As prévias nas pesquisas de intenções de votos em São Paulo indicavam uma eleição acirrada, e a apuração constatou a tendência: João Dória bateu Márcio França com pouco mais de 3 pontos percentuais de diferença, consolidando mais quatro anos de domínio tucano no estado. Resultado que não se contesta, democracia, vontade de maioria, coisa e tal. Mas sinceramente, eu lamento a derrota de Márcio França, e explicarei, abaixo, os motivos.
Primeiramente, nos poucos meses em que assumiu o estado substituindo Geraldo Alckmin, França demonstrou grande articulação e disposição ao diálogo, principalmente no episódio da greve dos caminhoneiros. Esta disposição foi notada também com relação ao funcionalismo público. Não digo isso exclusivamente pelos compromissos assumidos em campanha com a categoria, mas principalmente, pela abertura ao diálogo.
Segundo porque, para Presidente Venceslau, França viabilizou um conquista importantíssima: a vinda de um AME, (Ambulatório Médico de Especialidades), para a nossa cidade, reivindicação há tempos pleiteada por nossos políticos locais.
Há quem conteste a neutralidade do candidato vencido em São Paulo com relação às eleições presidenciais, e sinceramente, isso só reforça minha admiração por sua figura política. Manteve-se fiel aos seus princípios, sem se curvar ou se deixar seduzido pela conveniência. Isso é, de fato, a "nova política", tão almejada por todos. Se agisse pela conveniência do momento, seria apenas "mais um" no jogo. Lembremos que Paulo Skaf apoiou abertamente Jair Bolsonaro, e nem ao segundo turno das eleições paulistas chegou. Portanto, não creio que o fator determinante para a derrota de França tenha sido a "neutralidade". Isso ocorreu por mera preferência do eleitorado paulista ao PSDB, ainda que esta predileção tenha caído significativamente, a ponto do partido quase ser derrotado depois de tanto tempo no domínio político do estado.
* O Eldoradense
