Na última semana, acompanhando o blog do Toninho Moré, percebi que um assunto gerou grande polêmica e tomou conta daquele site:- A criação de um espaço para a prática de skate no bosque. Quem acompanha o meu blog, percebe que raramente trato de assuntos locais, pois o Toninho e o Jamil, por serem profissionais da imprensa já o fazem com profissionalismo, além de possuírem informações junto às autoridades que trazem maior credibilidade às suas notícias. Prefiro fazer os comentários, com as informações que tenho em mãos. Mas esse tema, é muito importante, pois é polêmico e atual, e por isso, resolvi também dar ênfase à ele.
Notei que a possibilidade da criação do espaço para os skatistas no bosque, mobilizou tanto os amantes do esporte, quanto os moradores da cidade e das adjacências da praça, sendo que as opiniões foram as mais variadas, tanto a favor, como contra. Normal, pois toda unanimidade é burra, como diria o famoso Nélson Rodrigues. Porém, eu confesso que faço parte do coro entoado pelos skatistas. Esse pessoal apenas está pleiteando por mais um espaço para a prática do esporte em nossa cidade, no simples intuito de difundí-lo.
Esporte é ferramenta de inclusão social, de entretenimento e lazer para jovens e adultos, e o skate é uma modalidade que está ganhando cada vez mais adeptos, não só em Presidente Venceslau, como em muitas cidades brasileiras. O argumento de que já existe um espaço para a modalidade é válido, mas o que impede a criação de novos espaços alternativos? Não temos em nossa cidade, várias quadras poliesportivas? Porque não criar mais um espaço para a prática do skate? Os que são contra a criação do espaço, parecem defender que a praça mereça revitalização, respeitando o "perfil" dos moradores da área. Mas, que eu saiba, o bosque não pertence somente aos moradores de uma área da cidade, apesar de estar ali situado. Aquela praça é espaço público, devendo abrigar todos os cidadãos que ali queiram passar os seus momentos de lazer. Desde que sejam respeitados os direitos do próximo, toda e qualquer manifestação de lazer, esporte ou até mesmo artística, é bem vinda nos espaços públicos.
Nas grandes cidades, onde existem praças e parques bem cuidados, é comum ver apresentações de capoeira, dança, além de espaços esportivos alternativos para o bem comum. Portanto, um pequeno espaço dentro daquele bosque, reservado ao skate, tenho certeza que não tratá transtorno algum para àqueles moradores. Pelo contrário, trará um movimento maior à praça, que mais parece um deserto com bancos e árvores.
Vi com bons olhos a criação da Academia Popular, situada na praça da Vila Luiza, sendo que os moradores estão tendo naquele local, oportunidade de se exercitarem, usufruindo e muito, dos aparelhos ali instalados. Sou morador da perifeira, no Jardim Eldorado, e sei o quanto é duro não ter opções de lazer e esporte nos arredores da moradia. Quando me mudei para o bairro, há 20 anos atrás, só tínhamos, naquela ocasião, um campinho mal cuidado, cheio de buracos. Hoje, a situação do campinho é a mesma de tanto tempo atrás, (se é que não piorou). Em campanha, o atual prefeito e candidatos a vereadores foram lá, prometendo revitalizar o espaço e melhorá-lo. Até agora, isso não aconteceu.
O adolescente de classe média ou alta, tem a possibilidade de fazer parte dos clubes da cidade, utilizando campos de futebol, piscina, quadras de tênis e outros esportes. Já o adolescente da periferia, depende exclusivamente de medidas do poder público para ter os seus momentos de lazer. Esporte é educação, disciplina e saúde. Numa sociedade que vive sob o tormento do problema das drogas, a bandeira do desporto necessita ser empunhada com mais força. Portanto, está na hora da nossa sociedade conservadora e preconceituosa, rever alguns conceitos e se atualizar.
Quem propõe que o bosque seja revitalizado, está correto, porque aquilo está num abandono só. Porém, o processo de revitalização pode muito bem ocorrer simultaneamente à criação do espaço alternativo para os skatistas. Uma coisa não anula a outra! É bem possível que a atual administração proponha um outro espaço diferente para àquela moçada, e eles saiam satisfeitos com a nova proposta. Porém, é frustrante saber que segmentos sociais tradicionalistas e retrógrados influenciaram, e muito, nessa possível decisão. Perde a sociedade, que poderia ver no bosque um espaço público eclético e com perfil mais popular. Foi revelado nesse episódio, o quanto nosso povo é conservador e estático. Só faltaram dizer que o skate promove a baderna e ofende a "moral e os bons costumes".Mas faltou muito pouco, bem pouquinho mesmo...
* O Eldoradense
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Comentário: "O tio França foi uma vítima"
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Bom dia, parabéns pela consciência na explanação em relação ao bosque, a outra parte prefiro não comentar rsrs...
ResponderExcluirBom, eu cheguei a entender que que a população circunvizinha só vê promoção de algazarras e ofensas aos bons costumes em relação ao skate e o problema na minha opinião escritor, está no "DNA" dos venceslauences, principalmente na geração que antecedem a "x".... "Como bons baby boombers" não se admite evolução e mudanças de tempos, para eles, não é, e nunca será admitido que novos tempos aconteçam, pois o bosque como já ouvi antes, é a extensão do quintal de cada vizinho adjacênte.