26 de jul. de 2019

Livro: "Confesso que perdi - Memórias ", de Juca Kfouri!




   Juca Kfouri é um dos caras que gosto de ler com alguma regularidade, pois eu sou admirador do seu modo de escrever, do estilo combativo na defesa dos seus princípios e ideias. Corintiano assumido, não tem seu trabalho prejudicado por explicitar o seu time do coração, e quando timão foi contemplado com a construção do estádio "Itaquerão", não teve dúvidas de manifestar suas contrariedades, levando-se em conta os prejuízos que a obra superfaturada causariam tanto aos cofres públicos quanto ao clube.

   E é no livro "Confesso que perdi - Memórias" que pude acompanhar muito de sua biografia, entender como funciona a rotina frenética das redações de jornais, da luta por furos de reportagem, das pressões que os profissionais de imprensa sofrem por parte dos patrocinadores, da busca por obtenção de fontes e da paixão envolvida neste trabalho. E é claro que tudo isso geralmente cobra um preço: O distanciamento da família e a perda da qualidade de vida, principalmente no tocante à saúde, foram percalços que fizeram parte da carreira do jornalista. 

     O título "Confesso que perdi" refere-se principalmente ao engajamento de Juca na busca da moralização dos bastidores da administração do futebol e do esporte através de denúncias e reportagens investigativas, bem como na militância política, buscando democracia e justiça. E pelo título do livro, dá pra deduzir que o jornalista infelizmente foi vencido pelo "sistema". Em duas oportunidades especiais, Juca mostrou como a podridão da política e do esporte se fundiram para a benesse financeira de autoridades destes dois meios: Quando o Brasil sediou a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Enquanto o povo padecia nos hospitais, no transporte coletivo precário e nas favelas, estádios e centros esportivos modernos eram construídos de maneira superfaturada, fazendo com que  políticos e dirigentes esportivos embolsassem muita grana, concretizando com êxito seus projetos de poder. 

     Livro bom, envolvente, de fácil leitura e concluído num "tapa". Depois dele, Juca Kfouri subiu ainda mais no meu conceito particular.

* O Eldoradense

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