11 de jan. de 2019

Crônica: "Musas e músicas"





  
     Sinceramente, não sei quem foi o compositor ou cantor que iniciou a prática de exaltar as musas nas músicas. Só sei que ela é bem sucedida, e geralmente ocasiona em sucesso ou hit. Talvez tenham sido Mário Lago e Ataúfo Alves, quando enalteceram "Amélia", a mulher que não tinha a menor vaidade.  Não são poucos os exemplos, tenham as musas nome próprio ou ocultas, como a "Garota de Ipanema", do gênio Tom Jobim.

      Também não é para menos. Amores e paixões são inspiradores, e as consequentes composições em homenagem - ou seria "mulheragem?" - a elas são muito justas, já que não há animal, paisagem ou fenômeno sobrenatural mais complexo e intrigante do que elas. E lá se vão rascunhos, papéis rasgados, tempo dedicado, até uma composição se tornar sucesso respeitado ou hit temporário. Mas a combinação musa e música geralmente dá samba, rock, sofrência ou até mesmo axé.
 
      Ney Matogrosso tentou dar explicações à "Telma", dizendo que não era gay. Claro que não convenceu, (e eu acho que não era esta a intenção). Numa paixão diferente, Rita Lee se declarou à "Buana", pois a mesma a retirou da sarjeta. João Mineiro e Marciano se apaixonaram por "Aline", e não sei se disputaram a musa, ou viveram um triângulo amoroso. Isso sem falar na "Juliana", que não queria sambar de jeito nenhum, mesmo com os pedidos insistentes do "Raça Pura".  Bebeto achava "Jéssica" a coisa mais linda. Mais vai falar isso pro pessoal do Biquíni Cavadão? Dane-se a opinião alheia, pois eles só tinham olhos para a "Dani"! Ainda assim, a galera do LS Jack preferia a "Carla".

     Porém, um único nome inspirou três músicas diferentes. A tal da Ana, que tinha lábios de labirinto, segundo os Engenheiros do Hawaii. Para o Netinho, ela deveria ter outros atributos, pois ele a chamava de "Ana Tanajura". Mas eu acho que nenhuma outra Ana ficou tão gravada na mente quanto a "Ana Júlia", da banda Los Hermanos. O nome feminino mais popular também teve sua ode: foi nos anos 80 que a banda Grafitte cantou "Mamma Maria".

      Por que estou escrevendo isso? Porque mesmo não tendo ouvido nenhuma vez a música, um outro hit inspirado em musa parece ter tomado as paradas de sucesso, mesmo com sua qualidade questionável. E o nome dela é... Jenifer! Do outro lado da moeda há poucos exemplos de nomes masculinos que mereceram homenagens musicais. Se não me falhe a memória, só o "Abba" reverenciou alguém, e não por acaso, a música se chamava "Fernando". Não é pouca coisa não, hein??

* O Eldoradense

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...