26 de set. de 2024

Comentário: "O que está virando a política?"

 



  Houve um tempo em que a política acirrava ânimos e provocava debates acalorados. Porém, depois da apuração das urnas, cada um de nós, eleitores e candidatos, tocava a sua vida em frente, fazendo oposição e situação dependendo das afinidades ideológicas e por que não, conveniências. Era o jogo a ser jogado, a peleja democrática, o embate previsto: Articulações, alianças e estratégias, obviamente, faziam parte da receita.

  Mas, de um certo tempo pra cá, e eu realmente não consigo estabelecer um marco cronológico exato que delimite o fenômeno, a política degringolou. E eu nem me refiro aos inúmeros casos de corrupção que infelizmente nos acompanham há décadas, mas sim, à animosidade que antes, era exceção, e agora, parece ser regra.

    A "cadeirada" de um dos candidatos à prefeitura de São Paulo sobre o oponente, é apenas um dos episódios que simbolizam esta nova e deprimente fase da política nacional e também mundial.

    Haja vista que um ex-presidente brasileiro já tomou uma facada em campanha, uma vereadora carioca foi assassinada cumprindo mandato e que lá nos Estados Unidos, Donald Trump já escapou de duas emboscadas, é preciso reavaliar se é este tipo de processo político que queremos em busca da evolução das sociedades em todo o mundo. E as atrocidades não cessam após o final dos pleitos: As depredações inconformadas aconteceram tanto lá nos Estados Unidos, quanto no Brasil, retomando um novo círculo vicioso, como se as campanhas eletivas não tivessem fim.

    As provocações se tornaram explicitamente desrespeitosas, as propostas de campanha se tornaram totalmente irrelevantes, e, infelizmente, o eleitorado adotou uma postura cada vez mais visceral em detrimento às análises racionais. Divisões familiares, amizades rompidas, tudo isso em nome de uma passionalidade descabida, que, em nada tem a ver com as diferenças saudáveis e necessárias de visões e pensamentos acerca da temática política.

     Calúnias, injúrias, notícias que se disseminam rapidamente maculando biografias, tudo isso é o processo que culimina na cadeirada, na facada, no tiro, no murro, na depredação.

       Involuímos, e isso é fato. A internet que tinha tudo para acrescentar informação, no que tange ao mundo da política, potencializou hostilidades, mentiras e ofensas gratuitas. Enfim, houve um tempo em que ironias podiam ser trocadas, o humor poderia ser utilizado como tempero, e, principalmente, a civilidade prevalecia sem quaisquer prejuízos à convivência minimamente harmoniosa

       E, só para finalizar, fica o elogio aos candidatos ao pleito municipal de Presidente Venceslau: Se por um lado o processo eletivo por aqui aparenta estar morno, insosso e quase apático, é fato que em meio a tanta animosidade e hostilidades Brasil afora podemos nos orgulhar da civilidade ao qual o mesmo está sendo realizado. Que assim permaneça até o próximo dia 6 de outubro!


* O Eldoradense 

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