30 de dez. de 2020

Livro: "Os segredos dos super-heróis", de Franco da Rosa

 



     Concluída a última leitura de 2020: Trata-se de "Os segredos dos Super-heróis", escrito por Franco da Rosa, e produzido pela editora "Pé de letra". 

      Sempre digo que os gibis são uma importante ferramenta de iniciação e estímulo ao gosto da leitura pelas crianças, e no meu caso, não foi diferente. Foi mergulhando no mundo dos super heróis - especialmente os da Marvel - que adquiri o hábito de ler, e só por isso, os heróis da ficção, na minha opinião, são heróis da minha própria realidade. 

      Há também o grande legado das mensagens subliminares transmitidas através dos gibis, na figura dos seus personagens: É o caso da luta do Pantera Negra contra o racismo e dos X Man na luta pelo respeito às diversidades, por exemplo. Sim, os gibis são didáticos e educativos, à sua maneira. 

         E neste livro, Franco de Rosa simplesmente destrinchou a história dos personagens de diferentes editoras, principalmente das duas mais famosas: DC Comics e Marvel Comics. Expôs o contexto histórico dos quais muitos foram criados, o processo de censura sofrido pelos autores até mesmo nos Estados Unidos, as transformações e atualizações sofridas ao longo dos anos, bem como a promissora inserção deste gênero literário nos cinemas, gerando muitos lucros para a sétima arte. Também foram abordadas as criações nacionais, muitas delas também vigiadas pela censura da nossa ditadura militar.

         É fato que os gibis são muito discriminados pelos eruditos exatamente por possuírem uma linguagem resumida, simplista e objetiva. Mas por trás de uma obra nesta natureza, existem autores, roteiristas e desenhistas. Penso que pelo seus respectivos processos de elaboração, bem como o importante papel que desempenham na iniciação das pessoas ao gosto pela leitura, deveriam ser mais valorizados.


* O Eldoradense 

28 de dez. de 2020

Comentário: "Ainda sobre os 50% de eficácia da Coronavac"

 



     Quando escrevi o primeiro texto sobre a eficácia mínima de 50% da Coronavac ante ao novo coronavírus, talvez passei a falsa impressão de que estivesse alimentando o receio de parte da população em relação à vacina oriunda da China. Entendam: a questão principal não é esta. A questão principal é de que provavelmente tenhamos vacinas de outros países que garantem uma imunização maior, e que se tivéssemos união dos governos em todas as esferas, as mesmas já poderiam ser adquiridas para começar, o quanto antes, as campanhas de vacinação em massa. Não é o que está ocorrendo. Ideologizaram a ciência, politizaram a questão, e mais uma vez, o povo desinformado sofre as consequências.

    Sim, em plena era da internet, as pessoas temem as vacinas assim como na campanha de vacinação da varíola, ocorrida no distante 1904, ou seja, 116 anos depois! Seria um absurdo se não estivéssemos falando de Brasil. 

      Mas o importante é tentar esclarecer o objetivo do primeiro texto, que em nenhum momento quis dizer que as pessoas devem temer a Coronavac se as mesmas chegarem nas unidades de saúde país afora após possível liberação da ANVISA. O que eu quis dizer é que deveríamos lutar para ter sim, as melhores vacinas, apenas isso.

      Porém, caso seja a vacina chinesa a primeira opção, creio que não há motivos para perder tempo com dúvidas inoportunas. Vejam bem: A vacina, ao que tudo indica, garante um percentual mínimo de eficácia contra a infecção do vírus, porém, ela reduz também pela metade a severidade dos sintomas, diminuindo substancialmente as complicações que levam o paciente ao óbito. Já é algo importantíssimo, que torna o enfermo apenas um portador do vírus, e não um enfermo grave. 

        Portanto, se você tiver a opção de escolher  a melhor vacina, o faça. Mas se a Coronavac for "o que tem pra hoje", não titubeie: é melhor estar vivo e ouvir os desinformados te qualificaram como cobaia do que correr o risco de todos chamarem-no de "finado"...

* O Eldoradense   

24 de dez. de 2020

Comentário: "Ao que tudo indica, a Coronavac pode ser par ou ímpar"

 



       
       Há algum tempo, este blog tem se manifestado totalmente a favor das vacinas e dos institutos brasileiros de pesquisa, confiando em suas reputações exatamente pelos serviços que estas instituições prestaram ao longo da história científica e sanitária do país. Sim, eu sustento a tese de que jamais a Fiocruz ou o Instituto Butantan seriam manipulados pelos governantes políticos em nome da conveniência, do oportunismo ou da picaretagem dos "representantes do povo".

       E é por isso que as opiniões aqui emitidas foram sempre pautadas na pesquisa, na ciência e na constatação. Como eu disse, a partir do momento em que uma vacina for colocada em circulação, é certo que nossos institutos destrincharam suas eficácias, efeitos colaterais e emitirão seus alertas e advertências sobre os mesmos, inclusive estabelecendo restrições. É também por isso que sempre abominei e continuo abominando as defesas da Cloroquina, Ivermectina ou Hidroxicloroquina nesta crise sanitária. Se os tais remédios forem ministrados para verminoses, lúpus ou malária, tudo bem. Para o tratamento do novo coronavírus, é cientificamente comprovado que ministrar tais medicamentos tem os mesmos efeitos que a pajelança e o curandeirismo. 

      Pois bem: a data da divulgação dos testes sobre a eficácia da Coronavac, vacina chinesa comprada pelo Governo do Estado de São Paulo, foi adiada. Antes disso, suspeitava-se que sua eficácia girava em torno dos 50%, o que é melhor do que nada, mas muito aquém do desempenho das vacinas da Pfizer ou de Oxford, por exemplo, cujo êxito supera os 90%. Em meio ao fiasco, o governador João Doria, que tanto defende o isolamento social, fez uma viagem totalmente inoportuna para Miami. Entendam: O erro não é defender o isolamento social. O erro é defendê-lo e não dar o exemplo. 

       Sendo assim, é justificável o "pé atrás" com a Coronavac. Não dá para tomar uma vacina como se joga um "par ou ímpar". Não que o sujeito vá fazer o seu uso e vá sofrer mutação genética, ficar doente, ou transformar-se num jacaré, nada disso. O problema é confiar num poder ínfimo de imunização, numa blindagem de lata de alumínio, e correr 50% dos riscos de adoecer pelo novo coronavírus. É inadmissível sua compra quando sabemos que existem outras vacinas com êxito maior de eficácia. 

        Isso só mostra que devemos confiar sim em instituições como a Fiocruz, a Anvisa e o Instituto Butantan. É a ciência, mais uma vez, prezando pela constatação e experimentação em detrimento dos objetivos políticos e eleitoreiros...

* O Eldoradense     

17 de dez. de 2020

Livro: "As esganadas", de Jô Soares

 



   
   Rio de Janeiro, início do século passado: A capital federal vive uma onda de crimes em série cometidos por um psicopata que mata com requintes de crueldade e caçoa as autoridades policiais. As barbáries são realizadas por um homem excêntrico, dono da maior e melhor funerária da América do sul, que por algum motivo, executa mulheres obesas, sem distinção das funções que as mesmas exercem: dentre elas, uma freira e uma prostituta, por exemplo.

     Intrigados com os fatos, um quarteto faz a investigação dos crimes: Um delegado e seu assistente, um ex-policial português dono de padaria e uma repórter fotográfica. O desenrolar da narrativa é envolvente e engraçado, com pitadas humorísticas muito inteligentes, ao bom e velho estilo Jô Soares de escrever. "As esganadas", é, ao meu ver, o melhor dos três livros de Jô que li recentemente. Devorei-o em dois dias, com a mesma avidez das esganadas assassinadas na divertida história escrita pelo humorista...

* O Eldoradense

16 de dez. de 2020

Livro: "Os textículos de Ari Toledo - A anarquia da filosofia"

 



    O título do livro já é uma piada: "Os textículos de Ary Toledo" expõem pequenas anedotas, pensamentos e ironias muito bem sacados pelo humorista. É o tipo de leitura leve, que exige pouca concentração, feita de uma forma ainda mais recreativa do que é o hobby da leitura para mim. Como uma obra literária sem tramas dificulta a confecção da sinopse, as fotos das páginas abaixo ilustram mais ou menos o conteúdo do livro. Escolhi as frases que achei mais bacanas e irônicas, mas também tem muita "sacanagem" escrita ao longo das 292 páginas. Afinal, é o Ary Toledo, né, galera?






* O Eldoradense

15 de dez. de 2020

Comentário - Paulinho: Uma perda irreparável para o Roupa Nova e para a música brasileira

 


  

     A música brasileira sofreu ontem, uma perda irreparável: Trata-se de Paulinho, eterno vocalista da excelente banda Roupa Nova, mais uma vítima fatal da COVID-19. Não vou tecer comentários a respeito da doença, muito menos falar sobre o quão bom era o músico e a banda a qual pertencia. Ambos os assuntos são como "chover no molhado". 

        Prefiro falar do quanto eu gosto discografia destes caras, do quanto influenciaram, desde menino, no meu gosto musical. Lembro-me, de cara, de ouvir no rádio à pilhas que tinha em casa, três sucessos que eu adorava: "Um sonho a mais" - Tema de abertura de novela -  além dos clássicos "Linda demais" "Whisky a go go". Não precisava ser adulto para gostar daquelas músicas que alternavam letras românticas, poéticas, além dos ritmos empolgantes. Os caras são músicos completos, que alternavam seus vocalistas e tocavam seus instrumentos com maestria. 

        Já na era digital, com um computador e pen drive nas mãos, montei uma pasta com os maiores sucessos da banda. Ouço-a com certa regularidade. Não os admiro só pela qualidade inquestionável da obra, mas também por estarem tanto tempo na estrada com a mesma formação. Certa vez, Fausto Silva perguntou a eles sobre possíveis desavenças, e não me lembro quem deles, respondeu: "É como num casamento. Temos nossas diferenças, mas nos gostamos muito". E realmente, a formação só foi alterada após a morte de um dos componentes, como num casamento à moda antiga, leal, duradouro, com quarenta anos de história.

        Tive duas lembranças inesquecíveis, ao vivo e a cores, com a banda: A primeira, na FAIVE, em 2011, e a segunda, em um show Open Bar no Limoeiro, em 2017, em Presidente Prudente.  Ambos perfeitos: O repertório, o carisma e a presença de palco são simplesmente inigualáveis. 

         Devo dizer que a FAIVE, em Presidente Venceslau, sempre foi marcada por eventos musicais sertanejos de grandiosíssimo público, em muitos dos casos. Pois em 2011, o Roupa Nova quebrou paradigmas, e num sucesso de público tremendo e surpreendente, a banda contagiou a plateia no recinto. Sim, já vi shows com mais público na FAIVE, mas não me lembro de participação tão interativa e empolgante do público. Foi uma noite mágica, sem exageros.

        No Limoeiro, em Presidente Prudente, a fila de carros na Raposo Tavares anunciava que o "bicho iria pegar" naquela noite de sábado em agosto de 2017. Inesquecível. Até eu, que sou um poste, dancei uma coreografia particular, desengonçada, mas genuína. Nem toda a minha timidez fez com que eu ficasse parado.

        A notícia da perda de Paulinho é um baque não só para a banda, mas para a música brasileira. Mas como diz a letra de uma das músicas mais marcantes deles, um dia, todos nós faremos "A viagem". Boa viagem, Paulinho! Certamente você viajou contra a sua vontade e também contra a vontade dos fãs do Roupa Nova!


* O Eldoradense



        

13 de dez. de 2020

Livro: "O homem que matou Getúlio Vargas", de Jô Soares

 


      E minha segunda leitura na "maratona literária Jô Soares" tem o título "O homem que matou Getúlio Vargas". A obra segue a mesma receita de "O Xangô de Baker Street": O encaixe da ficção e da liberdade criativa do autor com fatos históricos verídicos , bom humor, suspense e um protagonista desastrado.

    Neste caso, o centro das atenções da história é Dimitri Borja Korozec, um sérvio anarquista, filho de pai da mesma nacionalidade e mãe brasileira, sendo também sobrinho de Getúlio Vargas. Treinado por uma escola de terroristas que tem como missão assassinar os tiranos do mundo, Dimitri é daqueles fanáticos obcecados por uma causa específica: A de impor o regime anárquico através da luta armada, limpando o mundo dos ditadores e déspotas. O problema é que o assassino em potencial "nega fogo" em todas as suas missões, falhando de forma desastrosa, patética e engraçada.

      E nas idas e vindas do rebelde anárquico, ele vem parar no Brasil com o intuito de assassinar o presidente ditador do Estado Novo, que também é o seu tio: Getúlio Vargas. Deixo o desenrolar da narrativa para a curiosidade do leitor, mas exponho uma página bastante curiosa, a de número 172, que descreve os acontecimentos no Rio de Janeiro, durante a pandemia da gripe espanhola, no início do século passado. Se puderem leiam, pois a semelhança com o momento atual é grande...


* O Eldoradense

4 de dez. de 2020

Poesias do Eldoradense: "O Drácula vegano"

 



" O Drácula vegano"

Não me pergunte onde,

Aconteceu a mutação;

Sei que nasceu um conde,

Homem de bom coração...

 

Usava roupa escura,

Com as golas erguidas;

Filho da nobreza pura,

Tantas gerações seguidas...

 

Dentes pontiagudos,

Não são o que aparenta;

Rejeitava pescoços desnudos,

Para a sucção lenta...

 

Tudo o que ele queria,

Era uma mulher bonita,

Alguém que saciaria;

Sua sede infinita...

 

Eis que seduziu,

Uma jovem imaculada,

E a mesma conduziu;

Para a sua morada...

 

Ela pressentia a dor,

Um medo que não se acaba;

E ele, sem pudor...

Pediu suco de beterraba!

 

* O Eldoradense




Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...