17 de mar. de 2016

Onde está o nosso rock?




  Quem acompanha as músicas nacionais que posto aos domingos, percebe que boa parte delas é pertencente ao rock brasileiro. Não só porque gosto do gênero, mas também porque cresci ouvindo letras de protesto inicialmente contra a ditadura militar, e depois, contra as nossas injustiças sociais e a corrupção. Bandas como Capital Inicial, Legião Urbana, Plebe Rude, Engenheiros do Hawaii, Titãs e Skank produziram letras e canções emblemáticas que extravasavam com genialidade a indignação de nossa sociedade.

   Quem não se sentiu representado ao ouvir clássicos como Que país é esse?, "Comida", "Alagados", "Até quando esperar", "Herdeiro da Pampa pobre" ou "Pacato cidadão"? Há algum tempo sinto o rock nacional carente de novidades, tanto no que diz respeito ao surgimento de talentos ou bandas novas, quanto no que se refere às canções de manifestos ou protestos contra as injustiças e barbáries praticados pelos políticos. Parece que nossos roqueiros perderam a inspiração, ou então, se cansaram mesmo de traduzir em suas guitarras, baterias e microfones vossos repúdios contra o cenário político que aí está. É uma pena, pois motivos e material para as composições não faltam: Brasília todos os dias "pulsa" fatos para que o quase extinto rock politizado nos premiasse com canções engajadas. Mas não é o que acontece atualmente, infelizmente. Refaço a pergunta que intitula este comentário ao final do último parágrafo: "Onde está o nosso rock?"

* O Eldoradense

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