14 de nov. de 2024

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

 



  Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, e no intuito de talvez se tornar um mártir patriota às vésperas do feriado da Proclamação da República, explodiu-se, tal qual homem bomba do Oriente Médio.

    Deixo claro aqui que lamento profundamente o fato. Mas venho dizendo há tempos que existe uma seita fundamentalista de natureza político-religiosa que precisa ser combatida aos rigores da lei, respeitando, é claro, o princípio do contraditório, mas que não pode ser subestimada ou negligenciada. 

    Se traçarmos uma régua cronológica bem resumida, enumeramos os passos desta escalada rumo ao caos em alguns episódios pré e pós eleitorais, que alternaram elementos dignos de revolta, sarcásmo, e agora, sinceramente, piedade.

      Cito, primeiramente, Carla Zambelli e a loucura de sair correndo armada atrás de um cidadão que a provocou. Posteriormente, o acesso de fúria de Roberto Jefferson contra a Polícia Federal. Pessoas públicas que utilizaram-se de violência explícita para sei lá qual objetivo. Veio o pleito e a vitória legítima de Lula nas urnas, contestada por uma minoria barulhenta, e claro, expressiva. Fecharam rodovias, prometeram o caos, impediram o direito de ir e vir das pessoas, queriam fechar o país por conta de um resultado eleitoral, quando, num passado pandêmico não muito distante, defendiam a economia a qualquer custo. Não surtiu efeito desejado. Passado algum tempo e não satisfeitos, depredaram os prédios públicos da Capital Federal, com objetivos ainda a serem esclarecidos pelos processos investigativos, enquanto o "mártir" estava curtindo a ressaca da própria derrota em solo norte-americano. 

     Em manifestações mais cômicas do que trágicas, pediram intervenção militar, e não atendidos, passaram a desrespeitar as Forças Armadas, outrora ídolos, agora, "melancias". Telefonaram para alienígenas, cantaram hino nacional para pneus, abraçaram a boleia do caminhão em rituais surreais de tão ridículos. 

      Enfim, existem os loucos e os incentivadores da loucura. Pais de família foram presos no 8 de janeiro, e infelizmente, mediante condutas bárbaras e levianas, deveriam ir mesmo para a cadeia. Estão pagando o pato, foram manipulados, lamento pelo desfecho, mas justiça é justiça. Cabe agora lutar juridicamente por diminuição das penas ou anistia. Sinceramente, acredito no êxito da primeira possibilidade, da segunda, duvido muito!

    Em âmbito local, há quem tivesse organizado boicote econômico aos que pensavam diferente, num gesto covarde, tirano e semifascista. Desfizeram amizades, romperam laços familiares, misturaram diferenças políticas com pessoais. Tudo em nome desta seita com sincretismo político-religioso pra lá de questionável.

          Ocorreram, neste decorrer de tempo, assassinatos pela mesma motivação. O ápice, que até ontem eu duvidaria que acontecesse, seria o suicídio psicótico de alguém em claro desequilíbrio emocional, cuja vida parecia ser movida exclusivamente pelo fanatismo político.

            Pois é, infelizmente, aconteceu! Tal qual terrorista do Oriente Médio, um senhor, que provavelmente deveria ter problemas em suas faculdades mentais, atentou contra a própria vida, influenciado por discursos negacionistas, inflamados e violentos. Deve ter feito chorar - creio eu - seus familiares. Está sendo alvo de chacota, o que também penso ser de uma insensibilidade tamanha, pois, enfim, morreu um ser humano.

          Tio França, segundo sua ex-exposa, falava em assassinar Alexandre de Moraes. Mandou mensagens para si mesmo anunciando seus planos, e diziam que em sua perturbação mental, trazia consigo o alter ego do vilão "Coringa". É muita loucura, é impensável, digno de pena. 

        Fica o apelo para que esta polarização não ganhe contornos ainda mais insanos, que voltemos a uma racionalidade mínima, de ambos os lados. O que falta acontecer, uma guerra civil? É fato que mediante o trágico e macabro acontecimento de ontem, a possibilidade de anistia fica cada vez mais distante...


* O Eldoradense

Resenha literária: "As mentiras que os homens contam", de Luis Fernando Veríssimo

   E a resenha literária de hoje é sobre o livro "As mentiras que os homens contam", de Luis Fernando Veríssimo. Confiram!



* O Eldoradense

8 de nov. de 2024

Voa comigo: Ponte Mário Covas

  No fim do mês passado, o "Voa comigo" fez mais um sobrevoo no Rio Paraná, desta vez, na ponte Mário Covas, na divisa entre SP/MS, entre Paulicéia e Brasilândia... Confira!



* O Eldoradense

7 de nov. de 2024

Vídeos curiosos: Mais um teste com o DJI Neo no Facebike

      Curtindo muito o novo drone DJI Neo, ideal para quem quer fazer filmagens em modo rastreio para as práticas esportivas. E hoje foi dia de fazer mais uma experiência para o Facebike...

* O Eldoradense

Comentário: "Sobre a vitória de Trump"

 



    Trump está de volta à Casa Branca e sua vitória foi inquestionável, levando-se em consideração não só apenas o número de votos, mas também, o número de delegados eleitos por cada estado e o êxito republicano nas casas legislativas (Câmara e senado). A pauta conservadora, bem como o discurso anti-imigração e as políticas econômicas que deram o tom de sua campanha parecem ter ido ao encontro aos anseios da população norte-americana, que confiaram o segundo mandato ao republicano, o que é democrático e legítimo, diga-se de passagem.

  As expectativas econômicas gerais giram em torno da volatilidade das moedas estrangeiras ante o dólar, já que políticas protecionistas via de regra estão na contra mão do mercado globalizado. Quando à geopolítica internacional, temos duas guerras impactantes em curso, e os ucranianos sinalizaram desânimo, pois Trump é próximo a Putin e já havia adiantando que diminuiria o apoio norte americiano aos adversários dos russos, caso saísse vitorioso do pleito. Sobre o segundo conflito, ainda que a comunidade árabe dos Estados Unidos estivesse insatisfeita com Biden, creio que em relação ao confronto árabe-israelense, a situação mude: Imagino que haverá apoio norte-americano mais contundente à nação judaica comandada por Netanyahu. E ainda analisando o contexto global, a pauta ambiental enfrentará um retrocesso, já que Trump nunca adotou um discurso que explicitasse simpatia à causa.

     E quanto ao Brasil? Há uma expecativa política de pressão norte-americada sobre o judiciário nacional para que futuramente sejam revistas sentenças proferidas em desfavor a um determinado grupo político: não creio que aconteça, e caso ocorra, a revisão será independente de influência ianque. A influência norte-americana, ao meu ver, se dará mais no campo econômico que político, e isso será relatado no parágrafo abaixo.

       Imagino que se de fato Trump adotar uma linha econômica protecionista, a nossa moeda tende a se desvalorizar diante do dólar, fato. O Google ontem anunciou o dólar numa cotação maior que R$ 6,00, todavia, a informação estava equivocada, e foi posteriormente corrigida pelo navegador. Porém, creio que a volatilidade do real depende mais da redução de gastos do governo Lula e da necessidade de um ajuste fiscal do que necessariamente de Donald Trump. Tanto é que a cotação do dólar fechou em baixa ontem, a R$ 5,67, diante da possibilidade de recuo na postura do governo federal em negar o referido ajuste. É importante que o atual governo se atente a isso, caso contrário, a desvalorização da moeda possa vir a bater os impressionantes R$ 5,90 do governo anterior, esquecidos pelos fiscais patriotas do câmbio. E só para constar, a cotação a R$ 5,67 já está bem desfavorável, as conveniências políticas não me fazem negar fatos concretos.

     Quanto às relações bilaterais de comércio, há a possibilidade de serem afetadas ante ao protecionismo anunciado de Trump, mas creio que, na prática, a redução será mínima. Independente de diferenças políticas do campo ideológico, os Estados Unidos sempre mantiveram parceria relevante no campo comercial com o Brasil, até mesmo pela  grandeza das duas economias. O fluxo de importação/exportação seguirá intenso, o que é primordial para as duas nações. 

        Fica mais uma vez o incansável registro de que as urnas respeitaram a vontade do eleitorado e que tal qual aqui, aquela invasão ao Capitólio ocorrida após a vitória de Biden foi vandalismo fanático e inconformado. Trump ganhou em 2016, perdeu em 2020 e tornou a ganhar agora. Cai por terra, mais uma vez, a balela idiota do discurso das fraudes nas apurações.

    

* O Eldoradense

1 de nov. de 2024

Estreando novo drone: DJI NEO!

      E agora foi a vez de estrear o novo DJI NEO, adequado para trekkings e voos indoor. Na sequência, uma performance de bike, e a outra, dentro de casa. Confiram!



* O Eldoradense

31 de out. de 2024

Conto: "Ado, o Saci!"

        



         Obs: Este é um conto fictício de conteúdo adulto em alusão ao "dia do Saci". Seu roteiro envolve violência explícita, portanto, não é adequado para a leitura de crianças e adolescentes, embora muitas crianças e adolescentes deste país sofram com a violência na vida real.


    Ado nasceu na Favela do Mato Seco, naquela cidade que tem os braços abertos num cartão postal, com os punhos fechados pra vida real. Recebeu este nome porque o pai era fã de um dos goleiros da seleção brasileira na Copa de 70, no México. Desde os 10 anos, o menino mostrava habilidade para o futebol, porém, com os pés, não com as mãos, como o referido goleiro homenageado.

    Mesmo adolescente, tinha a altivez de um craque, e sem exagero, lembrava o rei Pelé, não só pelo biotipo, mas também pelos seus dribles desconcertantes e inúmeros gols. Na várzea carioca, todo mundo dizia que o menino superaria Zico, Dinamite e Garrincha. De fato, tinha tudo para ser um cracaço do Fluminense, time para o qual torcia.

      Mas, de fato, a cidade com os punhos fechados para a vida real cobraria seu preço: Ado passou a se tornar sensação e exemplo na comunidade, fazendo com que vários meninos deixassem de querer ser soldado do tráfico para almejarem o sonho da riqueza através do futebol.  Onde estava Ado, uma legião de meninos sonhadores também estava, lotando o campo da várzea da favela, renegando vícios e ficando cada vez mais longe da marginalidade. Ado ganhava seguidores e adeptos, e o tráfico, por sua vez, perdia mão de obra infanto juvenil, tão essencial para sua logística operacional.

     Num fim de tarde como tantos outros, Ado voltava para seu barraco quando foi abordado por dois sentinelas do crime. Levado até o chefe da boca, não teve tempo nem de se defender: Levou vários tiros na perna esquerda, a mais hábil, a que traria tantas alegrias para a torcida brasileira. 

      Socorrido demoradamente num hospital público, perdeu o membro inferior canhoto. Pensou em denunciar seus algozes, mas tinha medo de retaliações futuras. Ado agora não era mais chamado pelo nome: Por ser um jovem de corpo atlético, negro e com uma das pernas amputadas, foi "batizado" maldosamente pelos bandidos da comunidade por "Saci". O apelido doía na alma, feria a dignidade, mas ficou impregnado em sua persona.

    O campo de várzea já não tinha mais tantos jovens futebolistas. Virou mais um ponto de marginalidade, cujo esporte ficou renegado a um segundo, terceiro plano, talvez.

      Ado, o Saci, usou sua tragédia pessoal como motivação para não cair em depressão, mas prometeu vingança! Dois anos se passaram, a família não tinha condições de adquirir uma prótese, mas Ado adaptou-se, porém, fingindo estar conformado ao longo do tempo.

   Certa vez, numa roda de samba num botequim movimentado da comunidade, deparou-se com seu algoz. Usando uma boina vermelha e fumando um cachimbo, retirou um 38 da pochete e, sem titubear, mandou o traficante para o quinto dos infernos. Antes de qualquer reação, saiu pulando com sua única perna até uma viatura da polícia, que estava ali para averiguar a denúncia sobre um homicídio que aconteceria em breve naquele local.

 Ado se entregou e confessou ser o autor do disparo e também do telefonema anônimo.  Ado, o Saci, enfim estava saciado!

      De futuro craque do Fluminense, Ado foi para Bangu. Não o clube, mas sim, o presídio. Converteu-se, fez curso bíblico e tem um potencial invejável para pastorear ovelhas em Madureira. Não no clube, mas no bairro carioca...


* O Eldoradense


25 de out. de 2024

Vídeos curiosos: Propaganda pirata da Yamaha...

    Recentemente fiz alguns takes alternativos com o drone e resolvi compilar numa edição para uma espécie de "propaganda pirata" da Yamaha. Pilotagem simultânea da moto e da aeronave, com edição posterior e narração. Acho que as imagens valeram a pena. A narração, nem tanto, rsrs...


* O Eldoradense


7 de out. de 2024

Comentário: "Política À la Marçal"

 



   Tarcísio, sobre Marçal: "Um louco, filho das trevas". "Ladrão não mexe com polícia", disse Mello Araújo, do PL, vice na chapa de Ricardo Nunes, sobre o coach. "Marginal delinquente", foi dito por Eduardo Paes, reeleito prefeito do Rio de Janeiro no primeiro turno. Datena, antes de tudo isso, foi mais prático e objetivo, ainda que a agressão não se justifique: Mandou uma cadeirada no quengo do picareta.

   Transcritas as afirmações e atitudes acima, duas delas feitas por políticos de direita, tenho uma definição pessoal sobre o coach que atraiu tantos olhares e admiradores baseando-me em três personagens do grande Chico Anysio: Egocêntrico como o Alberto Roberto, charlatão religioso como o Tim Tones e mentiroso compulsivo como o Pantaleão.

     O marketing político era extremamente exagerado: Prometeu atropelar os adversários nas urnas, quando por fim, não chegou nem ao segundo turno. Ainda assim, a maior cidade das Américas quase que deu o passaporte qualitativo para que Marçal cogitasse a possibilidade de ser o próximo prefeito paulistano. Num pleito de pouquíssimas propostas e planos de governo, Marçal era o mais raso de todos: Em nenhum minuto foi propositivo, apenas promoveu discórdia e mentiras, interrompido de forma grotesca e brusca por José Luiz Datena. 

       Não se contentou: Continuou violando regras eleitorais como elas não existissem, criando perfis diversos nas redes sociais para que a propagação de suas infinitas mentiras viralizassem. Num gesto sabe-se lá movido por desespero o mau caratismo, exibiu um falso laudo médico atestando uso de cocaína por Guilherme Boulos. Segundo os próprios apoiadores, este seria o "grand finale" responsável por sua derrota. Sinceramente, não acho. Atribuo a terceira colocação a todos os outros eleitores que tiveram o mínimo de discernimento e detetizaram Marçal da disputa. 

      Nem mesmo o religioso Silas Malafaia tolerou o coach, que prometeu, numa igreja, fazer uma cadeirante voltar a andar. Enfim, um novo megalomaníaco egocêntrico sem rédeas, cuja democracia, através do voto, retirou do páreo da disputa municipal mais importante do país.

       Do ponto de vista dos tribunais políticos, as atitudes inconsequentes de Marçal podem lhe render a ingelegibilidade. Não seria surpresa, aliás, seria o correto, ainda que seus seguidores e fãs dodóis possam alegar perseguição. 

       A política, por si só, muitas vezes, apresenta-se suja como um lamaçal. A política "À la Marçal" é ainda mais nojenta...


* O Eldoradense

Resenha literária: "A ditadura acabada", de Hélio Gaspari

  Resenha literária do livro "A ditadura acabada", de Hélio Gaspari. Confira!



* O Eldoradense


Comentário: "Vitória extremamente ampla"

 



   Enfim, encerrou-se o pleito municipal em Presidente Venceslau, e como era de se esperar, não houve surpresa em relação ao resultado final quanto à disputa pelo cargo executivo: Bárbara Vilches venceu com mais de 70% dos votos válidos, e estes números corroboram - e muito - a aprovação dos seus primeiros quatro anos de mandato.

     Deixo claro aqui que, em relação ao título do texto, utilizei a expressão "Vitória extremamente ampla" porque, quando se trata de resultado de urnas, ao meu ver, "Vitória inquestionável" é redundância. As urnas são a expressão máxima da vontade de um povo e só não as respeitam os inconformados, os arruaceiros e simpatizantes do totalitarismo. Entendam: O vitorioso sim, pode e deve ser questionado, pode e deve sofrer oposição democrática, inclusive para o bem da própria democracia. Já sua vitória, não.

   Outro ponto que faço questão de deixar claro é que o título do texto possa parecer comemorativo: Não votei na atual prefeita por diferenças ideológicas, de plataformas e posicionamentos. Mas é fato que sua vitória foi "extremamente ampla" e seria estar desconectado da realidade não reconhecer tal fato. Contra números, não há argumentos, e os números apresentados ontem foram mais que robustos. Num universo de seis postulantes, conquistar 70% dos votos válidos é um registro histórico.

    Resta aos oposiconistas aceitarem o resultado e continuarem fazendo oposição responsável, cobrando e fiscalizando, pelo bem da comunidade e por que não, da própria reeleita. Cabe à vitoriosa fazer jus ao vistoso aval da população e não cair no perigoso e corriqueiro comodismo inerente à boa parte dos reeleitos. Outra armadilha sedutora é a vaidade. Não conheço a prefeita, mas ao que me parece, ela não tem o perfil de acomodar-se em zona de conforto. Quanto à vaidade, aí podem ser outros quinhentos. Repito: Podem ser outros quinhentos, trata-se de possibilidade, não afirmação, pois como disse anteriormente, não a conheço, são apenas impressões.

     Antes que o texto termine, ficam registradas as congratulações especiais também aos vereadores eleitos. Considero esta disputa mais complexa, levando-se em conta não só o número de concorrentes como também, aquela conta não menos complexa do coeficiente eleitoral. Mas é claro que as congratulações se estendem também a todos que participaram do pleito e estiveram à disposição da população, independente se motivados por ambições pessoais ou abnegação. Candidatar-se é um ato de coragem, e a coragem, por si só, é valiosa virtude.

       Safisfeito, enquanto cidadão e eleitor, quanto ao desenrolar do processo. Cada um teve a oportunidade expressar de forma tranquila suas opiniões e demandas nas urnas, e é assim que deve ser. Isso, por si só, já me basta. O que vem pela frente nos próximos anos, é consequência. E todos nós, independente de qual lado estejamos, precisamos continuar exercitando a cidadania, fiscalizando e cobrando, quando necessário. Pois a cidadania não limita-se apenas ao voto. Ela é bem mais que isso!


* O Eldoradense 

2 de out. de 2024

Vídeos curiosos: "Expedição Rosana"

  E para que as férias não passassem batido, fiz uma expedição em Rosana que renderam algumas imagens aéreas belíssimas. Confira!

* O Eldoradense



26 de set. de 2024

Comentário: "O que está virando a política?"

 



  Houve um tempo em que a política acirrava ânimos e provocava debates acalorados. Porém, depois da apuração das urnas, cada um de nós, eleitores e candidatos, tocava a sua vida em frente, fazendo oposição e situação dependendo das afinidades ideológicas e por que não, conveniências. Era o jogo a ser jogado, a peleja democrática, o embate previsto: Articulações, alianças e estratégias, obviamente, faziam parte da receita.

  Mas, de um certo tempo pra cá, e eu realmente não consigo estabelecer um marco cronológico exato que delimite o fenômeno, a política degringolou. E eu nem me refiro aos inúmeros casos de corrupção que infelizmente nos acompanham há décadas, mas sim, à animosidade que antes, era exceção, e agora, parece ser regra.

    A "cadeirada" de um dos candidatos à prefeitura de São Paulo sobre o oponente, é apenas um dos episódios que simbolizam esta nova e deprimente fase da política nacional e também mundial.

    Haja vista que um ex-presidente brasileiro já tomou uma facada em campanha, uma vereadora carioca foi assassinada cumprindo mandato e que lá nos Estados Unidos, Donald Trump já escapou de duas emboscadas, é preciso reavaliar se é este tipo de processo político que queremos em busca da evolução das sociedades em todo o mundo. E as atrocidades não cessam após o final dos pleitos: As depredações inconformadas aconteceram tanto lá nos Estados Unidos, quanto no Brasil, retomando um novo círculo vicioso, como se as campanhas eletivas não tivessem fim.

    As provocações se tornaram explicitamente desrespeitosas, as propostas de campanha se tornaram totalmente irrelevantes, e, infelizmente, o eleitorado adotou uma postura cada vez mais visceral em detrimento às análises racionais. Divisões familiares, amizades rompidas, tudo isso em nome de uma passionalidade descabida, que, em nada tem a ver com as diferenças saudáveis e necessárias de visões e pensamentos acerca da temática política.

     Calúnias, injúrias, notícias que se disseminam rapidamente maculando biografias, tudo isso é o processo que culimina na cadeirada, na facada, no tiro, no murro, na depredação.

       Involuímos, e isso é fato. A internet que tinha tudo para acrescentar informação, no que tange ao mundo da política, potencializou hostilidades, mentiras e ofensas gratuitas. Enfim, houve um tempo em que ironias podiam ser trocadas, o humor poderia ser utilizado como tempero, e, principalmente, a civilidade prevalecia sem quaisquer prejuízos à convivência minimamente harmoniosa

       E, só para finalizar, fica o elogio aos candidatos ao pleito municipal de Presidente Venceslau: Se por um lado o processo eletivo por aqui aparenta estar morno, insosso e quase apático, é fato que em meio a tanta animosidade e hostilidades Brasil afora podemos nos orgulhar da civilidade ao qual o mesmo está sendo realizado. Que assim permaneça até o próximo dia 6 de outubro!


* O Eldoradense 

24 de set. de 2024

Voa comigo! Imagens aéreas da Ponte Hélio Serejo...

   E hoje o "Voa comigo" esteve na ponte Hélio Serejo, na divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Confira!


* O Eldoradense


20 de set. de 2024

Poesias do Eldoradense: "O furta fruta"

 




"O furta fruta"

É sempre o mesmo menino,

Que por aqui anda;

Faminto, franzino,

Rondando a quitanda...

 

Na segunda, descalço,

Agiu na surdina;

Um minuto em falso,

Surrupiou a tangerina!

 

Na terça, descamisado,

Deu outro balão;

Quando olhei pro lado,

Lá se foi um melão!

 

Na quarta, mal vestido,

Molhado pelas chuvas;

Eu estava distraído...

Dei falta das uvas!

 

Na quinta, assustado,

Como quem se denuncia;

Saiu apressado,

Carregando a melancia!

 

Em nome da lei,

Na sexta, isso acaba...

Mas quando vacilei;

Roubou uma goiaba!

 

Chamei o guarda,

Num sábado de labuta;

Eis que o mesmo aguarda...

O famoso furta fruta! 

 

Apareceu feito corisco,

Desistiu, com malícia;

Percebeu, arisco...

A presença da polícia!

 

Chorou inconformado,

Lágrimas de quem não come;

Confessou-me seu pecado...

O pranto da fome!

 

Foi-se embora o furta fruta,

Com uma cesta colorida;

Tinha alegria absoluta,

E a fome interrompida!

 

Pois o furta fruta,

Rouba banana prata;

E o verdadeiro filho da puta...

Usa terno e gravata!

 

    O Eldoradense


17 de set. de 2024

Voa comigo! Sobrevoando Cauiá - SP

 E o "Voa comigo!" ontem resolveu colher algumas imagens aéreas da pequena cidade vizinha de Caiuá. Confira!  



* O Eldoradense

26 de ago. de 2024

Facebike: Evento do Giro trilha, Presidente Epitácio - 70 km

    E no frio castigante do último domingo, estive na companhia do Adílson Veríssimo para realizar uma prova de ciclismo organizada pelo Giro trilha, em Presidente Epitácio. 70 km de vento gelado, subidas e adrenalina. Mas valeu a pena e também a medalha!




* O Eldoradense

Comentário: "Brasil em brasas"


 

     Semana passada, boa parte do interior paulista esteve coberto por uma grande nuvem de fumaça. A princípio, a mesma era proveniente de vários focos do solo bandeirante, bem como de outros focos dos importantes biomas nacionais: Amazônia e Pantanal.

  Lembramos que o nome da nossa nação é originário da árvore Pau Brasil, cuja característica marcante é o caule avermelhado como brasa. A primeira commodity de nossa história enquanto país, encontra-se em extinção, pois foi explorada o quanto pode pelo nosso povo, que por sua vez, não é brasiliense nem brasiliano, mas sim, brasileiro!

    É o único gentílico cujo término da palavra termina em "eiro", caracterizando uma profissão, neste caso específico, os "brasileiros" que eram os extrativistas do Pau Brasil.

   Mas voltando à temática principal deste texto, o Brasil volta a estar em chamas, e neste quesito, batendo novos recordes. Particularmente, eu tinha uma suspeita quanto ao fenômeno, que parece ir, aos poucos, se confirmando: As mesmas possuem um quê de rebelião, com intuito de desmoralizar o atual governo federal, que por sua vez, se mostra incompetente, de fato, em frear o avanço do fogo que engole nossas florestas e biomas.

   A ação parece mesmo ser coordenada, uma espécie de "dia do fogo", suspeita esta que parece deixando de se tornar especulação a partir de duas prisões feitas no noroeste de São Paulo, ambas motivadas por incêndios criminais. O governador do estado agiu certo, de forma inicialmente rigorosa, coisa que o governo federal, aliás, já deveria ter feito.

  É fato que Tarcísio não é Bolsonaro, nem mesmo assemelha-se aquele ex-Ministro do meio ambiente que queria "deixar passar a boiada" da questão ambiental em meio a catástrofe pandêmica da COVID 19. Ele é mais inteligente e esperto que a dupla de "brasileiros" citadas acima. 

   Também é fato que o atual governo federal, apesar de letárgico e incompetente em relação à resolução ou mitigação da questão, é bem diferente do anterior. Lula não estimulou as queimadas, nunca questionou as estatísticas das mesmas, tão pouco demitiu o responsável pelo INPE diante da exposição dos números. É reconhecido internacionalmente pelo discurso pró ambientalista, bem como sua ministra da pasta, Marina Silva.

    O problema é que discurso por si só, não resolve. É preciso ações concretas, e elas envolvem investigação e prisões, sejam lá de quem for. É bem provável que os rebeldes ambientais tenham a mesma motivação daqueles que depredaram Brasília naquele fatídico 8 de janeiro. E sinceramente, estão sendo conivente demais com estes criminosos inconformados. 

     Em relação às prisões efetivas, Tarcísio parece ter largado na frente, e espero que elas não sejam apenas focos isolados e caracterizem de fato, uma possível iniciativa efetiva em relação a questão, se tornando tão abrangentes quanto as fatídicas queimadas criminosas. 

     O tempo está seco por conta das poucas chuvas? É claro que sim. Mas podem estar certos de que tem gente preocupada em fazer com que o Brasil continue, cada vez mais, em brasas. Preciso dar nome aos bois? Acho que não! Afinal, a boiada sente falta daqueles que lhes queriam deixar com passagem livre. O confinamento se faz necessário, exatamente para que nossos biomas não virem um grande churrasco de fauna e flora...


* O Eldoradense

16 de ago. de 2024

Voa comigo! Dois voos em Presidente Prudente...

 E ontem, o "Voa comigo" filmou alguns takes na principal cidade da nossa região, Presidente Prudente.  O primeiro vídeo foi no Campus da Unesp, e o segundo, nos arredores do Parque do Povo, ambos na companhia do amigo Orlando Monteiro. Confira!




* O Eldoradense

Comentário: "Alexandre, o grande..."

   


  Mais uma vez o Ministro Alexandre de Moraes é o epicentro de um dos inúmeros terremotos da política brasileira: Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, citado por muitos como veículo informativo chapa branca, situacionista, ou sei lá o que, Alexandre teria, enquanto Ministro do STF e também do TSE, conduzido informalmente investigações contra personagens ligados ao bolsonarismo.

    Sim, Alexandre, o grande, o mesmo que foi nomeado Ministro do STF por Michel Temer, que por sua vez assumiu a presidência depois do impeachment de Dilma Roussef, comemorado aos quatro ventos pelo mesmo grupo vê agora o ministro como inimigo público número um, num patamar mais elevado que o próprio Lula.

  Ao que tudo indica, Alexandre teria mesmo conduzido as investigações fora do rito. Algo fora da curva levando-se em conta os ritos técnico-judiciários, o que pode anular possíveis e futuras condenações políticas.

       Procedimento muito parecido com a condução pra lá de informal do juiz da Sérgio Moro, na condenação de Lula, que tirou o petista da corrida presidencial de 2018 quando o mesmo liderava as pesquisas eleitorais. Coincidência ou não, Moro foi nomeado posteriormente Ministro da Justiça pelo vencedor do pleito, Jair Bolsonaro, talvez numa recompensa pelos serviços prestados.

      Porém, numa nova tentativa de alpinismo político, Moro resolveu ficar no encalço de um dos filhinhos do papai Jair: Arrumou pra cabeça, foi destituído do cargo, apanhando igual "filho do meio", tanto de vermelhos, quanto de amarelos. Ainda assim, elegeu-se senador da República pelo Paraná, mitigando um pouco seus próprios prejuízos.

      Como os atropelos jurídicos foram evidentes naquela ocasião, Lula foi absolvido ou descondenado - o termo parece variar de acordo com o ponto de vista de cada eleitor - mas enfim, com a sua liberdade, transformou-se inevitavelmente em Presidente da República pela terceira vez, vencendo o mesmo Jair Bolsonaro que ele venceria em 2018, se não fosse os atropelos de Sérgio Moro.

      Resumindo: As precipitações jurídicas e informais de Alexandre, o grande, podem livrar alguns vândalos patriotas de uma condenação maior? Sim! Inclusive o vândalo mor, o tresloucado, o inconformado, o mito, o único não reeleito da República brasileira pode ser beneficiado com isso. Benefício este que restringe possivelmente a não condenação criminal, porém, se há esperanças de reversão de sua inelegibilidade, esquece! 

      Impeachment de Alexandre? Também acho pouquíssimo provável. É mais fácil Alexandre adquirir uma vasta cabeleira e se tornar guitarrista de banda de rock do que ser destituído do cargo por conta do barulho patriota. 

            Ainda assim, é fato que se não fosse Alexandre o Ministro do TSE na ocasião do pleito de 2022, Jair teria pintado e bordado nas suas megalomanias em busca da reeleição, e provavelmente teria obtido êxito no seu intento. E Alexandre, com sua coragem, não permitiu intimidações, colocando o "mito" no seu devido lugar...


 * O Eldoradense       


2 de ago. de 2024

Comentário: "Num país de eleições fraudadas"...

      


Num país de processo eleitoral fraudado o jogo já vem viciado antes mesmo de começar, quando adversários são perseguidos da forma mais vil possível. As Forças Armadas passam a defender não uma nação, mas sim, um governo autocrático. A justiça não se preocupa em ser justa, mas serviçal, subserviente e cúmplice do ditador camuflado de líder popular e querido. 

      A liberdade de imprensa é castrada, quando não, corrompida financeiramente. Não é necessário apenas estar alinhado ao chefe, mas ser também capacho, sujeito não apenas à hierarquia, mas também aos desmandos, às ordens absurdas e à sua vontade, plena e absoluta.

   Inflama-se o discurso nacionalista, a soberania ufanista, alimenta-se a fantasia de que quase todo um planeta é contrário a vontade do seu povo, que vai faminto às urnas - eletrônicas e com voto impresso - diga-se de passagem. Barra-se os observadores internacionais, fecham-se as fronteiras, e, após as apurações pra lá de duvidosas, não há o reconhecimento dos Organismos internacionais, sejam eles do continente, ou do globo, como a OEA e a ONU. Os resultados são questionados por vários líderes de outros países, tornando o processo moralmente iletígimo. 

      As eleições foram visivelmente fraudadas na Venezuela e muitos dizem ter acontecido o mesmo no Brsail. Mas fica a pergunta: Em nosso país, fronteiras foram fechadas para a fiscalização dos observadores internacionais? Algum Organismo Internacional deixou de reconhecer a legitimidade do nosso processo eletivo? Algum líder de outra nação, ainda que tenha perfil político-ideológico diferente do vencedor do nosso pleito não reconheceu o resultado? Não.

       O processo eletivo venezuelano foi controverso e farsante. Lula, ao mesmo tempo que exige as atas da auditoria da eleição dos nossos vizinhos, praticamente reconhece a vitória de  Maduro, cometendo um erro gravíssimo, imperdoável.  Nesta situação, não há corda bamba: Seria necessário colocar a democracia venezuelana e mundial acima de amizade, simpatia ou alinhamento ideológico. 

       Porém, contudo e todavia, Lula foi legitimamente eleito e os comparativos das eleições entre as duas nações evidenciam isso: Aqui, observadores internacionais foram bem vindos, e, após o pleito, nenhum líder mundial questionou o resultado, ao contrário do que ocorreu no país vizinho caribenho, infelizmente. Igualar os dois processos eletivos é tosco, infundado e totalmente equivocado, pra não dizer mal intencionado ou desonesto...


* O Eldoradense   

    

29 de jul. de 2024

Conto: "O maníaco do karaokê"

   



Os investigadores Felipe e Edilaine foram chamados às pressas pelo delegado Tobias. As instruções foram claras: Ficar à espreita do suspeito de dois feminicídios ocorridos recentemente em Marília. Ambas as vítimas, segundo testemunhos, haviam marcado presença em karaokês na noite de suas respectivas mortes. O sujeito em questão morava no Jardim Cavalari e também era frequentador regular dos barzinhos com Karaokê. Segundo os relatos de garçons e garçonetes, adotava um ritual metódico: Sentava-se sempre próximo ao palco, encostado na parede e pedia uma cerveja. Bebia vagarosamente, apreciava as apresentações até ele próprio cantar a mesma música: "Pra onde quer que eu vá", dos Paralamas do Sucesso. Pegava o microfone no centro do palco, preferia cantar da própria cadeira na qual estava sentado, e, antes que a canção acabasse, levantava-se com certa elegância, recolocando o microfone no suporte situado ao centro do palco, olhando de forma sedutora para alguma mulher da plateia.

Felipe e Edilaine acharam tudo aquilo estranho, mas seguiram as instruções da missão: Vestiram-se à paisana, e no começo da noite de sábado, dirigiram-se com o carro até as adjacências da casa de Aderbal, o potencial suspeito. Às vinte e uma horas ele saiu da casa com seu FIAT UNO prata, seguindo em direção ao 14 BIS Karaokê. Sentou-se, pediu uma Heineken, assistiu a algumas apresentações e lá foi em direção ao palco. Minutos depois, com voz aveludada, começou a cantar: "Olhos fechados, pra te encontrar, não estou ao seu lado, mas posso sonhar..."


Levantou-se, tentou seduzir uma morena de média estatura com o olhar, recolocando o microfone ao palco. A moça não deu a mínima, e, em seguida, o namorado sentou-se junto à ela, o que deixou Aderbal visivelmente contrariado. Pagou a conta, e posteriormente levantou-se, saindo do estabelecimento.

A perseguição dos investigadores ao suspeito ocorreu de forma sorrateira na noite Mariliense. Aderbal dirigiu por alguns minutos até estacionar na frente do Dado's Bar. O local era sombrio, os frequentadores um tanto quanto exóticos, as instalações decadentes. As apresentações foram muitas, fazendo com que Edilaine escolhesse uma música para cantar, no intuito de aprimorar as encenações investigativas.


- Qual você vai escolher? - perguntou Felipe


- "Fácil", do Jota Quest - respondeu ela.


Brincando, ele disse que ela deveria cantar uma da Roberta Miranda, pois a parceira de investigação já havia bebido duas cervejas e parecia estar com os olhos morteiros, semelhantes ao da famosa cantora sertaneja. Edilaine riu e Felipe tentou dar um beijo nela, com o argumento de que as encenações investigativas precisavam ser convincentes. Não colou, mas pareceu ter pintado um clima...


Antes que a investigadora cantasse, Aderbal pegou novamente o microfone. De forma nem um pouco surpreendente, recomeçou sua ladainha musical na tentativa de conquista casual e aleatória: "Olhos fechados, pra te encontrar, não estou ao seu lado, mas posso sonhar..."


Desta vez o olhar do potencial assassino dirigiu-se a uma mulher oriental, e ela pareceu ter correspondido. Sentou-se junto a ela, conversaram por vinte minutos, saíram do bar e entraram no carro dele. Nova perseguição sorrateira, e o Fiat Uno prata estacionou em um lugar alto, descampado e escuro, em frente ao Aeroclube de Marília. De lá, avistava-se boa parte da cidade. Em seguida, chegaram lentamente os investigadores: Carro com farois apagados, a uma distância relativa, pra não chamar a atenção.


O descampado quase deserto, apenas dois carros em meio a escuridão misteriosa e tensa. Poucos minutos depois, um grito feminino é escutado de dentro do Fiat Uno prata de Aderbal. Não era decifrável se foi de prazer ou de desespero. Felipe brincou:


"Ou esse cara é muito bom, ou ele é malvado"...


A brincadeira foi precedida por outro grito, agora explícito, de socorro. O casal de investigadores saiu às pressas do carro, armas e algemas nas mãos. Deram voz de prisão a Aderbal, que, naquele momento, tentava asfixiar a pobre mulher oriental.


O reforço militar chegou em seguida, e Aderbal foi levado na viatura até à delegacia, onde o delegado Tobias estava de plantão. Posteriormente, chegaram os investigadores. Réu confesso, Aderbal alegou os motivos da conduta metódica e mórbida: Ele era foragido da justiça Paraense, sob suspeita de ter assassinado a namorada e parceira de dupla sertaneja. Segundo relatos do criminoso, ela teria o traído com um outro cantor, porém, de tecnobrega. Numa fala psicótica, semi sarcástica, disse:


"Olha, doutor, levar chifre, até que vai... Mas tinha que ser com um cara que cantava tecnobrega?"


O caso foi solucionado. Cansado, Felipe ofereceu uma carona para Edilaine. Ela aceitou, sem qualquer ressalva. No caminho, ele tentou dar-lhe um beijo, e ela também aceitou, sem qualquer ressalva. Um pedido tímido e cansado de namoro aconteceu, e ela aceitou, com pouquíssima ressalva. No aparelho de som do carro, coincidência ou não, tocava a música...


"Olhos fechados, pra te encontrar, não estou ao seu lado, mas posso sonhar...


* O Eldoradense

26 de jul. de 2024

Voa comigo! Sobrevoando Piquerobi, em voo com naração deste piloto que vos fala...

     E hoje de manhã foi dia de sobrevoar a pequena e simpática cidade vizinha de Piquerobi, em uma proposta de voo diferente: Transmissão ao vivo para o Facebook, posteriormeente postada no Youtube e no blog. Confira!



* O Eldoradense


22 de jul. de 2024

A eleição presidencial dos Estados Unidos promete!

 




   Faltam pouco mais de três meses para que os Estados Unidos elejam seu próximo presidente da República. Num cenário provavelmente tão polarizado quanto o brasileiro, reviravoltas recentes aconteceram, tornando o pleito ainda mais imprevisível que o de costume. Há pouco mais de uma semana, um jovem atirador resolveu ferir não só a orelha de Donald Trump, quanto também a democracia, num gesto inadmissível, ainda que atentados contra figuras políticas infelizmente tenham ganho espaço recentemente. Porém, é inevitável admitir que o ocorrido pudera angariar capital político ao ex-presidente, que já havia, diga-se de passagem, vencido claramente o primeiro debate diante de um cambaleante e frágil Joe Biden.

    Após o debate, as pressões para que Biden renunciasse a intenção de reeleição aumentaram, mas ele parecia irredutível no seu intuito. Porém, é fato que se o atual presidente fizesse uma sincera autocrítica, chegaria à conclusão que, em nome da competitividade do Partido Democrata, deveria jogar a toalha. E assim o fez, quase que imediatamente ao tiro que possivelmente fortaleceu Trump.

     Antes disso, Biden tinha realizado um gesto tão nobre quanto: Telefonou para o adversário vítima do atentado, e ambos tiveram uma conversa agradável, segundo palavras do próprio Trump. Assim deve ser a democracia, diga-se de passagem.

      A provável candidata do Partido Democrata apta a substituir Biden, é, quase que obviamente, a vice-presidente Kamala Harris. A maior parte das pesquisas recentes apontam que ela, neste momento da corrida, está mais propensa a ser derrotada por Trump do que o próprio Biden, ainda que a diferença percentual não seja expressiva. Há institutos que cravam Kamala ligeiramente a frente, mas são minoria.

     Todavia, é fato que alguns elementos precisam ser levados em consideração: Kamala pode oxigenar a candidatura democrata, até então cabisbaixa, desconfiada e desmotivada em relação a Joe Biden. Tanto é que as doações dos filiados do partido sofreram um "boom" após a desistência oficial da candidatura do atual presidente. Outra variável é: "Quem será o vice na chapa?" A Informação é que os democratas farão uma sondagem estado a estado, e, conforme os resultados, farão o anúncio do nome. Arrisco a dizer que se por um acaso fosse de interesse de Michelle Obama, o jogo viraria imediatamente, levando-se em conta que ela está consideravelmente a frente de Trump nas pesquisas. Outro fator a ser considerado é que o trunfo do dircurso da etariedade muda de lado, pois o candidato republicano tem, neste exato momento, 78 anos.

    A eleição americana é complexa, pois não basta o candidato ter a maioria simples e absoluta dos votos para vencê-la. É preciso angariar um maior número de delegados, correspondentes às vitórias em cada uma das províncias que compõem a federação estadunidense. Em 2016, por exemplo, Trump venceu Hilary com aproximadamente 3 milhões de votos a menos, algo impensável para o nosso modelo eleitoral. Mas enfim, são as regras deles, e regras podem até serem questionadas e aperfeiçoadas, mas nunca violadas.

     Trump é favorito? É, sem dúvida alguma. Invencível? Não. A "bala de prata" pode ter sido disparada, e certamente, não foi por um jovem atirador inconsequente sobre o telhado...


* O Eldoradense

    

 

27 de jun. de 2024

Comentário: Sobre a tentativa de golpe na Bolívia...

 



   Ontem a América do Sul viveu mais um capítulo de sua conturbada história rumo à estabilização política e à democracia. Justamente na cidade chamada "La Paz'", a capital da Bolívia, instaurou-se um cenário de tentativa de golpe armado e tomada de poder, com o suposto intuito de retirar do cargo presidencial Luis Arce, eleito democraticamente, cujo mandato se arrasta até 2025.

   Digo "se arrasta" porque é inegável que o país vizinho está mergulhado numa crise socioeconômica que acarreta, ao atual mandatário, queda brusca de popularidade. Porém, é fato que nada justifica a iniciativa tomada pelo pequeno grupo de militares que lideraram a rebelião. 

     Numa democracia, é legítimo manifestar insatisfações, contrariedades, protestar, e até destituir, via Congresso Nacional, um mandatário do executivo, desde que provado crime político. Todavia, a tomada do poder à força - via poderio bélico,  ainda que um governante esteja exercendo de forma sofrível seu mandato - não é apenas inadmissível... é criminoso!

      Há de se levar em consideração o atual contexto político, em que o presidente Luis Arce e seu padrinho político, o ex-presidente Evo Morales, estão em rota de colisão visando as eleições do próximo ano.

     Evo Morales é desafeto explítico do general golpista José Zuñiga, que declarou abertamente que não deixará o ex-presidente assumir novamente a presidência, caso vier a ser eleito. Enquanto presidente, Luis Arce, ainda que possível adversário de Evo, não poderia admitir tais declarações, e, sem espaço para outra ação, demitiu Zuñiga.

        Inconformado, o ex-general encampou uma rebelião tão impopular quanto  repentina, e em poucas horas, foi preso. No pós prisão, construiu a narrativa de "autogolpe" supostamente proposto por Luis Arce, com o objetivo de recuperar parte da baixíssima popularidade. A tese de autogolpe inclusive é defendida por Evo Morales.

       Ora, se Luis Arce propôs o autogolpe e o militar aceitou, achando que teria futuro respaldo ou anistia, o mesmo foi muito inocente, o que é difícil de acreditar. É fato que, sendo autogolpe ou golpe, o desfecho deveria ser mesmo este: prisão para os golpistas, até mesmo para que se prevaleça o espírito democrático.

        Finalizo o texto dizendo que até mesmo ex-presidentes da direita boliviana como Jeanine Añez e Jorge Quiroga condenaram o episódio lamentável de ontem, em La Paz. A democracia deve prevalecer sobre qualquer governo golpista, seja ele de direita ou de esquerda. Ponto final.


* O Eldoradense

25 de jun. de 2024

Voos em Presidente Epitácio, no último domingo...

    E no último domingo, o "Voa comigo" captou imagens lindas diretamente para este blog, em Presidente Epitácio. São dois vídeos, o primeiro, no Parque Figueiral, e o segundo, na orla... Confira!



* O Eldoradense

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...