9 de jan. de 2014

Maranhão: A caricatura de um país caricato

José Sarney e sua filha, Roseana: poder, dinastia e imoralidade

Maranhão: A caricatura de um país caricato

  Amigos leitores, como os senhores sabem, notícias de corrupção e imoralidade em nosso país se proliferam mais que larva do mosquito Aedes aegypt: é mensalão, é trensalão, é Maranhão. Qualquer cidadão de bem se revolta ou se sente enojado mediante tanto dinheiro público indo pelo ralo, enquanto políticos inescrupulosos e certos da impunidade enriquecem às custas do meu, do seu, no nosso dinheiro. A vontade que dá é de não assistir mais ao telejornal, não acessar sites de notícias, enfim, de não se informar, tamanha sujeira envolvendo aqueles que deveriam zelar pela coisa pública. Mas isso seria tudo o que eles querem: povo desinformado é povo alienado e  desprovido de senso crítico. 

  No decorrer da semana foi noticiada a morte de uma menina de 6 anos, vítima de um incêndio em um ônibus queimado a mando do crime organizado, no Maranhão. Ontem, o mesmo crime organizado divulgou um vídeo de bárbara violência, onde três presidiários foram decapitados por rivais, na unidade prisional de Pedrinhas, em São Luís. Enfim, o estado do Maranhão vive um momento de caos, que requer cuidados especiais e atitudes firmes por parte dos governantes.

 Mediante o quadro caótico, a governadora Roseana Sarney realizará uma licitação imoral para o abastecimento alimentício de sua residência oficial por um ano, sendo que no pregão, constam alguns itens "básicos" como lagosta, filé mignon, picanha, duas toneladas e meia de camarão, além de salmão fresco. Dentre os itens não perecíveis, constam geléias francesas de morango, pêssego e cassis; azeites de oliva espanhol e português; castanhas do Pará e portuguesa, além de água mineral e refrigerantes. O valor da comprinha? Pouco mais do que a bagatela de um milhão de reais! 

    Os mais radicais dirão que o povo daquele estado merece mesmo o que está acontecendo, que a população vota repetidamente na família Sarney, coisa e tal. Mas amigos, o buraco é mais embaixo. A dinastia da família que há décadas comanda aquele estado, usa métodos inteligentes para se manter no poder, desde o sucateamento quase que total do ensino público, passando pelo consequente voto de cabresto e chegando às barganhas de apoio aos governos presidenciais. Assim foi no governo FHC, Lula, e agora, com Dilma. O povo maranhense até deva ter mesmo sua parcela de culpa no quadro, mas creio que ele seja mais vítima que vilão nesta história toda.

  Além disso, a corrupção corre desenfreada nos estados mais ricos do Brasil, haja vista as notícias envolvendo os esquemas dos cartéis nas licitações das obras do metrô em São Paulo. O problema, é que em um estado miserável como o Maranhão, as consequências são mais cruéis, mais perversas, mais latentes. Os bandidos pés de chinelo daquele estado fazem decapitação no interior dos presídios e queimam ônibus, enquanto os "honoráveis bandidos" consomem em seus palácios, lagostas, camarões, salmões e "outras cositas más".

  O Brasil é um país em que a corrupção o torna caricato. O Maranhão, é, por sua vez, a caricatura da caricatura. Quem dera, se em um milagre divino, mesmo sem educação e informação, o povo maranhense decapitasse a corja dos Sarney do poder, utilizando a arma pacífica do voto. Ah, quem dera se esse povo acordasse, e saísse do berço esplêndido! Enfim, como seria bom se esse povo saísse da cama, dos lençóis...dos lençóis maranhenses!

* O Eldoradense

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