2 de jan. de 2019

Comentário: E nosso país encontra-se novamente "possuído"!





   E ontem, o Ano Novo começou! E com ele aconteceu a posse do mais novo presidente, (aquele que representa a nova política mesmo sendo político há 30 anos!). Com um esquema de segurança bem diferente do que aquele em Juiz de Fora, Bolsonaro recebeu a faixa de Michel Temer, numa cena que para muitos, é digna daqueles filmes libertadores e patrióticos. Eu já acho que o episódio poderia navegar entre a comédia e o terror, mas tudo bem!

   E nosso digníssimo presidente fez questão de manter a tradição: chegou no Rolls Royce 1952, um veículo bastante moderno para sua mentalidade do século XVI.  Tradicionais partidos de esquerda não participaram da solenidade, num boicote deselegante. Tudo bem, ser elegante na festa do anfitrião deselegante pode ser incoerência, mas é uma questão de protocolo democrático. 

     No discurso de posse, disse que o país está se livrando do socialismo e do politicamente correto? Hã?? Ele quis dizer que em algum momento da história fomos socialistas, é isso? Em que momento, exatamente? No petismo? Uma coisa é se dizer socialista, e outra, é exercê-lo na prática, e o PT, durante o governo, exerceu um "capitalismo selvagem", privilegiando empreiteiros, banqueiros e empresários desonestos. 

    Mas o que importa é que o atual presidente e a população estão em lua de mel:  Bolsonaro ratificou o aumento do salário mínimo abaixo das estimativas estabelecido por Temer  e o povo aplaude. Vai deixar a cargo do Ministério da Agricultura a questão indígena muita gente está achando legal pra caramba. Fará uma Reforma Previdenciária  radical que transformará a aposentadoria em uma Utopia, mas quem se importa, né? Disse abertamente que a questão ambiental será desprestigiada em nome do agronegócio e... palmas para ele! Vai mudar a embaixada do Brasil em Israel para a conflituosa Jerusalém e muitos acham que isso não oferece risco aos que lá se estabelecerão. Como se não bastasse, a questão da posse de  armas provavelmente não será votada no Congresso Nacional, mas sim, estabelecida por um decreto presidencial. Porém, a confiança depositada no "mito" é tão grande que parece ofuscar até mesmo estas questões carregadas de equívocos.

     Voltando à posse, eu achei legal a primeira dama (que já é a terceira, diga-se de passagem); reproduzir o discurso em LIBRAS. Foi uma atitude bonita, que promoveu a inclusão. Seria legal se também tivessem distribuído cópias das intenções de Bolsonaro em Braille para muitos dos que lá estavam. Entenderam, né?

      Todavia, o que importa é que o fato está consumado e o clamor popular prevaleceu, como deve ser nas democracias. Bolsonaro tomou posse, e o país, encontra-se, novamente possuído...

* O Eldoradense   

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