5 de set. de 2019

Conto: "A história recente do Badernistão" - Parte ll





      A ONU então pressionou a cúpula militar que exercia o poder para que decretasse eleições diretas e propiciasse a abertura política. O FMI estipulou que sem democracia no país, retaliações econômicas seriam inevitáveis. Os milicos comunistas não tiveram opção: convocaram os deputados do parlamento para criarem as regras de transição para o regime democrático e tornar viável as eleições presidenciais diretas. O povo estava cansado da mesmice comunista, e ansiava por livre iniciativa, liberalismo econômico e transparência. 

    No primeiro mandato, o PC do B já liquidou a fatura, elegendo o empresário do setor de metalurgia Ziul Oicáni para presidente por um período de quatro anos. Alul, como era popularmente conhecido, iniciou um processo de privatizações, reformas estruturais na máquina estatal e desburocratização. O parlamento corrupto exigia propinas para viabilizar seu plano de metas, e o PC do B "molhou a mão" de vários deputados, num escândalo chamado pela imprensa de "propinão". Mesmo assim, Alul gozava de bastante popularidade, pois, segundo os mais pobres, seu mandato promovera maior inclusão social. Há controvérsias; mas enfim, coisas da democracia.

     Na segunda eleição presidencial, Alul apoiou sua ministra Amlid Fessour, que não terminou o mandato, vitimada por um processo de impeachment causado por maquiar as debilitadas e caquéticas contas públicas. Somava-se isso a uma avalanche de denúncias de corrupção, recessão econômica e falta de habilidade política. Assumiu então o vice-presidente, um homem com semblante vampiresco e ainda menos confiável que seus antecessores: Lehcim Remet. Pensem num cara traíra! Lehcim terminou o seu mandato de forma conturbada, enquanto os militares comunistas pareciam ganhar novamente a simpatia popular, liderados pelo polêmico deputado Riaj Oranoslob. A desigualdade social no país e o aumento da criminalidade foram o foco principal do discurso populista esquerdista de Riaj, que inclusive, negava a existência da ditadura militar na recente história do Badernistão...

(Acho que continua amanhã, se der tempo)

* O Eldoradense 

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