"Sobre o resultado das eleições em Presidente Venceslau"
Há quatro anos, a última eleição para o executivo venceslauense havia deixado uma cidade dividida, mediante o resultado apertado que determinou a vitória de Duran sobre Ernane. Em 2008, além de um pleito equilibrado, houve também a fragmentação sazonal do eleitorado: Duran prevaleceu na periferia, enquanto Ernane teve vantagem na área central.
Hoje, o quadro é diferente: três quartos dos votos válidos corroboraram a reeleição do atual prefeito, que, segundo o julgamento popular, foi aprovado em seus primeiros quatro anos. Tal cenário deixou no ar um cenário de “plebiscito”, onde a população decidiu manter pela continuidade do trabalho que vem sendo executado. Se por um lado aumentou o prestígio, por outro, a responsabilidade é aumentada na mesma proporção dos votos angariados, pois as expectativas também são maiores. Jorge Duran sai fortalecido, bem como Osvaldo Melo, que já ajudou a eleger José Catarino (1996), Malacrida (2004), e obviamente, a si próprio, em 2000. Não é pouca coisa, levando-se em conta a deterioração moral e política que o PT vem sofrendo no cenário nacional. E é aí onde eu quero chegar: Garcia e a chapa oposicionista fizeram certo ao insistir na rejeição petista para um cenário de eleições municipais? Creio que não.
Digo isso porque se Osvaldo Melo é considerado uma figura controversa, é fato que é um cidadão honesto, alheio aos escândalos petistas do cenário nacional. Vincular um contexto ao outro, foi uma estratégia equivocada, exagerada, nada eficaz. O eleitor soube distinguir uma coisa da outra. A oposição deveria ter feito uma campanha mais propositiva e menos agressiva, com críticas mais construtivas do que rancorosas. Quando as favas já estavam contadas e houve a oportunidade de mostrar algo produtivo em um debate, Jorge Duran evitou um possível desgaste não participando do evento, o que ao meu ver, foi correto sob o aspecto da estratégia política, mas lamentável aos olhos da democracia. Aliás, a chapa oposicionista também errou na demora para elaborar sua composição, num vaivém de nomes que só foram confirmados na última hora. Portanto, somados a aprovação do atual prefeito juntamente com os erros estratégicos da oposição, chegamos numa equação onde o resultado é a diferença de expressivos cinquenta por centro entre um candidato e outro.
A Jorge Duran resta o desafio de realizar um novo mandato marcado pela manutenção da popularidade, visando fazer o sucessor para 2020. A tarefa será árdua, pois a crise financeira do país afeta sensivelmente o Fundo de Participação dos Municípios, exigindo ainda mais eficácia na gestão dos recursos e escolha de prioridades. À oposição, resta juntar os cacos de uma campanha articulada de forma questionável e tentar ser mais coesa daqui quatro anos.
Quanto ao legislativo, ficou claro o recado da população: o povo não digeriu bem aquele lance da manutenção dos salários dos vereadores. A “renovação” tão comentada anteriormente foi concretizada nas urnas, punindo muitos dos que ignoraram o clamor popular. Que sirva de recado aos treze edis eleitos para o próximo quadriênio.
A imprensa, enquanto instituição democrática, cumpriu primorosamente o seu papel: propôs o debate e informou com eficiência e rapidez os eleitores, dando o resultado poucos minutos após o início da apuração. Parabéns a todos os eleitos e que façam um trabalho minimamente satisfatório, pois ao que se percebe… o povo está de olho!!!
* O Eldoradense
Eu só tenho uma coisa para falar: ainda bem que acabou!!!
ResponderExcluirTorço para que façam um bom trabalho pois não deixo o otimismo de lado, mas não aguentava mais tantas brigas e discussões inúteis.
Abraços