16 de nov. de 2021

Crônica: "Por onde andei"...


Caminhando nas areias escuras de Ilha Comprida...

"Por onde andei"


  O título desta crônica tem como principal inspiração a música muito bem interpretada pelo eterno titã Nando Reis. Já os relatos da mesma são inspirados nas viagens de outro Nando: Eu mesmo.

    Começo pela primeira e mais importante viagem da minha vida, itinerário que repeti por outras tantas vezes: Aparecida. Lá eu senti a fé da pessoa humilde in natura, testemunhei o olhar do romeiro, tal qual Renato Teixeira relatou em "Romaria". Sim, eu, católico pouco praticante, que sei apenas rezar o Pai Nosso e a Ave Maria, muitas vezes vi águas caírem dos meus olhos, como se fossem cachoeiras de emoção.

     Ah, as cachoeiras! Como não lembrar das quedas d'água que vi no belo Paraná? Vi algumas delas no Vale do Ivaí, interior daquele estado, na pequena e rústica Faxinal. Mas o apogeu "cachoeirístico" do solo paranaense se dá mesmo na tríplice fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai, no espetáculo divino conhecido como Cataratas do Iguaçu. 

    Rio Iguaçu que, por sua vez, é irmão do majestoso Rio Paraná.  Vi o majestoso do alto da Ponte de Paulicéia, e banhei-me nele em Panorama, Presidente Epitácio e Rosana. Um dia, se Deus me permitir, faço um tour de barco da sua nascente até Foz do  Iguaçu, pelo menos. Sonhar não custa nada!

       Nas profundezas da terra, embrenhei-me nas famosas cavernas do PETAR, no Vale do Ribeira. Belíssimas e assustadoras, destacando a Caverna do diabo, em Eldorado. Do "diabo", vi também a garganta, na Argentina, e o morro, em Teodoro Sampaio. A famosa queda d'água argentina é linda e assustadora, e o morro, aqui no Pontal do Paranapanema, é isolado, manifestação única de relevo revestido por Mata Atlântica em um cenário regional marcado pelas terras planas.

    No Centro Oeste brasileiro, fiz apenas cócegas: Três dias curtindo a beleza da cristalina Lagoa Santa, em Goiás, na fronteira com o Mato Grosso do Sul. Quanto ao belíssimo nordeste do país, parafraseando Carmem Miranda, vi "o que a Bahia tem"  na charmosíssima Porto Seguro, no sul daquele estado. 

     As lembranças de Porto Seguro remeteram-me às cidades litorâneas que visitei. Se não sou ainda um "descobridor dos sete mares" como sugere a música de Lulu Santos, já conheci um bocado delas : Em Santa Catarina, Governador Celso Ramos, Itapema, Balneário Camboriú. No pequeno litoral paranaense, Matinhos e Guaratuba e o inevitável passeio de "Ferry Boat", na hora do rush, lembrando Zeca Baleiro. No litoral paulista, conheci Cananéia, Ilha Comprida Iguape, Ubatuba e Ilhabela. Arranhando o sul do Estado do Rio de Janeiro, a inesquecível, histórica e literária Paraty.

      Relato também o emblemático passeio de trem entre a pequenina Morretes e a cosmopolita Curitiba. A composição férrea em meio às montanhas da Serra do Mar, passando por dentro das nuvens, lembra o "trem das sete" de Raul Seixas, cortando plumas de mil megatons. Simplesmente lindo!

      Agradeço a Deus por ter me proporcionado tais visitas e agradeço também a cada companhia que testemunhou comigo, tais cenários. Se eu tiver saúde e grana, falta-me ainda conhecer Baixada Santista, Pantanal e Amazônia. Caso contrário, dou-me por satisfeito. Se meu sonho é conhecer o máximo possível de lugares, Deus certamente me proporcionou menos do que eu quero, porém, muito mais do que eu mereço. E carregarei "por onde andei" até a minha última viagem. Sim, porque é isso que se leva da vida, ao meu humilde e íntimo entender...

* O Eldoradense    

Um comentário:

  1. Anônimo20:50

    Tenho uma sugestão de viagem para vc... Puenta Cana...

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