Num país de processo eleitoral fraudado o jogo já vem viciado antes mesmo de começar, quando adversários são perseguidos da forma mais vil possível. As Forças Armadas passam a defender não uma nação, mas sim, um governo autocrático. A justiça não se preocupa em ser justa, mas serviçal, subserviente e cúmplice do ditador camuflado de líder popular e querido.
A liberdade de imprensa é castrada, quando não, corrompida financeiramente. Não é necessário apenas estar alinhado ao chefe, mas ser também capacho, sujeito não apenas à hierarquia, mas também aos desmandos, às ordens absurdas e à sua vontade, plena e absoluta.
Inflama-se o discurso nacionalista, a soberania ufanista, alimenta-se a fantasia de que quase todo um planeta é contrário a vontade do seu povo, que vai faminto às urnas - eletrônicas e com voto impresso - diga-se de passagem. Barra-se os observadores internacionais, fecham-se as fronteiras, e, após as apurações pra lá de duvidosas, não há o reconhecimento dos Organismos internacionais, sejam eles do continente, ou do globo, como a OEA e a ONU. Os resultados são questionados por vários líderes de outros países, tornando o processo moralmente iletígimo.
As eleições foram visivelmente fraudadas na Venezuela e muitos dizem ter acontecido o mesmo no Brsail. Mas fica a pergunta: Em nosso país, fronteiras foram fechadas para a fiscalização dos observadores internacionais? Algum Organismo Internacional deixou de reconhecer a legitimidade do nosso processo eletivo? Algum líder de outra nação, ainda que tenha perfil político-ideológico diferente do vencedor do nosso pleito não reconheceu o resultado? Não.
O processo eletivo venezuelano foi controverso e farsante. Lula, ao mesmo tempo que exige as atas da auditoria da eleição dos nossos vizinhos, praticamente reconhece a vitória de Maduro, cometendo um erro gravíssimo, imperdoável. Nesta situação, não há corda bamba: Seria necessário colocar a democracia venezuelana e mundial acima de amizade, simpatia ou alinhamento ideológico.
Porém, contudo e todavia, Lula foi legitimamente eleito e os comparativos das eleições entre as duas nações evidenciam isso: Aqui, observadores internacionais foram bem vindos, e, após o pleito, nenhum líder mundial questionou o resultado, ao contrário do que ocorreu no país vizinho caribenho, infelizmente. Igualar os dois processos eletivos é tosco, infundado e totalmente equivocado, pra não dizer mal intencionado ou desonesto...
* O Eldoradense
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