Dizem que em terra de cego, quem tem um olho, é rei. E eu diria que em terra de vilões, quem cumpre a obrigação, mesmo que utilizando-se de métodos pra lá de questionáveis, se torna herói. Particularmente eu acho o fenômeno um exagero tão desproporcional quanto uma elefanta prenha de quadrigêmeos, mas fazer o quê, né?
A verdade é que esta "personificação heroica" é típica de sociedades decadentes, algo bem "terceiro -mundista", onde a carência de boas referências acarreta o surgimento de mártires. Isso não sou eu quem estou dizendo, basta uma pesquisa mais apurada no campo da sociologia para que sejam compreendidos o surgimentos de "ritos" e "mitos" nestes ambientes. A novela "Roque Santeiro" explorou de forma brilhante a temática, quando foi ao ar, no distante ano de 1985: O padroeiro da cidade de "Asa Branca", não era tão santo assim, mas enfim, alguém precisava ser antagonista ao bandido "Navalhada", lembram?
Pois é assim que eu vejo a transformação caricata de Sérgio Moro em herói. Ela é fruto da nossa carência, da nossa vilania disseminada, e o juiz que cumpriu sua missão através de métodos duvidosos, hoje é o mártir da vez. Assim como ontem foram mártires tantas outros personagens que a história tratou de desmitificar ao longo do tempo. Enfim, se todo "Super-Homem" tem sua Kryptonita, eu diria que o "Super-Moro" também tem a sua... * Para visualizar a imagem em tamanho original, clique sobre a mesma.
* O Eldoradense
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