19 de ago. de 2014

Ascensão de Marina não é fruto de comoção, mas sim, de capital eleitoral


"Ascensão de Marina"

 Os números da primeira pesquisa Datafolha após a tragica morte de Eduardo Campos surpreenderam sim, apesar de petistas e tucanos dizerem abertamente que interpretaram o resultado como "normal". Que Marina Silva teria um potencial muito maior de votos que Eduardo, muita gente já suspeitava, mas que ela alcançaria a segunda posição tão rapidamente, inclusive desbancando Dilma em um hipotético segundo turno, não estava nos prognósticos.

  Alguns analistas afirmam categoricamente que esta ascensão rápida é fruto de mera comoção, o que eu considero um grande equívoco. Basta lembrar que nas pesquisas em abril, Marina possuía 27% das intenções de voto, e isso significa que os 21% anunciados ontem pelo Datafolha são capital eleitoral, e não manifestação emocional, que poderia se esvair com o decorrer da campanha.

   Se Dilma precisa ficar alerta, Aécio Neves, muito mais: ele corre o risco de ser o primeiro tucano a ficar em terceiro lugar nas eleições presidenciais desde 1994. As críticas do mineiro agora precisam ser divididas entre Dilma e Marina, e atacar alguém que entrou em campanha diante de uma situação atípica e trágica, pode ser um tiro no pé. Já Dilma, por enquanto, pode se dar ao luxo de poupar Marina, ainda sabendo que a candidata do PSB reúne muito mais condições de desbancá-la no segundo turno que o tucano. A favor de Dilma ainda pesa o grande tempo de campanha eleitoral, fruto da aliança entre PT e PMDB.

   A verdade é que Marina é a candidata que pode romper a polaridade história entre PT e PSDB, que perdura por vinte anos, além ser a postulante ao Palácio do Planalto que reúne maiores condições de encarnar o desejo de mudança dos protestos das ruas ocorridos desde junho passado. Para que isso ocorra, ela terá que rever conceitos e "engolir sapos", como é típico no mundo da política. Adotando o discurso de austeridade na economia e conciliando-o com a defesa das conquistas sociais, Marina poderá apontar as falhas dos governos tucanos e petistas ao longo dos vinte anos, e isso pode fazer a diferença ao seu favor. Conta contra ela, o pouquíssimo tempo no horário da Propaganda Eleitoral Gratuita, que ela pode compensar com grande simpatia dos internautas e frequentadores das redes sociais. Enfim, Marina Silva veio definitivamente para garantir o segundo turno, e quiçá, para subir a rampa do Palácio do Planalto em 2015. E quem acha que os números de ontem representam pura comoção, aguarde as próximas pesquisas: a tendência é que Marina alcance patamares ainda mais altos das intenções de votos.


                               * O Eldoradense 

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