Perguntem a qualquer cantor, ator ou escritor sobre a essência dos seus
trabalhos e estilos, e todos responderão que quando começaram a exercer suas
atividades, buscaram fontes de inspiração em alguma referência. É normal, não
se trata de "cópia" ou "plágio", mas sim, de adotar um
estilo inicial para alavancar, posteriormente, a própria maneira de se
expressar.
Quando comecei a escrever na internet, percebi que meus estilo foi inspirado em três escritores que prenderam a minha atenção em
momentos anteriores ao blog. São eles:
1) Nélson Rodrigues
Dramaturgo, colunista de jornal, cronista esportivo. Se eu disser que
"li" Nélson Rodrigues, estou mentindo. Mas passei a admirar o seu
estilo literário quando ouvi trechos de seus trabalhos na voz de José Wilker,
quando havia, no programa "Fantástico", da
Rede Globo de Televisão, a exibição do quadro "A
vida como ela é". A franqueza peculiar do estilo, as ironias, a
acidez, bem como o realismo impregnado em suas críticas à sociedade na época,
prendiam, e muito, a minha atenção. Na minha modesta opinião, Nélson foi
original, exótico, e por isso, "genial".
2) Marcelo Coelho (Voltaire de Souza)
Na
segunda metade da década de 90, trabalhei por cinco anos na agência de viagens
de uma empresa de ônibus no terminal rodoviário de Presidente Venceslau.
Alguém, não me lembro quem, comprava quase que regularmente um exemplar do
extinto jornal "Notícias Populares". Durante
os intervalos de ócio, eu folheava o jornal, que tinha um estilo
sensacionalista, com cores fortes e letras garrafais nas manchetes. A linguagem
do folhetim era bem simples, o preço do jornal acessível, pois a proposta do
mesmo era atingir as camadas mais populares da sociedade. E por um bom tempo,
pareceu ter atingido os objetivos.
E dentre as
páginas do noticioso, havia um colunista que escrevia contos diferenciados, com
três, quatro ou cinco parágrafos no máximo. As narrativas tinham muitas vezes,
teor policial, erotismo e divagava pelo comportamento humano, prendendo a
atenção do leitor. Esta coluna era assinada por Voltaire
de Souza, pseudônimo de Marcelo Coelho, cientista social, romancista e
jornalista. Em pesquisa recente sobre seu trabalho, descobri que o
mesmo também havia se inspirado em Nélson
Rodrigues.
3) Paulo Francis (Bookmaker)
E neste período em que trabalhei na agência de
viagens, a empresa transportava, através dos seus ônibus, exemplares de um
jornal até hoje publicado em Presidente Venceslau, chamado Tribuna
Livre. Neste periódico havia uma coluna chamada "O
baralho", assinada sob pseudônimo "Bookmaker". A coluna fazia uma
analogia muito bem humorada sobre um jogo de poker e a política local.
Irônica, com pitadas deliciosas de sarcasmo, o escritor parecia conhecer muito
bem os bastidores da Prefeitura e da Câmara Municipal da cidade, fazendo com
que o leitor identificasse com exatidão cada personagem do conturbado cenário
político local, na época.
Anos depois, após ingressar na
carreira de servidor público estadual, conheci o homem que estava por trás
daquele pseudônimo: Tratava-se do escritor e também hoje servidor público
estadual Paulo Francis, membro da Academia
Venceslauense de Letras.
Portanto,
através desta postagem de hoje, e depois de algum tempo, exponho quem foram, de
certa forma, os influenciadores do estilo literário do personagem "O
Eldoradense". Grato aos três escritores que me
emprestaram um pouco das suas marcas registradas para a construção do meu
próprio estilo.
* O Eldoradense
Tá EM tempo dê achar SEU próprio estilo. Afff sábia QUE esse NAW era você. 🤦♀️
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