12 de jul. de 2019

Comentário: Sobre a coragem de Tábata Amaral





   Foi numa entrevista do programa "Conversa com Bial" que conheci um pouco da biografia a Deputada Federal Tábata Amaral, eleita pelo PDT paulista. Em resumo, e para não estender muito na primeira parte deste texto, a moça em questão tem origens familiares na periferia de São Paulo e formação acadêmica em Ciências Políticas e Astrofísica pela Universidade de Harvard, Estados Unidos. Exerce um trabalho magnífico na defesa da Escola Pública e dos direitos da mulher, não só no Congresso Nacional, mas em projetos sociais fora dele.

   Pois bem: Com um perfil ideologicamente esquerdista, ao qual eu nunca neguei mais afinidade, Tábata Amaral votou a favor da Reforma da Previdência encampada pelo atual governo. Não, eu  não sou a favor da reforma, pois a matemática dos políticos, sinceramente, não me convence. Ao meu ver, mais uma vez o povo está pagando caro por fraudes no sistema, inadimplência de ruralistas e grandes empresas. O discurso de que a "Previdência quebrará sem a reforma" ao meu entender, é puro terrorismo para que aceitemos melhor esta barbárie contra população, que temendo algo ainda pior, assiste passivamente a perda dos próprios direitos, tornando exitosa a estratégia dos abutres engravatados. Mas Tábata, seguindo as próprias convicções, votou a favor da reforma, contrariando as recomendações do PDT, que ameaça expulsá-la.

    Erra o PDT, assim como sempre erraram os partidos que expulsam os seus políticos que agem de forma independente como se fossem "dissidentes" ou "desertores". Não por acaso, Tábata já foi assediada pelo tosco PSL e pelo oportunista PSDB, na figura de João Dória.

     Nas redes sociais, ela acumula elogios, mas também muitas críticas: direitistas alertam para que se "tome cuidado com ela", pois é uma política originalmente de esquerda. A esquerda a acusa de traíra. Enfim, a moça parece encontrar-se naquele velho limbo característico dos independentes e que agem conforme com as próprias pernas, e não por orientações.

    Se o papel da mulher na política nacional ainda é secundário, sabotar um nome promissor como Tábata Amaral é um desperdício na luta pela igualdade de gênero não só no Congresso Nacional como na sociedade civil. Ao se concretizar a expulsão do partido, o PDT agirá tal qual o pai autoritário que escorraça a filha de casa pelo simples fato da mesma discordar da opinião do "chefe da família", contrariando o discurso de liberdade, democracia e autonomia.

* O Eldoradense

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