24 de dez. de 2020

Comentário: "Ao que tudo indica, a Coronavac pode ser par ou ímpar"

 



       
       Há algum tempo, este blog tem se manifestado totalmente a favor das vacinas e dos institutos brasileiros de pesquisa, confiando em suas reputações exatamente pelos serviços que estas instituições prestaram ao longo da história científica e sanitária do país. Sim, eu sustento a tese de que jamais a Fiocruz ou o Instituto Butantan seriam manipulados pelos governantes políticos em nome da conveniência, do oportunismo ou da picaretagem dos "representantes do povo".

       E é por isso que as opiniões aqui emitidas foram sempre pautadas na pesquisa, na ciência e na constatação. Como eu disse, a partir do momento em que uma vacina for colocada em circulação, é certo que nossos institutos destrincharam suas eficácias, efeitos colaterais e emitirão seus alertas e advertências sobre os mesmos, inclusive estabelecendo restrições. É também por isso que sempre abominei e continuo abominando as defesas da Cloroquina, Ivermectina ou Hidroxicloroquina nesta crise sanitária. Se os tais remédios forem ministrados para verminoses, lúpus ou malária, tudo bem. Para o tratamento do novo coronavírus, é cientificamente comprovado que ministrar tais medicamentos tem os mesmos efeitos que a pajelança e o curandeirismo. 

      Pois bem: a data da divulgação dos testes sobre a eficácia da Coronavac, vacina chinesa comprada pelo Governo do Estado de São Paulo, foi adiada. Antes disso, suspeitava-se que sua eficácia girava em torno dos 50%, o que é melhor do que nada, mas muito aquém do desempenho das vacinas da Pfizer ou de Oxford, por exemplo, cujo êxito supera os 90%. Em meio ao fiasco, o governador João Doria, que tanto defende o isolamento social, fez uma viagem totalmente inoportuna para Miami. Entendam: O erro não é defender o isolamento social. O erro é defendê-lo e não dar o exemplo. 

       Sendo assim, é justificável o "pé atrás" com a Coronavac. Não dá para tomar uma vacina como se joga um "par ou ímpar". Não que o sujeito vá fazer o seu uso e vá sofrer mutação genética, ficar doente, ou transformar-se num jacaré, nada disso. O problema é confiar num poder ínfimo de imunização, numa blindagem de lata de alumínio, e correr 50% dos riscos de adoecer pelo novo coronavírus. É inadmissível sua compra quando sabemos que existem outras vacinas com êxito maior de eficácia. 

        Isso só mostra que devemos confiar sim em instituições como a Fiocruz, a Anvisa e o Instituto Butantan. É a ciência, mais uma vez, prezando pela constatação e experimentação em detrimento dos objetivos políticos e eleitoreiros...

* O Eldoradense     

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