8 de nov. de 2010

São Paulo queria colher de chá e levou chaleira!

Chá das cinco
  Majestoso é o nome que se dá ao grande clássico envolvendo Corinthians e São Paulo. Um nome que lembra monarquia, que por sua vez, lembra Inglaterra. E não se pode negar que o domingo de ontem foi um domingo quase que britânico, aqui no Brasil. Digo isso pela nobre presença do Sr. Paul MacCartney em terras brazucas. Enquanto Paul estaria prestes a matar as saudades dos beatlemaníacos em Porto Alegre; em São Paulo, mais precisamente no estádio do Morumbi, começaria mais um clássico eletrizante envolvendo tricolores e corintianos. O Corinthians, (o nome do clube tem origem inglesa), luta pelo título, e o São Paulo, por sua vez, buscava a tão sonhada vaga na Libertadores. E foi um jogo à altura da grandeza das duas equipes:- lances de efeito, grandes defesas, polêmicas, gols bonitos. Enfim, tudo o que se espera de um clássico. Um dos pontos positivos foi o bom senso da transmissão do jogo às cinco da tarde, já que estamos no horário brasileiro de verão. O mesmo horário do tradicional “chá das cinco”, apreciado pelos ingleses.
  Durante a partida, desde o seu início, foi nítida a superioridade da equipe corintiana, que buscava com mais ênfase, o gol. O São Paulo, apostava nos contra-ataques, sendo que suas conclusões, em sua maioria, foram barradas pela excelente performance do goleiro Júlio César. E numa bola enfiada com precisão cirúrgica por Jucilei, Elias, arrematou para o fundo dos barbantes da meta de Rogério Ceni. O volante corintiano teve pontualidade britância:- achou o tempo certo de equilíbrio entre não estar impedido e também de não ser alcançado pelos beques tricolores. Depois disso, jogo equilibrado, com chances para ambos os lados. Mas aos trinta e sete do segundo tempo, em um dos contra-ataques puxados pelos corintianos, Alessandro fez boa jogada pela linha de fundo e encontrou Dentinho, de frente para a meta adversária. O jovem atacante não perdoou:- O Corinthians fazia o segundo gol. Seria mais um clássico entre tantos na história dos dois clubes, se não fossem alguns detalhes...
  Os interesses envolvendo o jogo (título para um, vaga na Libertadores para o outro), fizeram do encontro de ontem, um dos mais esperados na reta final do Brasileirão 2010. Como se não bastasse, um tabu de 11 jogos sem vitórias tricolores sobre os rivais, alimentou as expectativas para o clássico. Como toda “briga de cachorro grande”, no futebol tem que existir um assunto para ser discutido pelos próximo 3 dias. Dentinho encarregou-se de ser o protagonista de uma polêmica, para apimentar um pouco as manchetes esportivas. Sob os gritos de “olé” da empolgada torcida alvi-negra, o jovem atacante deu um toque “de chaleira” para Ronaldo. Foi o suficiente para Ricardo Oliveria sair falando que aquilo foi falta de respeito, que gestos como esse refletem falta de profissionalismo, e blá, blá, blá. Bobagem. Destesto esse discurso do futebol politicamente correto, em que as “firulas” são encaradas como desrespeito. Quem sabe fazer do futebol uma arte, que agrade a torcida, que assim o faça. Quem não sabe, bate palmas, e se estiver descontente, mude de profissão. O futebol brasileiro é marcado por dribles e improvisos, é é isso que nos faz sermos melhores que os outros no mundo da bola. As reclamações do São Paulo, talvez foram feitas devido ao tabu mantido ontem.
  Os tricolores, queriam “uma colher de chá”. Dentinho deu a “chaleira” toda”! Foi um “chá das cinco” bem mais animado do que os encontros tradicionais das senhoras inglesas. E essa foi a história de um eletrizante clássico paulista com sabor britânico. Parabéns aos Corintianos. Aos São Paulinos, com todo o respeito, tomem um chá de camomila:- trará calma para a próxima rodada. Obs:- esse texto foi escrito por um amante do futebol arte, como a maioria dos Santistas. Portanto, sejamos mais tolerantes com “chapéus”, “canetas” e “chaleiras”. Os torcedores agradecem.
                                                             
                                                              * O Eldoradense

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