14 de abr. de 2020

Comentário: "Ciência e fé"



  Nas minhas poucas mais de quatro décadas vividas, não me lembro de ter testemunhado uma ameaça tão grande à sobrevivência das pessoas quanto agora, nesta pandemia. Se por um lado esta crise nos deixa receosos, é fato que toda a atmosfera que envolve o atual contexto nos remete às reflexões inerentes ao momento. E uma destas reflexões envolve ciência e fé.

   Digo isso porque cada qual defende com unhas e dentes seus métodos para superar este cenário que tanto nos aflige. A comunidade científica faz suas recomendações, enquanto líderes religiosos de vários credos elaboram seus ritos ecumênicos para que as forças divinas amenizem nossas dores e permitam que tudo isso acabe o quanto antes. E é aí, na dicotomia, nos procedimentos separados, que nascem muitos conflitos desnecessários.

      Primeiro, porque não pode ser desprezada a enxurrada de conhecimentos e informações que nos são repassados em um mundo extremamente globalizado. Todo o conhecimento técnico de um cientista ou profissional de saúde é fruto de anos de esforço, pesquisa e estudo. Por outro lado, apegar-se às forças sobrenaturais das quais não temos conhecimento pleno, mas que a maioria dos indivíduos acredita, é extremamente válido. Independente de sermos cristãos, muçulmanos, budistas, espíritas ou judaístas, a fé ajuda e muito, nestas horas.

      O que quero dizer neste texto é que ciência e fé são elementos que se usados de formas complementares, possuem um poder de eficácia gigantesco, capaz de fazer com que vençamos a maioria das nossas lutas. Entendo, numa visão bastante particular, que toda a curiosidade,  inteligência e  esforço do ser humano é fruto dos dons concedidos pelas divindades, independente do credo.

      Deus, na concepção mais ampla da força sobrenatural  e da criação, nos contemplou com um cérebro capaz de realizar inventos, criar vacinas, remédios e principalmente, transmitir conhecimento. Por outro lado, este mesmo cérebro é capaz de canalizar energias positivas e fazer com que uma forte corrente de fé possa materializar vitórias. Toda iniciativa  pautada na simbiose entre ciência e fé é de extrema relevância. Exemplo: Uma cerimônia religiosa, na atual conjuntura, é bem vinda? Sim, claro! Mas as aglomerações precisam ser evitadas, pois estas são as recomendações técnicas. Sendo assim, as versões virtuais ou "on line" destes ritos são alternativas interessantíssimas.

      Portanto, entendo que lavar as mãos, ficar em casa ou dobrar os joelhos com humildade em reverência às divindades não sejam procedimentos originários de duas vertentes diferentes, na atual conjuntura. Deus deu o dom do conhecimento ao homem para transmiti-lo, e é com responsabilidade e bom senso que devemos acatá-las. Simultaneamente, precisamos sim, acreditar numa força maior, pois é através dela que nos foram repassados nossos dons e alcançamos a dádiva da evolução. Se o conhecimento é de suma importância, a fé, por sua vez, não possui menor relevância. 


* O Eldoradense

Um comentário:

  1. Gosto muito de ler o que você escreve.Pena que você some e fica sem escrever rsrsrsrs

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