25 de jan. de 2018

Quem mais se beneficiou com a condenação de Lula?



 
  Ontem foi um dia importante para o futuro político do Brasil. Lula foi condenado no TRF-4 por unanimidade, sufocando o discurso de que não há provas concretas contra o petista no caso "tríplex do Guarujá". Com a decisão, o ex-presidente pode ser preso a qualquer momento, bem como a sua possibilidade de inelegibilidade ter aumentado substancialmente. É bem provável que sua defesa utilize todos os recursos possíveis (e impossíveis) para retardar sua prisão e a suspensão de sua candidatura. Ok, mas isso é só uma questão de tempo.

 Consideremos então que o líder das pesquisas esteja definitivamente fora do páreo e que sua barba não apareça na urna eletrônica em outubro. E agora, quem é o maior beneficiário da decisão tomada ontem, pela justiça? Se fosse uma corrida de Fórmula 1, automaticamente, o possível futuro presidente do Brasil seria Jair Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas. É, só que as coisas não são tão simples: é provável que Bolsonaro tenha ostentado esta posição movido pelo voto anti-PT, onde muitos eleitores talvez pudessem tê-lo escolhido por estar mais próximo de Lula nas pesquisas. Mas agora, com o petista praticamente fora,  o antipetismo pode voltar ao partido que mais abraçou tal corrente na história política recente do Brasil: O PSDB.

    E o PSDB não vem com pouca munição para a batalha. Seu candidato é Geraldo Alckmin, governador do maior colégio eleitoral do país, e que, dentro deste colégio, lidera a disputa para a presidência. Há quem questione seu carisma pelo restante do país, porém, falta muito tempo para as eleições. E com uma campanha mais robusta e mais tempo de televisão na propaganda eleitoral, é provável que "Alckmin" seja mais "Geraldo",  aumentando consideravelmente seus números nas pesquisas de intenções de voto junto às camadas menos favorecidas da sociedade.

  Some-se isso ao fato de que Jair Bolsonaro esteja tão preparado para ser presidente do Brasil quanto o XV de Jaú está preparado para ser Campeão Mundial Interclubes. Num hipotético debate entre Alckmin e Bolsonaro, o tucano vai elegantemente "trucidar" o falastrão. Não que eu morra de amores por Alckmin, mas isso é tão líquido e certo quanto dois mais dois serem quatro.

    Quais alianças o "poderoso" PSL poderá formar? Quantos partidecos nanicos girarão em sua órbita? Quem o truculento Bolsonaro seduzirá com sua capacidade de articulação similar a de um joelho com artrose? À imprensa, Bolsonaro disse que a decisão da justiça contra Lula foi histórica. Mas em seu íntimo, se ele tiver um mínimo de discernimento, sabe que Alckmin foi o maior beneficiado com o resultado do julgamento de ontem.

* O Eldoradense

   

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