Senhoras e senhores, vejam a foto do sujeito abaixo, que é Procurador de Justiça no Pará, e leiam, em seguida, o que ele disse:
" E não esqueçam, vocês devem ter estudado História, que esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar pros portugueses. O índio preferia morrer. Foi por causa disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África, para vir substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora! "
Ricardo de Albuquerque. Este é o nome do cidadão que disse esta frase com a autoridade de um historiador de Facebook. Infelizmente, este tipo de "linha de raciocínio" vem ganhando forças ultimamente no Brasil. Mas por que isto vem acontecendo? Ora, não precisa ser nenhum gênio da lâmpada para perceber que a tal "onda conservadora" da nossa política fez com que preconceitos outrora velados se tornassem explícitos, e aí, muitos boquirrotos passem a falar um monte de asneiras, alegando o princípio de "liberdade de expressão".
A partir do momento que líderes políticos preconceituosos chegam ao poder, parte da população que se vê representada nestes pensamentos retrógrados passa a disseminar estes discursos de maneira despudorada, pois agora, se veem chancelados ou respaldados para tal. Enfim, uma algo inadmissível para o século XXl.
Além de reproduzir uma falta racista e preconceituosa, o tal procurador deu uma bela distorcida nos fatos: Ora, se o homem branco queria colonizar uma terra, por que não o fez com os seus próprios braços? Se o colonizador "gostava de trabalhar", por que então a necessidade de mão de obra escrava inicialmente indígena, e depois negra?
Creio que a luta contra a propagação destas ideias absurdas esteja apenas começando. Não vai ser fácil, pois a verdade é que de uns tempos pra cá, muita gente vem falando bobagem, e quando as máscaras caem, alegam que foram descontextualizados. É uma postura vergonhosa, que infelizmente, está na moda. Uma moda bem cafona, mas moda. Tomara que a elegância do criticado - mas necessário - politicamente correto dê um basta urgente nisso!
* O Eldoradense
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