24 de jan. de 2019

Comentário: "O dono da bola"




  É uma historinha típica do mundo das peladas de futebol: O dono da bola não joga bem e ninguém lhe passa a pelota durante o jogo. Irritado, ele leva a mesma embora, interrompendo a brincadeira. Qualquer semelhança com o nosso Presidente da República não é mera coincidência.

     Na Suíça, com uma fala mais genérica que dipirona sódica, Bolsonaro, que tinha à sua disposição inicial 30 minutos, se predispôs a falar 15, mas na prática, falou 6. Sucinto, claro e objetivo? Não. Genérico, evasivo e pouquíssimo convincente. Sou eu quem estou falando? Não...

      "O Brasil é um grande país, merece alguém melhor. Eu tenho que parar de falar, não posso falar sobre o Brasil de novo" - Do norte-americano Robert Shiller, que foi "apenas" Prêmio Nobel da Economia em 2013.

       A imprensa internacional também teceu muitas críticas ao tom "evasivo" do nosso mandatário, explicando que ele apenas disse "o que fazer", mas passou longe de dizer "como fazer". Mas esperar o que? O sujeito passou uma campanha inteira sem se expor (por motivos justos, já que foi vítima de atentado); mas depois disso, só o que fez foi ausentar-se dos embates e se comunicar nas Redes Sociais, como se jogasse num estádio com torcida única. Fácil, né?

    Aí, depois de perceber claramente que desagradou, cancelou uma entrevista coletiva, certamente temendo novo fiasco. Pior ainda foi a explicação para o gesto deselegante: uma vertente de puxa-sacos alegou "falta de profissionalismo da imprensa', enquanto outro grupo disse que o presidente "estava cansado". Ora, ou é uma coisa ou é outra! Passasse a bola para o Ministro da Economia então!  Mas não. Nosso presidente preferiu levar a bola embora e decidiu que não teria mais jogo. Típico dos que não sabem jogar. Ao invés de "parecer" despreparado, Bolsonaro foi mais além: Assinou o atestado de inaptidão. 

* O Eldoradense  

    

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