Mapa da apuração dos votos para presidente nos estados brasileiros: em vermelho, estados onde Dilma venceu. Em azul, os estados onde Aécio venceu. |
Novamente a falta de respeito às liberdades de escolha e às individualidades afloraram em período pós eleitoral. E mais uma vez, os nordestinos foram os alvos prediletos de uma parcela de eleitores deselegantes que não aceitaram a derrota do seu candidato nas urnas. As redes sociais assumiram verdadeiro papel de "terra de ninguém", onde alguns se julgam no direito de menosprezar o voto alheio. Atitude fascista, com traços de explícita xenofobia, que mereceria desprezo, se o assunto não fosse tão sério.
Tais pessoas não entendem que o intuito do sufrágio universal é maior que suas convicções particulares, e que julgar um povo por suas escolhas é demonstrar imaturidade patética, soberba e presunçosa.
Além disso, quem acompanha mais atentamente o contexto político nacional, sabia que o Nordeste daria ampla vantagem à candidata Dilma Roussef, mas talvez não contasse com o viés regional mais surpreendente deste segundo turno: a nova derrota de Aécio Neves em Minas Gerais. E aí, eu pergunto: por que os "guerrilheiros virtuais xenófobos" não destilaram o seu veneno preconceituoso sobre os conterrâneos do candidato tucano? Será que é porque é mais corriqueiro e mais fácil agredir os nordestinos?
Covardia barata, imbecil e anti-democrática. Que tais pessoas julguem Lula, Dilma, ou quem quer que seja. Mas que respeitem os eleitores, seja deste ou daquele candidato. A vontade das urnas pode até ser contestada dentro de um debate maduro e civilizado, mas não com tamanha animosidade.
Que Dilma faça um governo melhor do que o seu pífio primeiro mandato, e que os opositores cumpram o seu papel, que é de legislar e de fiscalizar. Que as discordâncias sejam expostas de uma forma madura, e não raivosa. As eleições passaram, mas o Brasil continua, pois nosso país é muito maior que políticos, partidos e picuinhas gratuitas. É isso.
Curiosidades e constatações destas eleições:
1) Os gaúchos mantiveram a tradição de não reeleger o seu governador;
2) A aprovação de 92% que Aécio Neves alegava ter durante a campanha presidencial não foi revertida em votos no seu estado. Dilma venceu o tucano nos dois turnos das eleições, bem como o petista Fernando Pimentel venceu as eleições para governador, sem necessidade de segundo turno. Estranho, não?
3) Caiu por terra a teoria de que a derrota vexatória da seleção brasileira na Copa do Mundo influenciaria no resultado das urnas: o povo provou saber separar uma coisa da outra;
4) O PSDB mais uma vez provou inexistir no estado do Rio de Janeiro;
5) São Paulo é um forte reduto tucano, o que prova o prestígio dos governantes do PSDB ao longo de 20 anos de mandato, prorrogáveis por mais quatro, haja vista que Alckmin foi reeleito;
6) O estado do Acre reelegeu um governador petista, mas deu a Aécio Neves a maioria dos votos nas eleições presidenciais.
7) O apoio declarado de Marina Silva a Aécio Neves não teve grande relevância no resultado final do segundo turno;
8) Até o momento em que 89% das urnas já haviam sido apuradas, Aécio Neves vencia as eleições. Foi só a partir deste percentual que Dilma virou o jogo.
9) Após FHC, Aécio Neves foi o tucano com melhor desempenho nos embates contra o PT: Serra, em 2002 e 2010, e Alckmin, em 2006, não chegaram nem perto do bom desempenho eleitoral do mineiro.
10) O tucanato tem pelo menos três nomes fortes para as eleições de 2018: Aécio, Serra e Alckmin. Beto Richa, atual governador do Paraná, corre por fora.
11) Lula é nome forte para 2018 no PT, ainda que ele mesmo negue a intenção de concorrer novamente ao mais alto cargo político do país.
* O Eldoradense
Concordo amigo blogueiro, democracia não é união, mas é respeito e respeito é bom e todo mundo gosta... abraços!!!
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