️

    ResponderExcluir

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...