11 de nov. de 2019

Livro: "Morte súbita", de J. K. Rolwling




    A morte repentina do conselheiro distrital Barry Frairbrother faz com que a pequena Pagford tenha que conclamar novas eleições, o que agita a localidade, aflorando tacanhas ambições, mesquinharias e hipocrisias. Pagford é um distrito do município de Yarvil, e, no meio das duas localidades, há o marginalizado e problemático bairro de Fields, motivo de discórdia entre os conselheiros conservadores e progressistas.

     Enquanto o falecido Frairbrother sempre manteve o discurso da inclusão e das políticas sociais aos mais pobres, os tradicionalistas de Pagford sempre tiveram a intenção de excluir o bairro de Fields da sua jurisdição, tentando devolvê-lo aos cuidados de Yarvil. 

        Em suma, a trama gira em torno deste imbróglio, e alguns habitantes vão tomando posicionamentos ferrenhos de ambos lados, enquanto outros se mantém alheios, muito mais preocupados com suas vidas particulares. Mas as eleições ganham uma dimensão maior do que o esperado, e o calor das emoções faz com que as vidas dos postulantes ao cargo sejam expostas covardemente através da invasão do site oficial do distrito.


    E é a partir daí que o livro vai se tornando mais empolgante, 
com um ar "novelesco", fazendo o leitor a refletir sobre democracia, respeito às diferenças, hipocrisia e convívio em sociedade. Numa analogia bastante oportuna, destaco um trecho, já no final da obra. 

"Dentro da igreja, a divisão foi nítida: Os moradores de Fields ficaram nos bancos à esquerda, e os de Pagford, à direita"


     Concluo que talvez não tenha sido a intenção principal da autora, mas é inevitável as reflexões sobre como as polarizações de ideias podem interferir na harmonia das relações humanas. Leitura bastante adequada para a atual conjuntura...


      J. K. Rolwling é uma escritora britânica, a mesma autora da coletânea de Harry Potter.

* O Eldoradense  

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