Enquanto este assunto estiver à tona, ele será esmiuçado neste blog. Enquanto muita gente - mal intencionada, ou mal informada- estiver engajada em deturpar qualquer mensagem antirracista, lutarei com as minhas armas para tentar ajudar, de alguma forma, a luta contra as barbáries sofridas pelos negros deste país.
Mais um absurdo ocorreu recentemente neste sentido. Acho que não preciso citar novamente a atrocidade ocorrida no Carrefour de Porto Alegre. E é lógico, que toda ação demanda uma reação. Se a mesma ocorre pacificamente, em forma de um protesto intitulado "Vidas negras importam", logo aparece a argumentação de que "todas as vidas importam". Sim, em um mundo ideal, todas as vidas importam... Só que o Brasil está longe de ser o país das maravilhas. Este é um dos países mais desiguais do mundo, e nesta realidade nua e crua, as vidas negras não estão importando, ou, se importam, é bem pouco. E é por esse motivo a reafirmação do slogan do protesto.
Se os protestos ocorrem através das vias de fato, os manifestantes são chamados de vândalos. Sim, esta é a via condenável de protesto, mas quando a primeira é calhordamente deturpada e questionada, é avançada mais uma casa no nível de indignação. Entenderam como é feito o "dois cantos" contrário às manifestações e que alicerçam o racismo estrutural no país?
As brilhantes postagens reacionárias pregam que a luta antirracista se dá através da esquerda e da manipulação da mídia. Errado! Estes argumentos patifes, na verdade, fazem parte de um arcabouço de racismo estrutural que quer, despudoradamente, manter seus alicerces firmes neste país racista, porém, miscigenado.
Portanto, mediante a tamanha desvalorização das vidas negras deste país, é necessário reafirmar, em alto em bom som, para evitar deturpações oportunistas: "VIDAS NEGRAS IMPORTAM, SIM, SENHOR!"
* O Eldoradense
Nenhum comentário:
Postar um comentário