15 de ago. de 2015

Poema: "O repente da crítica e do elogio"


" O repente da Crítica e do Elogio"

A Crítica e o Elogio,
Se encontraram frente a frente;
E fizeram um desafio,
Em forma de "repente"...

Duelo de embolada,
Dois poetas populares;
Peleja aguardada,
Em versos espetaculares!

A crítica, afiada,
Disse que o Elogio é puxa-saco;
Que ele gosta de seda rasgada,
Chamando-o de fraco...

E o Elogio, elegante,
Sugeriu à oponente;
Que fosse mais interessante,
Que não fosse tão contundente...

A Crítica, ferina,
Disse que tinha personalidade;
E que desde menina,
Só dizia a verdade...

O Elogio, por sua vez,
Gabou-se por ser motivador,
E que nunca fez,
Algo que causasse dor...

A Crítica argumentou,
Disse que a dor fortalece;
Que nunca enganou;
E portanto, não se compadece...

O Elogio insistiu,
Em exaltar suas qualidades;
Falou que nunca feriu,
Que nunca propagou maldades;

A Crítica, retrucou,
Enaltecendo a própria nobreza;
Alegando que quando criticou,
Sempre o fez com franqueza!

O Elogio, cordial;
Pediu em tom amigável;
Para que ela não o levasse a mal;
Para que ela fosse maleável;

Eis que chega uma senhora,
Puxando ambos pelas mãos;
Levando-os rua afora,
Carregando os dois irmãos...

Irmãos adversários
Oriundos do mesmo embrião;
Que festejam juntos os aniversários,
Filhos da Dona Opinião!



* O Eldoradense

Um comentário:

  1. Anônimo21:52

    Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero.
    ( Pierre Beaumarchais )

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