"A pior de todas as eliminações"
Amigos leitores, este que vos escreve acompanha Copas do Mundo desde 1986. Não é preciso dizer que esta foi a eliminação mais amarga da seleção brasileira no torneio. Foi amarga pelo placar elástico, por estarmos jogando em casa e porque ainda que a Alemanha seja mesmo uma seleção fortíssima, ninguém em sã consciência poderia prever algo tão esdrúxulo, tão acachapante, tão massacrante. Sou do tipo que comemora ao máximo as vitórias e procuro minimizar as derrotas, mas hoje, está realmente complicado digerir o que aconteceu nesta fatídica terça-feira no Mineirão. Vou opinar sobre alguns comentários que tenho lido após a eliminação:
1) Felipão escalou mal: Sim, eu concordo. Mas se a seleção estivesse bem escalada, a derrota também aconteceria, com um placar mais digno, provavelmente.
2) Perdemos por causa da ausência de Neymar: É a mesma situação do primeiro comentário. Neymar não jogou, Felipão não havia pensando em uma equipe sem o craque, e consequentemente, escalou mal. Com Neymar em campo, perderíamos de forma mais honrosa.
3) É preciso uma reestruturação do futebol brasileiro: Claro, não há duvidas. Mas esta reestruturação política na CBF é necessária há pelo menos três décadas. O problema, é que quando se ganha, ninguém fala nisso.
4) Há outros jogadores brasileiros melhores que os convocados: Uns dois ou três, talvez. O zagueiro Miranda, Kaká e Robinho provavelmente fizeram falta no elenco, o que não nos daria o título.
O que eu quero dizer aqui é que seleção vitoriosa é fruto de uma excelente safra de jogadores, e no atual momento, temos uma boa safra jovem, que ainda está longe de ser a melhor seleção do mundo. É uma das melhores, mas não o suficiente para erguer a taça. Se isso acontecesse, seria realmente por conta da sorte ou de muita superação. Sempre disse nos comentários após os jogos que nossa seleção foi mais transpiração que inspiração, mais raça que técnica. E raça por si só raramente ganha campeonatos, pois é preciso também reunir vários talentos em uma só equipe. Não era o caso da nossa seleção, infelizmente.
Se existe algo de bom nesta eliminação, foi que caiu por terra a falácia infundamentada e estúpida de que o governo federal havia comprado o resultado da Copa para fins eleitoreiros. Ruíram novamente os argumentos dos analistas esportivos e políticos de Facebook. A Copa foi sim, inoportuna e superfaturada, ao mesmo tempo em que dentro das quatro linhas está sendo surpreendente e espetacular. Mas daí a dizer que é possível "comprar um título", sinceramente, é acreditar muito em teorias conspiratórias. E só para finalizar, creio que a dor do "Maracanaço" foi menos sensível que a de hoje: em 1950, ao menos houve equilíbrio na derrota diante dos uruguaios...
* O Eldoradense
