13 de dez. de 2017

"Dezembro"



    É, ele chegou! Sorrateiro, aguardado, luminoso, sonoro. Chegou o último dos meses do nosso calendário, com as mesmas peculiaridades marcantes de todos os anos, e ainda assim, nossos corações palpitam mais forte com sua chegada.


    Dezembro. Mês que sempre marca o fim de mais uma jornada, e que paradoxalmente, nutre expectativas pela outra que está por vir. Período em que as harpas tocam juntamente com os sinos de Natal, entoando uma melodia que consegue ser feliz e melancólica ao mesmo tempo. É em dezembro que muitas mãos saudosas pelo calor umas das outras tornam a se cumprimentar, seja de forma sincera, ou nem tanto. É em dezembro que o perdão acontece com mais frequência. Nem sei se existem estatísticas para isso, mas com certeza, elas são dispensáveis, pois dezembro é, sem sombra de dúvidas, o mês das remissões.



    E é nesta atmosfera de pisca-piscas, pinheiros, bolas coloridas e fogos de artifícios que sorrisos brotam, ao passo que também marejam os olhos de saudades. Lágrimas salinas, molhando as retinas que insistem em enviar aos nossos cérebros imagens de tantos dezembros anteriores, em que muitos dos que aqui estavam, não nos contemplam mais com suas companhias. Dezembro é dúbio, diametralmente Divino e doloroso.
    Não são poucas as pessoas que já me disseram entristecer-se com o mês. É compreensível, pois dezembro causa mesmo esta miscelânea de sensações, pois é um mês emotivo, apaixonado, e não por acaso, a roupa do Papai Noel tem o tom rubro, escarlate, ou para facilitar, vermelho intenso. Não nos esqueçamos que em meio a tantos ícones natalinos, há um fator que torna o mês diferenciado: a comemoração do nascimento de Jesus Cristo!



     Há quem diga que Ele também se entristeceria se visse seus filhos enaltecendo sentidos secundários do Natal e fim de ano ao invés de enfatizarem a importância de sua vinda ao mundo. É uma possibilidade, mas Jesus é puro altruísmo e nenhum egocentrismo. Imagino que Ele sentiria sim uma pontinha de decepção. Mas seja na Times Square, Paris ou Copacabana, imagino Jesus dando um sorriso sutil, balançando a cabeça  e,  em meio aos equívocos materialistas e ilusórios dos seus filhos, dizendo: "Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem..."


* O Eldoradense

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