A sombra do vento

  Há algum tempo eu não lia um livro. Arrisco-me a dizer que o último que li já tem aproximadamente um ano. Mas semana passada, iniciei a leitura de um livro com exatas trezentas e noventa e nove páginas, que parecia insistir em olhar para mim, como se quisesse ser decifrado. O título deste livro é "A sombra do vento", de Carlos Ruiz Zafón, um escritor espanhol, que atualmente vive em Los Angeles.

  A história se passa em 1945, em uma Barcelona sombria, que vivia momentos do pós-guerra. A narrativa fala sobre a história do menino Daniel, que em uma madrugada acorda desesperado por não se lembrar mais do rosto da mãe, já falecida. Naquela noite, o pai, com o intuito de minimizar o sofrimento do filho, o leva a um lugar secreto e conhecido de poucos: O cemitério dos livros esquecidos.

   A partir daí, Daniel envolve-se muito com um livro que escolheu na biblioteca, intitulado "A sombra do vento", e passa a querer saber mais notícias do autor da trama, um escritor barcelonês chamado Júlian Carax. O livro então passa ganhar tons sombrios, aliviados por uma narrativa por vezes ironicamente engraçada, incrementada com uma riqueza ímpar na descrição dos detalhes e dos fatos, bem como da própria Barcelona da primeira metade do século passado.

    Não se diz o final de um livro ou de um filme a outra pessoa, por motivos óbvios. E mesmo se eu quisesse, não teria como fazê-lo, pois ainda estou na página 217. Mas fica a recomendação para leitores curiosos. Posso garantir que vale a pena, mesmo sem ter concluído a leitura.

* O Eldoradense